Lisboa - Aos responsáveis editoriais do Club KTendo sido inserido no vosso “site”, sob o título “Advogado que assessorou Zenú foge para Lisboa”, um escrito eivado de falsidades e de imputações ofensivas da minha honra e dignidade pessoal e profissional, de que tomei conhecimento ontem, em Lisboa, venho solicitar que publiquem o seguinte texto, formulado no âmbito do exercício do direito de resposta:

Fonte: Club-k.net

"Não assessorei nenhum  contrato ilícito"

 Exmos. Senhores,

Sob o título “Advogado que assessorou Zenú foge para Lisboa” publicaram um escrito repleto de falsidades, aleivosias e de ofensas à minha honra e dignidade pessoal e profissional. Mais a mais, porque não me ouviram previamente para permitir o exercício do contraditório.


Sei que o vosso “site” não é um órgão de comunicação social, porque se o fosse estaria sujeito a regras basilares na elaboração de notícias, desde logo a do escrutínio da veracidade e a do dever de ouvir todas as partes com interesses atendíveis na matéria. A despeito disso, está o vosso “site”, ao menos, obrigado a elementares deveres de coerência. De facto, não podem criticar pretensos ilícitos que imputam a outros quando vocês mesmos os cometem, sem pudor nem cerimónia – veiculando mormente falsidades e crimes de difamação.



Aparentemente eu poderia até ter ficado lisonjeado com o escrito que publicam, na medida em que encerra uma promoção da minha qualidade de causídico, elegendo-me como advogado, à data, do Dr. José Filomeno dos Santos. Não posso, por restrições de natureza deontológica, divulgar quem são os meus clientes, mas posso afirmar quem o não é. E esclareço que o Dr. José Filomeno dos Santos não foi meu cliente nos vários processos em que tenho intervindo como advogado. Do mesmo modo, não tenho, nem nunca tive, interesses materiais ou de qualquer outra natureza com o Dr. José Filomeno dos Santos.


E, contrariamente ao que escreveram, não assessorei a parte jurídica de nenhum pretenso “golpe”, nem de nenhum contrato ilícito. Se assim fosse teria sido constituído arguido. Nunca fui notificado sequer para ser ouvido como declarante ou testemunha no processo a que aludem e cuja existência desconhecia. E estando vocês plenamente cientes disso – porque alegam ter uma cópia da acusação – a referência ao meu nome neste quadro é gratuita, malévola e intencionalmente difamatória, cedendo a outras motivações que não a de informar ou a de procurar a verdade. Mas eu não estou, nunca estive, como outros, talhado para ser um anódino e repisado tapete de interesses obscuros, plantando fake news a torto e a direito.


Acresce que também não fugi de Angola. Pedi expressamente autorização para tanto e foi- me concedida, no mês de Julho de 2018. E pedi essa autorização porque pendia então contra mim um processo penal nascido de uma grave e indecorosa calúnia a respeito do falecimento da minha mulher, calúnia essa que se tornou do conhecimento público e que mereceu a reprovação da maior parte das pessoas, porque promovida por inegáveis interesses de ganância de outrem bem identificado. A suspeita vil então lançada não tinha qualquer sustentação, tanto assim que o processo acabou por ser arquivado por despacho proferido pelo Digníssimo Magistrado do Ministério Público e Director da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), em 19 de Junho de 2019 – como certamente já sabem. Do referido despacho, consta, expressamente, que “a causa da morte não foi envenenamento, mas sim insuficiência cardio-respiratória aguda com paragem cardíaca”.


Percebe-se claramente, deste modo, quem se esconde por detrás da notícia falsa e caluniosa que o Clube K difundiu a este respeito, sendo visível a maléfica intenção de denegrir a minha imagem e reputação pessoal e profissional, por parte de quem tentou, mas não conseguiu, imputar-me a prática de um crime hediondo. O processo contra quem me caluniou continua, e espero que os tribunais façam a devida e célere justiça.


Existia plena harmonia e felicidade na minha família nuclear, e isso talvez incomodasse algumas mentes perturbadas. Saí de Angola cerca de um mês depois da morte da minha mulher, a quem amei intensamente e amo. Com o desaparecimento desse pilar afectivo, tive de poupar os nossos filhos à mágoa da ausência da Mãe nos locais e ocasiões que preenchiam a rotina da família, para não potenciar essa dolorosa sensação de perda. Por isso, no estrito interesse e equilíbrio psicológico dos meus filhos menores, decidi trazê-los para Portugal, onde lograram um ambiente sereno e acolhedor no significativo e incondicional amparo da família materna da minha mulher, e com a minha dedicação quase exclusiva. Era isto que a minha mulher desejaria.


Há quem, por inépcia e incompetência, não logre a capacidade de progredir na vida senão à custa dos favores da corrupção e de actuações marginais. Não estranha, por isso, que tentem destruir os que se afirmaram por mérito e esforço próprios. Porém, no caso, aqueles estão condenados a assistir, de longe, à saudável harmonia da minha família - que preservarei a todo o custo.

Lisboa, 10 de Setembro de 2019

Teodoro Bastos de Almeida

Av. Fontes Pereira de Melo, n. 17- 2o piso, 1050-116 Lisboa