Luanda - Enquanto o Partido de Renascimento dos Angolanos – Juntos por Angola (PRA-JA), fundado por Abel Chivukuvuku, recentemente expulso da liderança da Casa-CE, aguarda a legalização no Tribunal Constitucional (TC), continua a expectativa dos angolanos, sobretudo eleitores, que a si confiaram o seu voto nas eleições de 2012 e 2017, de ouvir um esclarecimento público por parte de Chivukuvuku para justificar o seu afastamento compulsivo da referida coligação, onde foi igualmente fundador-presidente.

Fonte: Club-k.net
“Para já”, Chivukuvuku evitou, a todo custo,responder à pergunta do jornalista do portal noticioso “Club-K Angola”, a seguinte: “? Por que até agora não justificou a sua saída da Casa-CE…” -AC, “Eu não discuto o passado. Por tudo que o passado tenha de bom e de mau, ninguém muda o passado. O passado passou. O futuro nós construímos”, arrogou Abel Chivukuvuku.

Com estas declarações, o político virou-se de costas aos jornalistas dando como fim, implícito, à entrevista com jornalistas nacionais e estrangeiros, no final de um almoço-conferência de imprensa-, por si organizado, com profissionais da classe jornalística da antiga e nova geração, na última sexta-feira, 9 de agosto, em Luanda.

“Para já”, o almoço terminou de forma salutar, embora o objectivo do encontro também não tivesse sido claramente justificado.

Todavia, os eleitores que nas anteriores eleições gerais votaram ao Abel Chivukuvuku, enquanto cabeça de lista da Casa-CE, na perspetiva de verem o seu líder como “Presidente da República de Angola”, continuam expectante, mas parece que a esperança de ouvir Chivukuvuku na primeira pessoa vai se tornando cada vez “moribunda”. Cogita-se em circuitos político de jovens aspirantes a militante do “PRA-JA”, manifestando certo ceticismo da seriedade do projecto.

Por esta razão, os cidadãos persistem na pergunta de forma indirecta à classe jornalística sobre o antecedente para o fundador da mais jovem força política em Angola responder, “para já”, em nome do interesse público, a julgar pela proeminência do dirigente político que é Abel Epalanga Chivukuvuku.

Solicitado pelo Club-K, o conselheiro da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA), Carlos Alberto defende que haja mais partidos na oposição e considera postura negativa de Abel Chivukuvuku por não se ter justificado aos angolanos a sua saída da Casa-CE.

“Eu enquanto cidadão, quanto mais partidos na oposição tivermos e forem partidos sérios, melhor. É para a nossa democracia, porque o MPLA só pode evoluir se tiver uma oposição forte. A questão de Abel Chivukuvuku não ter justificado a sua saída da Casa-CE é uma questão negativa de sua parte. O presidente Abel deve fazer um esclarecimento público sobre as razões da sua saída da Casa. Porque não vejo com bens olhos o facto de ele ter sido votado e escolhido por muitos angolanos nas eleições de 2017 e agora ignora los. Não se tornou presidente da república, mas podia ser”.

Por sua vez, o jornalista Amílcar Xavier acredita na capacidade política de Chivukuvuku. “A sociedade já o conhece desde 2012 depois em 2017 altura em que dobrou o seu eleitorado a 100 por cento de oito deputados para 16 em 2017, quer dizer que ele vai crescendo. São muitas forças que ele vai ter agora que enfrentar. Mas Abel Chivukuvuku tem mostrado que é um fundista. Vamos esperar para ver como ele há de cortar a mete até 2022”.

Em declarações a este portal, o jornalista Carlos Rosado de Carvalho enalteceu a iniciativa de Chivukuvuku para um almoço com jornalista, ao mesmo tempo que apelou ao político a saber trabalhar na colectividade. “É muito importante que os políticos se reúnam e falem connosco os jornalistas num ambiente mais informal, mais descontraído, que não seja apenas nas conferências de imprensa. Parece que entre os políticos angolanos Chivukuvuku é o que tem mais carisma. Do meu ponto de vista, um partido não pode funcionar só à base de uma pessoa. Espero que Abel saiba se rodear de pessoas, porque não há partido que sobreviva só com o líder”.

Durante o encontro, Abel Chivukuvuku fez recordar aos presentes que o “PRA-JA” foi anunciado ao público a 2 de agosto do corrente ano, como força política visionária e patriótica com os angolanos. Nesta altura, decorrem os tramites processuais para a legalização juntos do Tribunal Constitucional (TC), de acordo com a “Lei dos Partidos Políticos em Angola”.