Luanda - O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA), João Traça, destacou à Lusa a importância das primeiras privatizações em Angola, considerando há mais apetite por Angola hoje do que há um ano.

Fonte: Lusa

"O processo de privatizações em Angola é muito importante, porque se as primeiras privatizações correrem bem, será um enorme incentivo para virem mais investidores, mas se for um fracasso não será bom", disse o responsável.

 

"A capacidade de reconstrução de um país é uma sucessão de passos que t~em de ser dados com a noção de que o passo de hoje terá impactos nos passos de amanhã", apontou, vincando que, "de uma perspetiva empresarial, há mais apetite hoje por Angola do que havia há um ano".

 

Questionado sobre o impacto da recessão económica no apetite dos investidores, João Traça desvalorizou o crescimento económico negativo que se verifica desde 2016, e lembrou que os empresários costumam estar à frente dos indicadores económicos.

 

"Os investidores estão á frente da economia real, investem hoje na expectativa de que a economia cresça nos próximos tempos, portnato Angola não precisa de estar a crescer para haver investimentos", disse João Traça.

 

"Com menos peso do Estado na economia, vai haver mais oportunidades para os investidores estrangeiros, e mais diversificação económica e isso claramente será a chave para o crescimento de Angola", argumentou.

 

Questionado sobre a evolução das relações entre Portugal e Angola desde que João Lourenço tomou posse, a 26 de setembro de 2017, João Traça disse que ao nível empresarial as relações entre os empresários dos dois países sempre estiveram bem.

 

"As relações empresariais estiveram para além das questões políticas, que só são relevantes quando permitem a criação de instrumentos legais para incentivar as relações, como no caso da convenção para a eliminação da dupla tributação", afirmou.

 

O processo de privatização de dezenas de empresas angolanas, entre as quais parte da Sonangol e a Endiama, serão fundamentais para aprofundar o interesse dos empresários portugueses em Angola, mas João Traça destaca também a presença na SADEC para argumentar que esta é uma relação de futuro.

 

"Vai haver muitas oportunidades para reforçar a relação entre os dois países, nomeadamente nas privatizações e no maior envolvimento de Angola na SADEC, poderá ser um país a partir do qual as empresas portuguesas se internacionalizam para aquela região, servindo Angola como base", concluiu.