Luanda - Há escassos dias, segundo o Jornal de Angola, o novo governador provincial de Cabinda, Marcos Alexandre Nhunga, manifestou descontentamento pelo facto de várias infra-estruturas públicas na comuna de Tando-Zinze, situada a 75 quilómetros da capital (Cabinda), não terem qualidade e custado aos cofres do Estado preços exorbitantes.

Fonte: Club-k.net/ JA
“No decurso das visitas, constatámos projectos mal executados e com preços muito altos. Isto nos causou má disposição, porque com o dinheiro que o Governo disponibilizou poderia ter-se feito melhor e evitar-se as reiteradas reclamações da população”, enfatizou, na altura, o governador no final de uma visita a várias aldeias de Tando Zinze.

 

Marcos Nhunga apontou como exemplo o projecto de abertura de furos artesianos no município de Cabinda, como sendo a prática evidente de má gestão e de sobrefacturação.

 

“Não se pode compreender que a abertura de um furo artesiano custe entre 25 a 45 milhões de kwanzas. Na maior parte das aldeias do município de Cabinda, não tem água potável, as estradas secundárias e terciárias estão degradadas, os postos médicos têm muitas dificuldades, os que existem não possuem água potável nem tão pouco energia eléctrica”, lamentou o governador da província de Cabinda.

 

O governador Marcos Nhunga prometeu criar, nos próximos dias, uma unidade para inspeccionar a actividade do seu elenco. “Vamos realizar um trabalho extremamente rigoroso para melhorar os níveis de controlo dos fundos públicos”, disse.

 

No entanto, avançou que as administrações municipais, secretarias provinciais e “o próprio Governo Provincial serão as principais instituições onde a acção da inspecção far-se-á sentir rigorosamente”, com vista a banir muitos vícios. 

 

“Pedimos o comprometimento de todos os gestores para a mudança de consciência, para evitarem situações adversas. Advertimos os que têm vício de desviar fundos públicos para deixarem, porque, durante o meu mandato, não irei tolerar esse tipo de comportamento e os que agirem deste modo irão para a cadeia”, advertiu Marcos Nhunga.

 

No nosso entender, as preocupantes questões - pode se subentender também como acusações - aqui levantadas pelo governante devem, prontamente, ser averiguadas pela Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) para o devido esclarecimento, de modo a desencorajar este 'modus operandi', a fim de mudar o que deve ser mudado.