Lisboa - A Polícia Nacional francesa está a proceder a investigações respeitantes à prática de crimes de branqueamento de capitais, evasão fiscal e corrupção de altos funcionários do executivo angolano na sequencia de descoberta de indícios de ilicitudes cometidas por uma empresa francesa que opera no mercado angolano do sector da energia e águas e a quem foram adjudicados contratos milionários pelo Ministério da Energia.

* Miguel Dala
Fonte: Club-k.net

Empresa de familiar  de ministro suspeita de receber pagamentos 

Trata-se do grupo francês Eiffage Genie Civil cotado em bolsa de valores. As investigações estendem-se a outros países como no Brasil, China, Egipto, Líbano, França, Suíça e Portugal, onde o grupo também opera. No capitulo as atividades em Angola, as autoridades francesas investigam uma alegada rede de pagamentos ilegais a altos funcionários do Ministério da Energia e Águas Angolano que se acredita terem sido em troca de favores.

 

De acordo com informações, foram detetados diversos contratos simulados entre empresas sem actividade comercial visível e empresas a quem o Ministério da Energia e Águas tinha adjudicado contratos como é o caso da empresa “AMBERGOL Ambiente e Energia de Angola Limitada”.

 

Existente desde 2008, a AMBERGOL tem como mandatários, em Angola, Rui Manuel Borges de Carvalho André e Efigénia de Assunção Lino Gonçalves que assinam em nome da empresa portuguesa João Jacinto Tomé, S.A. (JJTOME) e a Sousa Pedro – Projectos e Gestão de Instalações Técnicas.

 

No seu wesite,  a JJTOMÉ apresenta-se como filial portuguesa do grupo francês Eiffage desde 2007.

 

Investigações dão conta da existência de contratos destinados a suportar comissões pagas ao alto funcionários Ministério da Energia de Angola pela adjudicação de empreitadas.

 

Uma das empresas identificadas como receptora dessas comissões é a Plurienergia actualmente com sede no Belas Business Park Torre B1 – 404 cujo propriedade é Ricardo Jorge Dias Borges citado como sendo familiar do ministro da Energia, João Batista Borges.

 

Nascido aos 24 de Março de 1982, Ricardo Borges, é filho de Fernando Carlos Dias Borges, identificado como primo do ministro João Batista Borges.

 

A Plurienergia, foi contratada pela AMBERGOL que inicialmente tinha sido contratada pelo Ministério da Energia. A AMBERGOL efectuou vários pagamentos para o banco português BPI.

 

Em 2017, a Plurienergia de Ricardo Borges recebeu um pagamento de 126 mil dólares da AMBERGOL. A factura de pagamento apresenta a morada “Rua Marien Ngouabi, no65” que é uma casa pertencente ao ministro da energia de Angola.

 

“Estas empresas, são acusadas de realizarem supostos pagamentos de serviços em bancos portugueses, fugindo assim ao pagamento de impostos em Angola”, conforme refere uma fonte que acompanha o assunto.

 

Ainda nas investigações foram igualmente detectadas a existência de uma empresa ligada ao Secretário de Estado da Energia e ao Presidente do Conselho de Administração da PRODEL, a GRD, a quem têm sido adjudicados inúmeros contratos de prestação de serviços sem qualquer concurso público.

 

Situação semelhante aconteceu com a empresa “Joel & Filhos Limitada”, que não preenche os requisitos legais para se candidatar a concursos públicos, mas que tem feito serviços que se destinam ao Ministério da Energia.


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