Lisboa – O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó” (na foto), viu-se sem meios financeiros para atender a um pedido destinado a socorrer o deputado do MPLA, Miguel Maria N'Zau Puna, que precisava ser evacuado para o exterior devido a complicações cardíacas.
Fonte: Club-k.net
Prioridade vai para compra de equipamento de ginásio
Semanas antes, Miguel Nzau Puna, tinha se ausentado para participar, nas exéquias fúnebres de um velho amigo, Jonas Malheiro Savimbi, que teve lugar, na localidade do Lopitanga, na província do Bié. No regresso à Luanda e ao retomar o seu trabalho como deputado, o mesmo foi sujeito a habitual revista na entrada do parlamentol. Porém, ao passar pela maquina de detector de metais, os sensores acionaram provocando descarga do “pacemaker”, que usa no coração. De seguida, teve uma crise requerendo a sua evacuação para fora do país.
MPLA culpa UNITA
Por outro lado, enquanto decorria o processo de alarme pela crise cardíaca que teve, vozes da bancada parlamentar do MPLA rejeitaram a versão de que a crise de Nzau Puna, foi por passar pelo detector de metais da área de revista do parlamento, e atribuíram culpas a UNITA por o ter levado a localidade do Lopitanga, para assistir ao funeral de Savimbi.
A UNITA por sua vez fez saber ao MPLA que não estava disposta em entrar para este tipo de acusações optando para enveredar para uma campanha de contribuições para salvar a vida do homem que foi durante 20 anos seu secretario geral e que rompeu com o “Galo Negro”, em 1992, por se negar assumir as mortes de Wilson dos Santos e Tito Tchingunji.
O “pacemaker”, é o dispositivo utilizado para regular batimentos cardíacos, cuja função é comparada, com humor, “à recarga que se dá à bateria de um carro quando está parado”. Numa artigo publicado pelo “Deskak”, a especialista Carla Marina Mendes, num texto sobre “Os mitos e medos de quem usa pacemaker”, sugere que «Os doentes com pacemaker podem utilizar qualquer meio de transporte incluindo o avião. Devem viajar sempre levando o cartão internacional de portador de pacemaker» e mostrá-lo, para que os alarmes não sejam activados. É que, porque estes aparelhos têm componentes metálicos, ao passar por um detector de metais este pode apitar.
No recente episódio acontecido em Luanda, para além da recaída do deputado Miguel Nzau Puna, a o detector de metais da área de segurança do parlamento ficou paralisado. A direção da Assembleia Nacional alega que também estão sem verbas para o seu concerto.
PR preocupado com ginásio para deputados
A suposta falta de verbas por parte da Assembleia Nacional, decorre num momento em que as autoridades aprovaram, no mês passado, através do despacho presidencial 122/19, o equivalente a 12 milhões de dólares para “aquisição e montagem de equipamento de ginásio para o edifício de Escritórios da Assembleia Nacional a celebrar com a empresa SISTEC – Sistema de Tecnologias e Industria, no valor de kwanzas 79 981 413, 71 ”.
UNITA chama de "prioridades invertidas"
No passado dia 1 de Agosto, a deputada da UNITA, Mihaela Webba, recorreu a rede facebook, qualificando estas despesas de "prioridades invertidas" e vergonhosas. Considerou ser a nova forma de roubo. Segundo ela "assim a empresa já está escolhida, vai apresentar facturas sobrevalorizadas e todos nós vamos pagar por um preço que só alguns beneficiam."
"Neste momento seria melhor o PR preocupar-se em construir 155 novos postos de saúde para 153 municípios fora da província de Luanda e dois postos de saúde, para a Quiçama e Icolo e Bengo, com um custo de 1 milhão de dólares cada um, pagos pelo diferencial do preço do barril de petróleo ao invés de se preocupar com o ginásio da Assembleia Nacional. Querem nos distrair, Autarquias Já e em Todos os municípios de Angola", escreveu na sua mensagem datada de 1 de Agosto.