Ondjiva - Uma cidadã de 23 anos de idade, já detida, está a ser acusada de ter matado, por enforcamento, o seu próprio filho recém-nascido a 30 de Julho deste ano, na povoação de Omulova, município de Namacunde, província do Cunene.

Fonte: Angop
O incidente ocorreu depois de a acusada ter feito o parto em casa, pegou em uma corda e enforcou o bebé, tendo enterrado no quintal da residência, explicou neste domingo o porta-voz da Policia Nacional no Cunene, intendente Nicolau Tuvecalela.

O responsável informou que a cidadã incorre ao crime de infanticídio e foi denunciada quando deu entrada 48 horas depois do sucedido no Hospital Municipal de Namacunde apresentando sangramento. Dada a ausência do bebé, o corpo clínico accionou a Polícia que apurou os factos.

A par deste caso, Nicolau Tuvecalela fez saber que nos últimos sete dias a Polícia registou também um crime de homicídio voluntário com arma branca (faca), ocorrido na povoação de Ominda, praticado por um cidadão de 28 anos de idade, já detido, onde foi vítima a cunhada de 21 anos de idade.

Nos últimos sete dias, a Polícia Nacional no Cunene deteve 28 cidadãos de diferentes nacionalidades acusados de envolvimento em 28 crimes diversos.

Aumentam casos de recém-nascidos encontrados em lixeiras

Outrossim, na província do Huambo aumentou o número de recém-nascidos encontrados em lixeiras, após o abandono com vida, supostamente pelas próprias mães, com o registo de mais um caso, no município do Longonjo, perfazendo quatro vítimas, em menos de dois meses.

De acordo com o porta-voz da Polícia Nacional no planalto central, intendente Martinho Kavita Satito, o facto deu-se neste domingo, numa residência abandonada e, ao mesmo tempo, usada para o depósito de lixo, no sector de Cacuco, periferia da vila municipal do Longonjo, 64 quilómetros da cidade do Huambo.

O oficial superior referiu que o bebé, encontrado com vida por alguns cidadãos, acabou por falecer quatro horas depois no posto de saúde da aludida comunidade, sendo que a suposta criminosa, neste caso a mãe de 37 anos de idade, já se encontra a contas com a justiça.

Trata-se do quarto caso do género em menos de dois meses, sendo que os primeiros tiveram lugar em lixeiras da cidade do Huambo, capital do planalto central, uma situação que deixa preocupado os membros da sociedade civil local.

Em reacção, a directora do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Género no planalto central, Maria de Fátima Cawewe, mostrou-se preocupada com o aumento de casos do género, a que considerou de crimes hediondos e cujos autores devem ser responsabilizados civil e criminalmente, por se tratar de delitos que chocam directamente a sensibilidade das pessoas.

“Isto é, na verdade, um acto desumano. As pessoas que as praticam devem sentir a mão pesada das autoridades judiciais, pois não há nada que justifique abandonar um inocente, numa altura em que muitos cidadãos, de forma individual, procuram pela adopção de crianças, assim como centros de acolhimento, além dos próprios mecanismos de prevenção”, rematou.

A título de exemplo, disse que a instituição que dirige conta, neste momento, com 100 pedidos de adopção de crianças.

Preocupada com a situação, Maria de Fátima Cawewe disse que o Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Género vai intensificar as acções de moralização da sociedade, através de palestras voltadas fundamentalmente no respeito à vida humana, para que casos do género, não voltem a acontecer.

Localizado a 64 quilómetros da cidade do Huambo, capital da província com o mesmo nome, o município do Longonjo possui uma extensão territorial de 2.915 quilómetros quadros e uma população estimada em 92.103 habitantes, maioritariamente camponesa, distribuídos pelas comunas do Lépi, Catabola, Chilata e na vila municipal.