Luanda - José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola (BNA), confirmou ao NJ a notícia avançada pelo site Maka Angola, que quando exercia a função de administrador do Banco de Poupança e Crédito (BPC), entre 1999 e 2006, se tornou sócio daquele banco de capital público em três empresas criadas pelo BPC, tendo, entretanto, explicado que tinha as acções em representação da própria instituição bancária e que nunca recebeu quaisquer dividendos nas firmas.


Fonte: NJ

O homem que assume pela segunda vez o cadeirão máximo do banco central angolano partilhou acções com o BPC na Fénix-Sociedade Gestora de Fundos de Pensões SARL, Mundial Seguros e o BPC Imobiliário - empresas criadas na altura em que José Massano era administrador do banco que tinha como PCA Paixão Júnior.

 

Questionado pelo NJ sobre o assunto, Massano começou por admitir a sua relação com as três empresas privadas quando essas foram constituídas, justificando que tinha as acções mas que representava o banco público.

 

"O que aconteceu foi que alguns dos administradores [do BPC] - entre os quais eu - tinham, por isso, acções em nome da própria instituição. Estas sociedades acabaram por funcionar com muitas dificuldades.

 

Em relação àquelas que melhor funcionavam e já tinham certa rotina, como é o caso concreto da seguradora, quando foi colocada essa necessidade de arrumação, o que fiz foi muito simples: foi pegar aquelas acções e entregá-las ao BPC a custo zero. Como, aliás, tinha que ser", disse Massano ao NJ depois da conferência de imprensa da sessão extraordinária do Comité de Política Monetária, na quarta-feira, 23.