Luanda - Para fazer face ao declínio de produção e preços do ouro negro, BP Angola tomou várias medidas particularmente a redução de quadros nacionais e expatriados. As decisões e estratégias para a redução de quadros nacionais obedeceram procedimentos irregulares e não constantes. Entretanto, vamos debruçar a nossa análise somente na problemática da redução de quadros nacionais e o seu impacto na Angolanização.

Fonte: Club-k.net

De salientar que a BP Angola ja passou por três processos oficiais de redução de quadros Angolanos em 2016, 2017, e 2018 (para GOO – Global Organisation Operations vulgo organização operational global) respectivamente. Chamamos oficial porque até um certo ponto esta organização inglesa formalmente comunicou e discutiu a sua intenção e medidas aos órgãos de tutelas do Estado Angolano, particularmente ao MINREMPET (Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos).


Porém, a BP Angola nunca jogou franco com todas as cartas na mesa e sempre primou simplesmente pela redução de custos através da redução de mão de obra local deslocando a mão de obra estrangeira para fora mas mantendo a mesma sobre a folha de salário local através do processo de facturação através de empresas Afiliadas, por conseguinte, transferindo custos globais para Angola para a recuperação indevida aumentando assim os custos ditos negativos na linguagem da SIOP. Esta organização limita se a pintar um quadro bonito apresentando a futura organização sem tecer considerações no impacto das suas decisões sobre Angolanização particularmente nos aspectos ligados a transferência de tecnologia e desenvolvimento de quadro nacionais e manutenção de quadros sêniores ou no aposentamento antecipado de quadros com quase em idades da reforma.


Pior ainda depois de 2018 em diante a BP mudou a sua estratégia passando a fazer reorganização quase clandestina sobre capa de terciarização externa (fora do pais) e despedimento disfarçado em contracto de cessação laboral por acordo mútuo sobre várias formas particularmente para quadros seniores com mais de 14 anos de serviço com idade média de 45 anos ou quase 50 anos.


Por exemplo, A BP transferiu o departamento de perfuração de poços de petróleo e estudos sísmicos para Inglaterra há 2 anos aparentemente por motivos de falta de actividades de exploração apesar das mesmas actividades serem consideradas core business (negócio principal).


Esta empresa apenas fintou o Estado Angolano levando 4 ou 5 quadros nacionais que acabaram para regressar depois de uma ano, em Dezembro do ano passado, que foram convidados a deixar imediatamente a empresa supostamente por mútuo acordo, pelo menos nos documentos apresentados. Por aqui a Angolanização foi lindamente violado ao expatriar a tecnologia de perfuração de poços e demitir quadros nacionais com experiência que poderiam ocupar os lugares de expatriados que supostamente ainda vêem em Angola ou são pagos com dinheiros de Angola trabalhando fora, particularmente em Sunbury Inglerra, através do mecanismo de recuperação de custos que gera o famoso custos negativos que a Sonangol tem procurado a saber.


A humilhação e os maus-tratos ou Holocausto Angolano que a BP Angola tem feito é uma tremenda falta de respeito aos quadros nacionais, em geral, e aos sêniores, em particular, que a mesma organização formou e desenvolveu fora do pais. Ja chegaram de usar o pessoal nacional a jogar o papel de psicólogo para confortar os patrícios enquanto estavam a ser despedidos para a mesma pessoa, por acaso quadro sénior dos Recursos Humanos, ser chamada minutos depois para ser comunicado o seu destino – despedimento por mesmos métodos. Moveram quadros com muitos anos de experiência para áreas que nada lhes dizem respeito e muito menos garantem desenvolvimento como estratégia para despistar o MINREMPET, trazer expatriados para depois despedir os mesmos. Não se dão cavaco de informar o organograma que refletem mudanças a Sonangol por vergonha por tais mudanças serem ad infinitum (ao infinito).


Afastam se os incômodos e não desejados ao passo que muitos ainda estão na corda bamba, estressado com tremenda carga psicológica, a analizar os famosos pacotes ou a espera enquanto as suas camas estiverem a ser preparadas como se estivessem a locomover a pé a espera da morte durante o trajeto ou se for necessário pelo sepultamento nas valas comuns do acordo de cessação de contracto laboral disfarçado em mutuo acordo. Pois através de várias artimanhas de acordo mútuo de cessação de contracto laboral, a BP acabou por despedir até ao presente mais de 90% dos seus quadros seniores que havia enviado em, formação através de famoso Assignment ou Challenge Programme (processo ou programa de desenvolvimento de quadro nacionais) para Londres e América até 2010 aproveitando das debilidades e facilidades que a nova Lei Geral de Trabalho, vulgo a Lei do Feijo, através de uma agenda inconfessa baseada na exterminação e descriminação de quadros nacionais sêniores do nível G, uma verdadeira sepultara de quadros angolanos, que deveriam servir como embondeiro e evidências de resultados de Angolanização.


Com esta estratégia, a BP Angola atrasa a formação e desenvolvimento de quadros nacionais eliminando quadros que deveriam ocupar lugares dos expatriados e formar outros angolanos através de on-the-job training (formação no trabalho) diminuindo assim os custos operacionais sem causar prejuízo na arrecadação de impostos. Estamos perante a tentativa de afastar pessoas que fariam sombra a mão de obra estrangeira e que detém segredos sobre os procedimentos que lesaram os cofres do Estado em milhões de dólares quando se aventa a hipótese de saída de um quadro sénior que detectou abuso de recuperação de custos indevidamente, fuga ao fisco ou sonegação de impostos e começou a corrigir as falhas internamente acabando por ser pago para deixar a empresa por fins inconfessos onde a mesma empresa, por meio dos seus Recursos Humanos (que joga o papel de verdadeiros oficiais da força paramilitar nazista) e quadros expatriados, que através de reuniões espontâneas ameaçou formalmente usar o seu código de conduta para castigar todo e qualquer empregado nacional que tentar saber o que se passa, o que se passou ou partilhar algo relacionado ao processo através de mídia social ou partilhando com órgãos do Estados.


