Luanda – O antigo vice-governador de Luanda para o Sector Económico, Miguel Ventura Catraio chamou o Club-K, na passada quinta-feira (31), em Luanda,  para dar a  versão que estiveram na base da sua esposa a não seguir  para Nova Iorque como Cônsul Geral de Angola. Catraio rejeita a versão  de que a senhora não tenha seguido viagem por sua causa,  pois não tem duvidas que “criaram um presente envenenado para afastar a diplomata”.

Fonte: Club-k.net

“Criaram um presente envenenado para afastar a minha esposa”

Miguel Catraio, esteve há a poucos anos preso, depois  ter sido considerado o mentor moral de crimes cometidos em Abril de 2015, quando a jovem Nikilauda Vieira Dias Galiano “Neth” foi agredida e lhe foi aplicado jindungo nos órgãos genitais. Aos 30 de Agosto de 2016 foi colocado em liberdade ao  beneficiar  de uma amnistia geral decretada pelo antigo Presidente, José Eduardo dos Santos.

 

Por agora, diferente da versão pública de que que o consulado dos EUA, em Luanda,  o teria rejeitado a emissão de um visto de viagem por alegado cadastro criminal, Miguel Catraio, descarta esta tese, uma vez que,  desde saiu  da prisão, já esteve nos Estados Unidos da América pelo que o seu nome não consta em nenhuma lista de impedidos. 


A quando esteve na Bélgica, o consulado dos EUA, em Bruxelas,   emitiu–lhe um visto diplomático aos 7 de Junho de 2017 que expirou em Junho deste ano, como fez questão de mostrar a equipa do Club-K. Miguel Catraio, explica que viajou sem constrangimento para visitar um dos filhos que estava a estudar neste país.


Por outro lado, o Club-K, contactou o consulado americano em Luanda, mas estes reservam-se na  confidencialidade  por imperativos legais. “os registos sobre solicitação de visto são confidenciais por imperativo da lei dos EUA. Por este motivo, o Consulado não pode comentar sobre pedido de visto de um requerente", justificou uma fonte consular norte americana. 


Pelo que tem acontecido ou circulado, o economista Miguel Catraio não tem duvidas que a versão popular de alegada rejeição do seu  visto viagem seja mesmo um embuste. O mesmo acredita que o ministério das relações exteriores (MIREX) não deu entrada do seu passaporte, uma vez que o seu documento de viagem não traz nenhum carimbo de negação de visto. O MIREX também não apresentou a sua família alguma nota verbal justificando o que aconteceu com o seu caso, uma vez que houve a emissão de visto para a esposa e para uma filha do casal.


De acordo com o entrevistado, “nesta situação toda onde vitima Miguel Catraio, e a minha esposa paga por tabela, por uma grande invenção contra a minha pessoa, estrangulam uma família que estariam em paz, porque haviam objectivos inconfessos muito forte, do senhor ministro das relações exteriores e sua equipa. Fizeram toda esta situação, dramatizaram, junto provavelmente da embaixada americana.”

 

Catraio continua  acreditar  que altos funcionários do MIREX terão recuado da decisão de enviar a sua esposa como Cônsul de Angola em Nova Iorque depois dela rejeitar a imposição que visava nomear para aquela missão consular um familiar do ministro Manuel Augusto e um outro da Vice-Presidente do MPLA, Luísa Damião.


“Há uma verdade por detrás disso tudo, em causa interna, o senhor ministro pretendeu impor a embaixadora Edith,  nomeada cônsul em Nova Iorque, que tivesse no consulado, a sua filha (do Sr Ministro) e a da vice-Presidente do MPLA, ação esta rejeitada pela cônsul nomeada porque haviam incompatibilidade de varia ordem”, diz Miguel Catraio alegando que "inconformados com a recusa deram inicio a todo este processo de procurar um alibi para inviabilizar a ida a Nova Iorque da cônsul nomeada.”


Segundo Catraio, “esta é a grande verdade de ordem interna conhecida por todos os quadros do ministério das relações exteriores”.


O também economista defende-se lembrando que “do ponto de vista legal, Miguel Catraio não é um criminoso. Os actos desta natureza não são transmissíveis. Eu não quero ficar com o ónus que a cônsul nomeada não fui cumprir a sua função por causa do marido, é uma mediocridade aceitarmos que nos corredores do MIREX seja o próprio ministro e os seus pupilos alegarem que foi aquele crime de Miguel Catraio e que América é assim. Tudo falso”


Catraio entende que se a direção do MIREX estivesse a agir de boa fé teriam prosseguido com o processo de envio da diplomata a Nova Iorque como cônsul mesmo sem a sua companhia como esposo. “Em lógica o que deveria ser de jure, seria a diplomata seguir para Nova Iorque, nem que fossem em reposição da legalidade dos actos”, defendeu.


Segundo conta ainda  “Por ordem superiores invisíveis,  porque não existe documentação nenhuma a contrariar nada disso (a nomeação ), a diplomata não foi para Nova Iorque e a justificação pública foi difamar o marido por um crime já amnistiado, e que o ministério não teve capacidade de resolver o problema”, disse.


Catraio vai mais longe denunciando que a direção do MIREX arranjou em tempo recorde “uma funcionaria com a categoria de vice cônsul no Dubai, e que haveria de certa forma satisfazer as vontades do titular, e a promoveram em 24horas para o posto consular em Nova Iorque. O inverso não aconteceu, é importante que seja a resposta a legalidade dos actos. Que tenham a coragem de corrigir este erro”.

 

Diplomata rejeita novo cargo  

Há semana passada o ministro Manuel Augusto convocou a esposa de Miguel Catraio, Edith do Sacramento Lourenço Catraio para que escolhesse um cargo a nível do ministério, em substituição do posto de Cônsul-Geral em Nova Iorque, mas esta acabou por rejeitar as ofertas a pretexto de no futuro não ser acusada de ter sido privilegiada por irmã Presidente da República.

 

Associação de Diplomatas pede abertura de inquérito

 

Por sua vez, fonte da  Associação de Diplomatas de Angola (ADA) fez circular uma nota manifestando solidariedade a diplomata que já não vai como Cônsul em Nova Iorque e por outro lado apela ao Presidente da Republica a instauração de um inquérito em honra da verdade.


“Nós Diplomatas e funcionários do MIREX apoiamos nossa colega Embaixadora Edith e Família Catraio. Todas as verdades foram ditas e muito mais existe para dizer. Apelamos a sua Excelência Presidente da República João Manuel Gonçalves Lourenço para exonerar toda a direcção do MIREX e mandar instaurar um inquérito, uma sindicância”, le-se na nota atribuída a ADA.


Segundo a nota,  “Essa direcção está a proceder muito mal e a manchar a imagem do país que devemos promover. Neste mês comemorativo da nossa Independência e da criação do Ministério das Relações Exteriores, precisamos a nível da Diplomacia, de recuperar a nossa Dignidade”