Luanda – A partir da cidade de Sochi (Rússia), onde se encontrava, a semana passada, o ministro das relações exteriores, Manuel Domingos Augusto baixou orientações para que uma delegação da inspeção do MIREX se deslocasse a Lisboa, a fim de averiguar denuncias de atividades irregulares praticadas pelo cônsul Geral de Angola em Lisboa, Narciso Espirito Santos Júnior, contidas numa carta que funcionários despedidos endereçaram a Presidência da República de Angola.

Fonte: Club-k.net

Manuel Augusto sacrifica Cônsul na capital lusa 

A delegação de inspeção que chegou no passado final de semana a capital Lusa, é integrada por cinco elementos sendo chefiada pelo inspector-geral do MIREX, Mateus Barros José acompanhado pelo novo Director do Instituto das Comunidades Angolanas no Exterior e Serviços Consulares (ICAESC), Júlio Gomes Maiato.


Em menos de 72 horas de trabalho, a equipa de inspeção do MIREX que iniciou a trabalhar desde segunda-feira (28), constatou evidencias de eventuais irregularidades substanciadas em suspeitas de sobrefaturação de preços em contratos, e em compras. A Inspeção notou também sustento nas denuncias que davam conta de despedimentos arbitrários a pretexto de crise financeira, mas que por outro lado resultaram na admissão de figuras ligadas a família do cônsul.

Irregularidades detetadas, a saber:

O Consulado de Angola em Lisboa  tem uma residência oficial (na rua das descobertas, em Restelo) deixada desde o tempo do embaixador Rui Mingas destinada ao cônsul geral. A mesma era até pouco tempo guardada por dois seguranças (de nacionalidade angolana) que auferem ordenados pela missão consular. No mês passado, o Cônsul Narciso Santos Júnior retirou os dois guardas desta residência e por sua vez contratou uma empresa de segurança firmando um contrato de 6 mil euros por mês. A referida empresa de segurança foi subcontratada por uma outra GALACTITÁTICA, sedeada no Rio de Mouro cujos contactos foram estabelecido por um cidadão português identificado por “Tomás”, próximo ao Cônsul e ao Vice-Cônsul, Mario Silva,  indicado pelo SIE.


Foi também detectado que  há  dois meses,   o cônsul comprou para o seu gabinete (e para o Hall de entrada)  mobílias de luxo  que custaram aos cofres de Estado 250 mil euros. Comprou também um tapete vermelho (com desenho da bandeira de Angola) para o seu gabinete que custou 75 mil euros. Os inspetores suspeitam que estes valores terão sido sobrefacturados.


Em relação, as denuncias de que fez  despedimentos de cerca de 30 funcionários de recrutamento local alegando crise financeira e por outro lado empregou  familiares,  a equipa da inspeção  detectou que ao tomar posse no dia 14 de Junho de 2016, o cônsul Narciso de Espirito Santos Júnior depois de um mês (4 de Julho do mesmo ano), nomeou - através do despacho N69/CG/2016) a sua filha,  Nariete Wuesa Casimiro do Espirito Santo  para as funções de assistente estagiaria no Gabinete de Apoio do Cônsul. Mais tarde, ao ser advertido que a Inspeção do ministério estaria atenta ao suposto caso de nepotismo, o cônsul exonerou a filha e a colocou trabalhar na empresa  STEP  AHEAD CONSULTING  que presta serviços de informática ao consulado em Lisboa, numa espécie de permuta. Em troca, recuou da decisão de rescindir o contrato com esta  empresa portuguesa de informática.


Em anteriores denuncias, o cônsul Narciso Espirito Santos Júnior fora acusado de realizar deslocações semanais a cidades portuguesas do Açores, a Madeira e ao Algarve, levando uma delegação na qual incluíam membros da sua família (esposa e uma sobrinha funcionaria do consulado), todos eles com direito a ajuda de custos. No entender das denuncias chegadas ao MIREX, tais viagens tiveram como único objectivo o proveito das ajudas de custos.


No contacto com a equipa da inspeção, Narciso Espirito Santos Júnior fez transparecer que estaria diante de uma “perseguição” por parte dos funcionários tendo fornecido uma lista com o nome de alguns  trabalhadores na qual ele suspeita serem responsáveis pela denuncia a presidência a   volta dos seus gastos.


Por outro lado, o ministro Manuel Augusto, revela-se decidido em tirar Narciso Espirito Santos Júnior de Lisboa, e transferi-lo para uma outra missão de forma a não criar constrangimento a sua imagem. O distanciamento do ministro as praticas do cônsul, é destinada a rebater relatos segundo as quais o mesmo estaria a proteger o Cônsul Geral em Lisboa, que como moeda de troca estaria a cobrir as despesas de saúde, em Lisboa, de um antigo funcionário do ministério, Belarmino Castro que no passado exerceu funções de vice-cônsul de Angola, no Solwezi, um distrito da Zâmbia, localizado na província Noroeste. Belarmino Castro é apresentado como primo do Ministro e recebe mensalmente 1600 euros do Consulado de Angola em Lisboa.

 

Filha do Consul estava nomeada como assistente