No passado os procedimentos de restruturação formal, que mudaram vários nomes (S&E – Simplification and Efficiency, Reorg – reogarnization, Blue-print respectivamente) para ludibriar, obedeceram certos princípios em particular o aviso prévio e comunicação regular. A medida que a estratégia de censura interna foi aperfeiçoada passou se de supresa em supresa e injustiça e uma verdadeira caça as bruxas. Para aqueles Angolanos usados como filhos, que na verdade jogam o papel de capatazes ou informadores, são informados quase previamente e atribuídos lugares alternativos na verdade efémeros no horizonte. Para aqueles entregue as bicharadas e tidos como enteados, em marcha da morte no campo de concentração da BP Angola, são obrigados ou ludibriados a procurar trabalho internamente noutras áreas numa empresa que ja extinguiu, em tem extinguido, muitas áreas para depois ficarem a mercê da estratégia de acordo mútuo, enquanto os outros são apanhados de surpresa e forçados a socorrerem se de acordo mútuo que poupa tempo que os tribunais levam em caso de contencioso legal e paga ligeiramente mais do que as indeminizações da Nova Lei Geral do Trabalho ou Lei do Feijo elaborada inconscientemente e cegamente para beneficiar empregadores Angolanos que, na verdade, tornou se um verdadeiro instrumento de maus-tratos para as multinacionais, em particular a BP Angola.


A Marcha da Morte foi um fato histórico ocorrido na Alemanha ao fim da Segunda Guerra Mundial, com o deslocamento de milhões de judeus entre vários campos de concentração Nazis. Foram grandes deslocamentos, com os prisioneiros tendo que se locomover a pé. Isso porque era necessário, por parte dos nazistas, economizar em combustíveis, e os caminhões de transportes já não eram tão fartos e disponíveis naquele momento. Outro objectivo para a realização dos deslocamentos dos judeus através de grandes distâncias era promover a morte durante o trajeto, sem que fosse necessário o sepultamento nas valas comuns, sem deixar vestígios de extermínio em massa, sem deixar testemunhas e prosseguir com o plano genocida até o último instante. Os oficiais da força paramilitar nazista haviam recebido ordens de eliminar todos os sobreviventes, mas não podiam mais cometer os atos bárbaros, sob o risco de serem incriminados.


Pois os angolanos da BP Angola também estão em marcha da morte do tipo Holocausto que apelidamos de Holocausto Angolano. Os empregados ainda no activo continuam a trabalhar como se tivessem num campo de concentração onde sabem que vão acabar por perder emprego mas não sabem quando e como. Trabalha se num ambiente de incerteza absoluta, desmotivação absurda, desconfiança mútua entre nacionais e de extremo stress do tipo: quem será o próximo e como será? Por invenção de mau comportamento? Por traição dos próprios patrícios? Como vitima de terciarização externa para Mombai, Budaspeste, ou Inglaterra para o caso dos empregados da área de gestão de reservatórios - RESDEV? Eu daqui não saio! Me comeram as carnes terão de acabar os ossos! Vou aguentar maus-tratos até me indemnizarem!


Tal como em novembro de 1944, 40.000 prisioneiros foram deslocados de Budapeste para a Áustria, coincidentemente m 2017 os Angolanos da área de finanças da BP Angola foram deslocados em Budapeste para ensinar ou passar os trabalhos dos seus colegas e deles. Ainda recentemente, os colegas da área de compra (PSCM – Procurement Supply Chain Management) foram para India fazer o mesmo. Quando a terciarização surtir efeito desejados e não se precisar mais do papel de supervisão dos Angolanos, que paradoxalmente transferiram o conhecimento, ja será necessário sepultamento nas valas comuns de contrato de cessação de contrato laboral por mútuo acordo sem deixar vestígios de extermínio em massa, sem deixar testemunhas e muito menos cometer os atos bárbaros sob o risco de serem incriminados através de um um simples exercício de aplicação de multas por parte de MINREMPET ou subornos de alguns responsáveis deste ministério de tutela e prosseguir com o plano genocídio ate o último instante (provável saída da mesma empresa da indústria petrolífera Angolana) para economizar em combustíveis (diminuir a mão de obra local aumentando ou mantendo a sobrefacturação do Man-Hour vulgo hora-homem exagerado da mão de obra estrangeira transferido fora do pais resultante da diminuição de mão de obra residentes em Angola, porém, remunerada através do fundos públicos via mecanismo de recuperação de custos).


Até quando permitiremos este Holocausto Angolano? Será que a BP Angola, tal como os Nazis, também negará a existência deste Holocausto Angolano através de suas bocas de alugueres ou Tonton Macoute local? Até quando os supostos defensores dos quadros nacionais colocados na BP Angola continuarão a dar bandeiras? Até quando aguentara a tentativa do MINREMPET em travar a deslocação dos trabalhos da área de gestão de reservatórios, vulgo RESDEV, para o manter o sonho de emprego dos engenheiros com dívidas avultadas de crédito a habitação? Será que o MINREMPET limitar-se-ia em investigar e aplicar as multas que muitas das vezes são indevidamente recuperadas através de artimanhas contabilísticas em violação ao CPP - Contrato de Partilha de Produção? Porque e que não existe uma correlação positiva entre o declínio de produção da mesma empresa e os custos negativos (custos com pessoal particularmente estrangeira) que cada vez mais aumentam quando ja se reduziu bastante mão de obra?