Luanda - A intriga parece ser uma das características mais marcantes do Angolano, e quando está em causa disputas de poder, cargos, lugar na empresa, essa característica vai sendo mais evidenciada. É curioso que quando deveriam ser os nossos feitos a falarem por nós e a serem o garantidor da nossa permanência num cargo ou promoção para cargos mais elevados, preferimos antes optar pela velha e boa intriga, calunianado os nossos concorrentes directos.

Fonte: Club-k.net

O nosso país tem assistido a algumas mudanças desde a chegada à presidência de sua excelência Sr. João Lourenço e uma delas é a substituição de algumas pessoas em Ministérios, Direções, de empresas públicas, mas aquilo que deveria ser encarado como uma estratégia do novo presidente para a melhoria contínua da gestão da coisa pública, esta a ser encarada pelos visados ou eventuais visados, como uma retaliação ou um "tirar do pão da boca".


Algumas pessoas parecem ter alguma dificuldade para perceberem que cargos públicos não são herança mas uma contribuição por tempo determinado de um indivíduo à máquina pública.


O Setor dos Transportes é dos mais importantes da economia de uma país e não é diferente em Angola, daí por isso que uma das mais urgentes intervenções no governo quando Jlo chegou a presidência, foi a substituição do titular da pasta dos Transportes.

O actual quadro do Setor dos Transportes no país é de grande preocupação e muitas são as irregularidades denunciadas.


Na tentativa de reverter essa situação, o presidente Jlo confiou a tarefa ao Ministro Ricardo de Abreu, antes seu assessor pra os assuntos económicos.


Ricardo de Abreu, um economista emprestado aos transportes, definiu como estratégia primordial prestar maior atenção a aviação, pela situação catastrófica que essa apresentava, com grande risco de falência.


Relativamente a TAAG, o plano parece estar definido, as estratégias delineadas e os acordos firmados, agora resta esperar pela implementação e resultados. Mas os transportes não se ficam pela aviação.


Letargia como a da TAAG, estão os transportes Rodoviários e Marítimos e é urgente que dedicação igual se dê a esses sectores por que imapactam directamente no "ir e vir" do país.


De um tempo a esta parte, temos assistido a uma "prostituição" na gestão das empresas ligadas aos transportes rodoviários e marítimos. Várias são as denúncias contra a gestão dos vários portos de Angola e da empresa de transportes TCUL. Gestores acusados de Assédio, PCA's que que andam atrás dos colaboradores contrários as suas ideias, acumulo de riqueza de forma não justificada...


São vários os sentimentos que norteiam as relações humanas mas é inaceitável que questões pessoais sobreponham-se as profissionais quando se trata de gestão de empresas, quer sejam elas públicas ou privadas.

Temos assistido a "um lavar de roupa suja" em praça pública entre os vários gestores dos portos de Angola, tudo na tentativa de cada um deles se manterem nos cargos em detrimento dos seus concorrentes.


Os jornais quando deveriam servir de veículos para retratarem os desenvolvimentos empregues na gestão das empresas públicas, têm servido de "vitrine" para acusações, discussões, fofocas, queixas, uma autêntica prostituição, o que leva aos leitores a se questionarem, sobre o que se faz de concreto nas empresas públicas, que deveriam ser o garantidor do normal funcionamento da economia do país.

Um gestor que se preze, apresenta trabalho, apresenta crescimento, apresenta lucros, apresenta satisfação dos colaboradores e não precisa de intrigas para se manter no cargo mas os nossos gestores parecem que a única forma que conhecem para se manterem nos cargos, é a apenas a calúnia, a difamação, a fofoca, a perseguição.


O Ministro dos Transportes para decidir sobre a continuidade ou descontinuidade de determinado gestor de uma empresa tutelada pelo ministério dos transportes deve ater-se apenas as capacidades técnicas dos gestores e aos resultados da empresa e para isso é só o ministro fazer um levantamento dos resultados operacionais e contabilísticos das várias empresas do setor dos últimos 10 anos.

Particularizando os portos de Angola, esses exercem bastante influência no desenvolvimento do país e é fundamental que sejam geridos com o maior profissionalismo possível mas não parece ser o que acontece no nosso caso. É só olharmos para os vários portos e veremos em que estado se encontram. Importa não confundir terminais portuários concessionados a iniciativa privada com portos públicos ou terminais públicos geridos por gestores públicos, como é o caso do Porto de Luanda que tem os terminais concessionados a iniciativa privada, cabendo-lhe a função de senhorio, regulador e fiscalizador da prestação do serviço público mas, paralelamente a gestão dos terminais, importa questionar em que pé anda a gestão da empresa Porto de Luanda. Já vimos que no quesito "fofocas" vão de vento em popa, mas só se faz isso lá???


Essa é a questão que o ministro deverá fazer a si mesmo e os resultados contábeis e operacionais da empresa poderão responde-lo.


O Porto de Luanda deu um importantíssimo passo com a concessão dos terminais mais isso foi há quase 30 anos, e agora qual o próximo passo??? Os gestores do Porto de Luanda denotam incapacidade para levarem a empresa para o próximo nível e decorrente disso a empresa encontra-se estagnada, sem perspectivas, um nível crescente de insatisfação dos colaboradores com risco eminente de paralisação por greve mas os gestores parecem mais preocupados em comprarem carros de luxo, perseguir os colaboradores, a fazerem queixas entre si para se manterem nos cargos. Exemplo disso é a mais recente denúncia feita num jornais da nossa praça que espelha muito bem em que "mar de promiscuidade" está entregue o Porto de Luanda.

 

Muita expectativa foi criada e confiança depositada ao ministro, antes cantor, para organizar o setor dos transportes do país mas a questão Portos de Angola, parece ser uma música que o ministro não consegue tocar.


Já lá vão quase 2 anos desde que o ministro foi nomeado e até agora não vimos a apresentação de um plano de reforma e modernização dos portos de Angola. Parece que na interpretação do ministro, nos portos de Angola, tudo vai "a bom porto". E em quanto não se vislumbram mexidas e reformas dos portos de Angola, continuam as lutas dos gestores na tentativa de se manterem nos cargos, vão se guerreando entre eles, usando os diversos canais de informação como o palco dessa prostituição na gestão da coisa pública.

O Porto de Luanda, o maior em tamanho e produção do país, deveria ser o pioneiro em excelência em gestão e fator crítico de sucesso na arrecadação de receitas para o estado, principalmente num período tão sensível da nossa economia mas mostra-se mais um peso do que um suporte, é um navio a deriva.