Lisboa – Adalberto da Costa Júnior recorreu há três meses ao Instituto dos registros e do notário de Portugal para renunciar a nacionalidade portuguesa que detinha e que o ajudou a manter-se na Europa, sem sobressaltos, ao tempo da guerrilha em que representava os interesses de Jonas Savimbi na capital lisboeta.

Fonte: Club-k.net

Dirigente resolve problema que estava  inquietar a UNITA

A decisão de Adalberto em renunciar a nacionalidade portuguesa foi determinada para poder se apresentar como cabeça de lista da UNITA, às eleições gerais de 2022, em Angola, caso for eleito Presidente do seu partido, no próximo congresso agendado para Novembro. A constituição angolana proíbe candidatos presidenciais com dupla nacionalidade e está era uma das quadres preocupações da direção do “Galo Negro”.

 

Apesar de se manifestar disponível para a corrida presidencial partidária, a oficialização da sua candidatura de Adalberto ao congresso está ainda condicionada ao actual líder Isaías Samakuva, que ainda não se pronunciou oficialmente aos órgãos do partido  se volta a concorrer para um quarto mandato. Samakuva tem sido persuadido por uma corrente de jovens militantes a voltar a concorrer baseando-se no argumento de que nas eleições passadas o partido perdia devido a fraude da Casa de Segurança do general “Kopelipa”, e que com a ausência do grupo de José Eduardo dos Santos do MPLA, deveria tentar novamente. Outros sugerem a formula de apoiar Adalberto Costa Junior ou José Pedro Katchiungo com a condição de se alterar os estatutos da UNITA, quanto ao artigo que diz que o Presidente da UNITA  é o candidato as eleições gerais gerais.

 

Internamente, caso Isaías Samakuva não volte a se candidatar, há conhecimento de uma corrente de generais interessados em ver o partido nas mãos de uma liderança da linha de Adalberto da Costa Júnior. A corrente de generais é constituída por Demostenes Amo Chilingutila, Isaías Celestino Chitombi, Piedoso Chipindo Bonga, tido como o ideólogo do partido. O histórico general José Samuel Chiwale é também frequentemente citado como não se opondo a uma eventual candidatura de Costa Júnior. Já Domingos  Jardo Muekalia – que se manifesta indisponível - é o dirigente que os generais faziam gosto de poder vir a ser o mandatário da campanha eleitoral de Adalberto.

 

A importância do apoio de Demostenes Amo Chilingutila a uma eventual candidatura Adalberto da Costa Júnior prende-se por ser considerado como o “general dos generais” dentro da UNITA e por ser considerado entre os antigos guerrilheiros entre a linha geográfica do Bié e a província do Huambo.

 

A nível da UNITA, Adalberto da Costa Júnior tornou-se o dirigente com mais aceitação a nível da sociedade civil algo que incomoda o seu opositor MPLA, que através de um militante David Mateus Mandavid tem estado a propagar nas redes sociais que o maior partido da oposição não seria capaz de avançar com o seu líder da bancada parlamentar por alegado complexo, uma vez que é mestiço. Os militante da UNITA tem respondido a Mandavid que isso trata-se de uma campanha do MPLA para os desacreditar e dão como exemplo que o caso do próprio líder fundador que tem filhos mestiços, e que confiava a sua saúde a um médico branco, Carlos Morgado, que em 1992, foi escolhido para liderar a bancada parlamentar da UNITA.

 

Nascido em Quinjenje (na altura pertencia a Benguela, actualmente pertence administrativamente ao Huambo), Adalberto da Costa Júnior é afilhado de casamento de Jonas Savimbi, e seu antigo representante em Portugal, Itália e Vaticano, ao tempo da guerrilha. Para além de Nzau Puna é tido como um dos raros quadros que sempre que viajasse para Jamba, tinha acesso aos aposentos privados de Savimbi, que o mandava chamar para recomendações.

 

Em Fevereiro do 2002, foi a entidade a quem a missão externa liderada por Isaías Samakuva, o mandatou para reagir oficialmente a morte de Jonas Savimbi fazendo um comunicado anunciando que a UNITA iria continuar e que não iria sucumbir com a morte do seu líder fundador.