Luanda - A empresa de direito angolano, Alina Multiwork, vem por este meio denunciar publicamente, o trespasse ilegal pela actual direcção do Pólo Industrial de Viana, na pessoa do Presidente do Conselho de Administração, Miguel Luís, do terreno de 2 hectares, em seu nome, com contrato promessa de direito de superfície, à empresa Plasticon, do cidadão libanês ou indiano Sukanta, no momento em que decorrem diligências para resolução por via judicial, deste caso, que denota claramente, as intenções mercantilistas da clique que neste momento dirige o PIV, de modo familiar. Entre cunhadas, primos e primas da digníssima senhora ministra da Indústria, Bernarda Martins.

Fonte: Club-k.net


O empresário libanês Sukanta é amigo pessoal do PCA, Miguel Luís, e com ele foi montada uma engenharia financeira de modo a produzir vantagens para ambos os lados. Por um lado, o promitente comprador, que oferece um chorudo bónus pela concretização do negócio a seu favor. E por outro, o facilitador que fica com a porta aberta para futuras benesses, de um candidato que, por sinal já é proprietário de uma indústria de plásticos no PIV.


É assim que se desenha o quadro que neste momento se vive no Pólo Industrial de Viana, onde a pressa para ofuscar os factos não tem medida, pois enquanto a justiça permanece estática, morosa e retraída, os chacais do deserto engolem a presa sem deixar rasto.


O referido terreno catalogado sob contrato nº 265/08, entre a Alina Multiwork e o cedente IDIA, em nome do Ministério da Indústria está neste momento a ser vedado à pressa, como ilustram as imagens tiradas ontem no local.


O PCA do PIV, Miguel Luís recusa-se a falar com a advogada da empresa Alina Multiwork, alegando falta de tempo, estando a aguardar há cerca de três meses, por uma resposta ao pedido por escrito, da referida jurista, para que se realize a audiência.


Enquanto isso, assiste-se ao desenrolar célere das obras pelo novo superficiário, que terá adquirido o espaço por vias estranhas, ao que sabemos no valor de Kz. 120.000.000,00 (Cento e vinte milhões de Kwanzas), num processo meteórico, como as imagens ilustram, destinadas a ofuscar qualquer reclamação do superficiário Alina Multiwork, que continua a deter os direitos de propriedade, (em anexo) com a nova direcção do Pólo Industrial de Viana.

PIV – UMA CENTRAL DE IRREGULARIDADES

O impasse para este imbróglio vem de longe. Desde a recepção do espaço em causa, o Pólo Industrial de Viana reagiu sempre com indiferença às questões contínuas de insegurança, denunciadas por escrito pelo superficiário Alina Multiwork que impediram que realizasse e concluísse, as obras, que iniciou em clima de intranquilidade após a vedação do espaço. As constantes violações por grupos armados e de oportunistas, que resultaram na destruição da casa de obras, por três vezes consecutivas, roubo dos materiais de construção, incluindo um reservatório de água de dois mil litros, gerador de 2,5 Kvas, cimento, alimentação com acções de terror à mistura levaram os guardas a fugir em debandada, ao tiroteio imposto pelos marginais e alguns militares, que pretendiam apoderar-se do espaço.


Durante o processo de talhonamento valeu a persistência do promotor para que lhe fosse entregue o espaço de acordo com o pedido, ou sejam, os dois hectares, tendo travado uma verdadeira e sucessiva batalha verbal com um dos funcionários, de nome João Godinho, que por decisão superior deixou de incomodar e cumprir as orientações do processo.


Foi-nos concedido o espaço requerido, tempos depois, num clima de exaustão, inclusive, financeira, que implicou outros gastos, em questões de segurança, de vigílias constantes, de requisições policiais, para conseguir à custa de sacrifícios mil, que o espaço se mantivesse na posse do legítimo superficiário.


O recurso a uma solução presencial consistiu na colocação no local, de uma cozinha rústica, gerida por uma cunhada, de nome Laurentina Mariana, que garante até ao momento, com o seu trabalho a representatividade da empresa, no espaço.


Ao executar à pressa a vedação, a empresa Plasticon, ignorando os riscos em que incorre obedece a uma orientação precisa da actual gestão do PIV, que sem qualquer pudor e respeito à lei e também fiel à sua apetência para o lucro fácil, ignora os cidadãos nacionais, que garantem a soberania deste país, que deveria privilegiar os seus filhos, criando as condições necessárias para a sua afirmação na esfera empresarial, concedendo as facilidades que a constituição recomenda.

TV ZIMBO SAI MAL NA FOTOGRAFIA

Há dias a TV Zimbo exibiu uma reportagem que foi colocada on line, sem as declarações do PCA do PIV, Miguel Luís, que muito espantou a opinião pública, ao mostrar-se disponível para o diálogo, numa aparente imagem, que aqueles que o conhecem, não é idêntica ao tratamento ríspido e indiferente que nutre às pessoas que o abordam para questionarem as injustiças que comete, ao rejeitar o diálogo e explicações das suas arbitrariedades. Curiosamente o editor da peça coloca a reportagem on line sem as declarações do PCA Miguel Luís, que por certo, terá desaconselhado tal opção. É mais uma gafe que a nossa comunicação social comete, quando utiliza o método de dois pesos e duas medidas, na abordagem das situações anómalas que ocorrem no país. Fizemos sentir isso ao pedir que o editor Abreu Paxi, reponha on line o vídeo completo da reportagem, que foi vista, inclusive em Portugal, onde recebemos notificação da sua transmissão pública. Para não pensarmos que haja algo por detrás disso seria de bom tom que o editor Tv Zimbo, Abreu Paxi, recolocasse na referida peça, as declarações evasivas de Miguel Luís.

Cumpre-nos também informar que da próxima vez tenha a nossa simpática Tv Zimbo, mais cuidado ao defender pretensos casos de injustiça, quando na prática está a dar voz à criminalidade institucionalizada em nome da pobreza e de truques mal ensaiados de laboratório, como esse das camponesas injustiçadas, que pretendem construir casas em espaços industriais, como sugere a peça. No mínimo é gozar com a paciência dos telespectadores.


Que a nossa justiça possa corrigir de forma mais célere as irregularidades praticadas, pelos gestores públicos, que continuam a agir à margem dos princípios orientadores da política de Estado, defendida pelo actual Governo.


As imagens a seguir ilustram a forma como os angolanos empreendedores estão aos poucos a ser arredados de dos seus sonhos e objectivos, em virtude da acção perniciosa dos oportunistas e salafrários, que actuam à margem da lei para servirem os seus obscuros interesses pessoais. Quando é que teremos uma Angola a servir verdadeiramente os seus filhos?


Luanda, aos 5 de Setembro de 2019
Subscreve o cidadão e jornalista

António Dias dos Santos