Lisboa - As autoridades espanholas detiveram recentemente, a pedido de Angola, Carlos Aires da Fonseca Panzo, o antigo secretário para os Assuntos Económicos do Presidente que fora exonerado a 20 de Outubro de 2017, por alegado caso de corrupção, onze dias depois da sua nomeação.

Fonte: Club-k.net

Investigado por receber comissão de USD 11 milhões 

Ao ser afastado do gabinete presidencial, a Procuradoria Geral da República comunicou no mesmo dia, sobre a existência de um inquérito-crime instaurado contra Carlos Panzo, na sequência de uma carta rogatória enviada pelas autoridades suíças, que o investigavam por branqueamento de capitais.

 

Apesar de a PGR não ter sido explícita sobre o caso, o ‘Maka Angola’ havia reportado que a investigação contra Carlos Panzo estava associada ao recebimento de comissões no valor total de 11 milhões de dólares, pagos pela Odebrecht em várias tranches na conta suíça do então assessor económico de João Lourenço.

 

Em Julho de 2018, o PGR, Hélder Pitta-Gróz deslocou-se à Suíça, liderando uma comitiva que integrava ainda a Diretora Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção e a Diretora do Gabinete de Cooperação e Intercâmbio Internacional, para a preparação de  um protocolo de cooperação em matéria penal e troca de informação com as autoridades da Suíça. 

 

Seria contudo, em Fevereiro deste ano, que a diretora Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção, Inocência Pinto - que também fez parte da viagem a Suiça -  anunciava  que o processo contra Carlos Panzo já fora  remetido a Direção Nacional de Investigação e Ação Penal para posterior tramitação. Porém, segundo apurou o Club-K, foi no período de evolução para a fase de instrução preparatória, que a PGR de Angola sentiu a necessidade de ouvir Carlos Aires da Fonseca Panzo tendo notado que o mesmo, após a sua exoneração viajou para Portugal e não mais regressou ao país. Em função disto, Luanda acionou mecanismos internacionais que culminou com a detenção do antigo assessor presidencial, numa recente deslocação a Espanha.

 

Formado em econômica, Carlos Panzo é quadro superior do ministério das finanças, onde entre Novembro de 2010 a Maio de 2013 exerceu o cargo de Director Nacional da Unidade Técnica de Gestão da Dívida Pública do Estado. Consta que foi nesta posição que facilitou a Odebrecht, em troca de suborno. O mesmo seria denunciado por uma confidente subordinada, em retaliação a uma magoa de cariz passional.