Lisboa – A recente exoneração de Aníbal João da Silva Melo, do cargo de Ministro da Comunicação Social terá sido o primeiro afastamento de um membro do governo que apanhou desprevenido, o secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa da Presidência, Luís Fernando, desde que este entrou para o palácio presidencial, em Setembro de 2017.

Fonte: Club-k.net

Em condições normais, Luís Fernando seria a primeiro a ser consultado pelo Presidente João Lourenço uma vez que é o assessor principal sobre as questões da comunicação social junto ao palácio presidencial. De acordo com fontes do Club-K, a exoneração de Melo aconteceu, num momento em que Luís Fernando encontrava-se, em Lisboa e foi dai que tomou conhecimento do assunto.

 

João Lourenço decidiu também não pegar no telefone para o consultar da medida. Recorreu recorreu a um assistente da secretária para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa da Presidência, Mário Jorge orientando-o a tratar da comunicação pública de despedimento de João Melo do executivo.

 

João Melo, o visado também foi pego de surpresa visto que na manha do mesmo dia reuniu-se com o João Lourenço, no palácio, falaram, sorriram mas sem imaginar que na noite do mesmo dia ser afastado. Por volta das 21h de Angola, depois de ter escutado todas as noticias pelos meios de comunicação, recorreu ao Twitter transmitindo que “deixei de estar ministro. Vou ser o que de facto sou: jornalista, escritor e professor. Um abraço a todos.”

 

Melo foi substituído por Nuno Caldas Albino, até pouco tempo deputado do MPLA (partido no poder) e presidente da 7ª comissão parlamentar (Cultura, Assuntos Religiosos, Comunicação Social, Juventude e Desportos).

 

O afastamento de João Melo é informalmente justificado pela media angolana devido ao facto de ter fornecido dados falsos para compilação do discurso presidencial de Estado da nação mas também a conduta que vinha tendo em relação seus amigos que no passado delapidaram ao país.

 

O caso mais visível foram as discretas reclamações da PGR de que as matérias de combate a corrupção não eram tratada devidamente pelos órgãos de comunicação do Estado, tal como faz a TV Zimbo. A atribuída proteção de Melo aos vulgos marimbondos, foi também evidenciada em dois fenómenos a saber.

 

1.Tentativa de promover o antigo director do Jornal de Angola, António José Ribeiro para uma pasta de adido de imprensa no exterior quando sobre este pesa, um processo de desfalque de cerca de 30 milhões de dólares que decorre no Tribunal de Contas.

 

2.Um dos colaboradores de João Melo, Eduardo de Sousa Magalhães que no ministério da comunicação social exerce o cargo de Director Nacional da Comunicação Institucional, estava a manifestar-se   assessor  informal do  ex- Presidente do Tribunal Supremo, Rui Constantino Ferreira,  recentemente afastado - por iniciativa propria -  na sequencia de escândalos ligados aos seus negócios privados.