Holanda - O povo angolano vítima das riquezas do seu país foi martirizado durante décadas pela guerra fratricida, decapitado pela guerra fria e aterrorizado pelos massacres dirigidos e perpetrados pelos dignitários do MPLA, partido no poder. Eis alguns destes actos hediondos que ficaram para os registos da história:


Fonte: Club-k

O plano macabro elaborado pelo Eng. JES

O massacre do 27 de Maio, a eliminação física de altos dirigentes da UNITA e a caça aos seus membros em 1992; A caça ao povo Mukongo conhecido como (sexta-feira sangrenta), incluindo o assassinato do presidente do PDP- ANA o professor Mfilumpinga; A perseguição aos certos jornalistas e a prisão sem fundamento do General Garcia Miala.


Este mesmo povo que vive, actualmente, uma situação de humilhação e de pobreza extrema acompanha a arrogância e enriquecimento ilícitos dos governantes de Angola. Recordamos que a maioria do povo de Angola vive com menos de 2 dólares por dia, apesar da abundância da riqueza do subsolo do seu país, que apenas beneficia uma minoria.


Esta situação não deve ser negligenciada, porque pode gerar conflitos sociais de grandes proporções, baseados no não respeito pelo próximo, humilhação, na institucionalização da corrupção em grande escala em benefício da elite governante e pela instauração das injustiças sociais em todos os tecidos da população.


A dominação da maioria da população que não dispõe de nada por uma minoria que detém todo é que se assiste em Angola. Acresce-se a isso a arrogância e o abuso do poder pelo chefe de estado, Engenheiro José Eduardo Dos Santos, que governa o nosso país sem legitimidade. Diz-se mestre supremo da nação que controla tudo e não presta contas a ninguém e nem a nenhuma instituição republicana.

  
A riqueza do país está hoje nas mãos de um punhado de privilegiados, que aproveitaram-se da guerra e da falta do controlo do orçamento do estado para se enriquecerem, financiar os estudos dos seus filhos no país e no estrangeiro.


Terminada a guerra, o bolo ou seja a riqueza do subsolo angolano é distribuída entre a clique de privilegiados e gananciosos, fazendo parte da mesma elite burguesa angolana altas patentes das forças armadas, da polícia e figuras do MPLA e suas famílias.


São accionistas ou proprietários de empresas que representam o pulmão económico do nosso país - Sonangol, Diamang, Unitel, das empresas de comércio de grande distribuição dos géneros alimentares, as empresas imobiliárias e os estabelecimentos bancários, alguns dos quais com a participação de capitais públicos.
E, são estes membros do mesmo clã que se encontra em conselhos de administração ou direcções-gerais de grandes empresas estatais. Com toda a impunidade, estes senhores fazem reinar no seio destas empresas a injustiça social, onde a noção de respeito à dignidade humana não existe e impera a lei do mais forte e poderoso.


Recentemente uma nova moda nasceu na Angola. Trata-se da expropriação de terras dos cidadãos para benefício dos endinheirados. Foram demolidas residências de populares, para satisfação das apetências dos ricos com a construção de recintos comerciais e residências luxuosas. Não foram observadas regras de justiça nesse processo e foram simplesmente violadas as normas legais de protecção do cidadão.


Haverá, certamente, progressos em certos projectos de construções, mas os edifícios que estão a ser erguidos em terrenos antes pertencentes aos pobres, não estão ao alcance de todos. 250.000 dólares é o que custa cada uma dessas residências e por conseguinte os compradores serão sempre esta minoria rica ou um estrangeiro já rico que considere a Angola como “EL Dourado” do momento.


Não estará o nosso país a ser vendido? Talvez o erro seja do povo angolano que aceitou ser dirigido e governado por estrangeiros sem fé, nem espírito patriótico e sem amor ao próximo.


Desde as recentes eleições legislativas, que deram fraudulenta a vitória ao partido no poder, descobre-se pouco a pouco o plano macabro elaborado pelo Eng. José Eduardo Dos Santos e os seus pares para se perpetuarem no poder em benefício da sua família e do seu clã. De resto, diversa imprensa do país contínua denunciar o golpe de mestre, de sua excelência Eng. Eduardo Dos Santos, tido como estando a preparar a sua sucessão pelo filho, para proteger os interesses familiares. Assistiremos, assim, a reprodução em Angola dos cenários da RDC e Gabão com Kabila e Bongo.


Neste momento o povo angolano está diante de um grande desafio. O de remover das suas posições ilegítimas o cidadão José Eduardo dos Santos. O povo angolano deve cooperar com a oposição, com as organizações civis angolanas, com as instituições defesa dos direitos humanos, para que José Eduardo dos Santos respeite e cumpra os compromissos firmados sobre a realização de eleições presidenciais em 2009.


Os reputados membros do Conselho da República, órgão de consulta do Presidente da República devem ter a coragem de defender a deliberação daquele órgão sobre a realização de eleições legislativas em 2008 e presidenciais em 2009.


Os angolanos exigem a realização de eleições presidenciais por intermédio de votos directos, secreto e universal.


É urgente chamar à razão Sua excelência senhor Presidente José Eduardo Dos Santos, que pretende fazer tábua rasa todos os compromissos e fazer valer apenas sua vontade de pessoal de continuar a dirigir o país sem legitimidade e consentimento dos cidadãos deste país.