Luanda - A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) reafirmou que a Igreja Católica angolana não vai tolerar casos de pedofilia, nem qualquer outro tipo de abuso sexual que venha a ser praticado por sacerdotes, alertou, em Luanda, o presidente da Comissão Episcopal.

Fonte: JA
D. Benedito Roberto, igualmente arcebispo de Malanje, disse que a Igreja vai seguir à risca as orientações claras do Papa sobre a pedofilia, outros abusos sexuais e o eventual envolvimento sexual de padres e bispos com mulheres, afastando os seus actores do sacerdócio.

O arcebispo de Malanje assegurou que, em relação a “todos os casos conhecidos de sacerdotes que tenham envolvimento com mulheres, a Igreja aconselha-os a saírem, no sentido de irem cuidar das esposas e, mais tarde, dos filhos.”

D. Benedito Roberto revelou que a Igreja Católica angolana, como tal, não tem oficialmente registo de qualquer denúncia de casos de padres envolvidos em pedofilia ou abuso sexual de mulheres.

“Há, sim, a situação de um padre da Diocese de Viana, que foi acusado de pedofilia e está, inclusive, detido”, explicou o prelado, que disse não ter sido a denúncia feita directamente à Igreja, mas à Polícia Nacional, sendo o assunto já de domínio público. />Apesar disso, D. Benedito Roberto admitiu a possível existência de mais casos, mas que, por serem “tão isolados”, nunca são denunciados. Daí, acreditar que, em Angola, a Igreja Católica ainda está longe de assistir aos escândalos verificados na Europa e nos Estados Unidos da América.Questionado se a falta de denúncia não tem ligação com a pouca abertura a nível da Igreja em Angola, o arcebispo de Malanje negou que a instituição religiosa seja fechada e reafirmou que, se houver acusações comprovadas, os seus autores vão receber tratamento adequado pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé.

Sobre a possibilidade da Igreja Católica abrir mão do celibato, uma forma de vida adoptada pelos sacerdotes católicos, o prelado foi simples na sua resposta: “um padre ou bispo que não consegue viver com esse propósito deve abandonar o sacerdócio, pois, o celibato é um dom divino.”