Luanda - As Forças Armadas Angolanas (FAA) celebram nesta Quarta-Feira, 9 de Outubro, 28 anos. Criadas ao abrigo dos Acordos de Bicesse, as ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) e as extintas Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) fundiram-se, em 1991, num Exército Nacional único, dando origem as FAA.

Fonte: Club-k.net

As FAA têm a missão da “defesa e salvaguarda da independência e da integridade territorial da República de Angola”, deram uma lição de moral à sociedade com a sua contribuição na consolidação da paz e da reconciliação nacional e, em última instancia, são a reserva moral da sociedade.


Muitas pessoas sabem o que significam as palavras Lealdade, Dever, Respeito, Serviço Abnegado, Honra, Integridade e Coragem Pessoal. Mas com que frequência vemos alguém que realmente vive de acordo com esses princípios? Durante a sua instrução básica, os tropas aprendem esses valores em detalhe e, daí em diante, comandam a sua vida com base nesses princípios, todos os dias e em tudo o que fazem - estejam no trabalho ou fora dele. Em suma, esses sete princípios listados supra são a essência do que é ser militar. São esses princípios que nortearam e continuam a nortear a actuação das FAA.


Dizem os especialistas na matéria que a guerra é um factor de desenvolvimento. A guerra mata e as suas consequências vão muito além das mortes no campo de batalha. Os conflitos armados geralmente levam à migração forçada, a problemas de refugiados a longo prazo e à destruição das infraestrutura. As instituições sociais, políticas e económicas podem ser permanentemente danificadas.


A nossa Guerra Civil não foi excepção. Sacrificou milhares de vidas, destruiu várias infraestruturas, adiou o desenvolvimento do país por longos anos, enfim, cobrou-nos uma fatura muito cara. Foi talvez a experiência mais traumática sofrida por qualquer geração de angolanos. No fardo da guerra devemos também incluir a desestruturação das famílias, a perda de valores, a tendência dos mais jovens primarem por facilidades e imediatismos, pela valorização do “ter” em detrimento do “ser” que se assiste nos dias que correm, com todas as implicações sociais que daí advêm. Já dizia o poeta “É a Guerra aquele monstro, que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e quanto mais come, e consome, tanto menos se farta”.

 

Felizmente para nós, o país vive há 17 anos uma paz efectiva em todo o território nacional, o que permite-nos olhar para o futuro com esperança e entusiasmo. Para tal, a chefia das Forças Armadas devem perspectivar a curto prazo um leque de acções para que elas ocupem o seu lugar no concerto das forças armadas das nações.


Entre outras essas acções incluem:

1) profissionalização das FAA;

2) o reequipamento das unidades com tecnologia militar de ponta, a defesa militar do país é onerosa, mas absolutamente necessária, vimos muito recentemente o preço do petróleo subir quase 20% após o ataque de drones contra instalações petrolíferas na Arábia Saudita;

3) a normalização da renovação dos efectivos com regularidade, depois de cumprir com o seu papel as pessoas têm que aceitar com tranquilidade a reforma, reforma é um processo natural;


4) o tratamento adequado dos veteranos de guerra, as pessoas que deram o melhor se si, deram a sua juventude, a sua saúde e muitos até a sua própria vida têm de ser tratadas com dignidade, veterano não pode ser mendigo, não;


5) a assinatura de protocolos com ministério do ensino superior para o reconhecimento e equivalência da formação ministrada nas escolas e instituições militares (os cursos militares também podem ser de nível de licenciatura, pós graduação, mestrado e doutoramento), à semelhança do que acontece noutros países, o militar não pode ser obrigado a fazer faculdade só para elevar o seu nível académico;


6) a reforma do processo de recrutamento e mobilização (o jovem angolano não pode ver as forças armadas como emprego, a vida militar é dura, exige o consentimento de sacrifícios);


7) massificação do ensino da língua inglesa e a consequente abertura e exposição das FAA aos órgãos e estruturas regionais, para ocuparmos as estruturas de defesa e segurança da SADC, UA e ONU, é dessa forma que a voz do país será ouvida, “militar angolano é bravo” muitos outros não o são, fogem das adversidades, nós não, angolano aguenta, é duro, por outro lado, pela sua experiencia as FAA têm uma palavra a dizer nas missões de manutenção da paz e segurança, para a qual já tem dado contributos visíveis.


Angola tem possibilidades reais e efectivas de ser uma potência a nível africano, para isso, as FAA jogam um papel preponderante. Ocupemos então o lugar que nos é devido


PARABÉNS À TODOS OS KWEMBAS, PARABÉNS FORÇAS ARMADAS ANGOLANAS. O país agradece pelo vosso trabalho.
“Angola nunca mais a guerra”

O autor
Nsambanzary Xirimbimbi