Luanda - Há comportamentos na imprensa angolana que mostram que existem mesmo "notícias encomendadas" para derrubar dirigentes e ex-dirigentes. Já estava a achar estranho ver, em determinados jornais, que na verdade não são jornais - vamos ver se o novo ministro da Comunicação Social Nuno Caldas vai conseguir pôr ordem nisso, já que João Melo "desconseguiu" -, matérias seguidas contra o ministro da Energia e Águas João Baptista Borges.

Fonte: Facebook

Cheguei a escrever que a história da girafa, que não teve um devido esclarecimento até hoje, tinha qualquer coisa mal contada.


Hoje leio uma notícia da LUSA que dá conta de que o Presidente da República João Lourenço autorizou o ministro da Energia e Águas a rescindir 13 contratos com a empresa AEnergia, SA, que tinha o propósito de instalar uma central termoeléctrica, bicombustível de 750 MW, no Soyo II, província do Zaire.


O objecto principal destes contratos consistia, segundo a notícia da LUSA, na instalação de novas centrais de produção, assistência técnica e manutenção dos centros electroprodutores bem como a construção de pequenos sistemas de abastecimento de água.


A LUSA escreve que o acordo veio a ser rescindido porque na execução dos contratos "verificaram-se comportamentos irregulares por parte da empresa 'AEnergy, SA', designadamente na aquisição de quatro turbinas, no âmbito do financiamento GE Capital, sem que as mesmas tivessem sido previstas nos contratos celebrados com o Ministério da Energia e Águas".


Isto fez-me perceber a "razão" da insistência do nome "João Baptista Borges", em determinados semanários, nas últimas semanas, sem haver ligações entre o título de destaque e o corpo do texto.


Agora que li esta notícia da LUSA, a minha suspeita ganha mais corpo: pela minha observação, sinto que essa empresa "AEnergy, SA", que estava a enganar o Estado angolano com sobrefacturação, de acordo com decretos presidenciais citados pela LUSA, esteja por trás de informações, sem nenhum conteúdo jornalístico, que estão a ser reiteradamente publicadas nos mesmos jornais nos últimos tempos contra o ministro da Energia e Águas.


É que a data da rescisão dos 13 contratos, de acordo com a minha observação, coincide com a data em que os mesmos jornais começaram a escrever alegadas notícias que mostram má gestão do ministro João Baptista Borges.


Isto reforça a minha ideia de que determinados jornais servem para promover calúnias e difamação contra dirigentes e ex-dirigentes a troco de quantias monetárias ou outros "favores".


É só lermos que as "notícias", sobre os mesmos "alvos", não trazem nada, jornalísticamente falando.
Só pode haver interesses inconfessos contra alguém, quando, nas notícias, não há nenhuma substância para ser chamada notícia. E o incrível é que os mesmos alvos aparecem na capa de edições seguidas.


Há indícios muito fortes que mostram que determinados jornais estarão a fazer "mercenarismo jornalístico" contra auxiliares do Titular do Poder Executivo, devido à nova postura do Governo, em relação à contratos que lesavam o Estado.


Seria bom que as nossas autoridades (de investigação) estivessem atentas a estes sinais para se pôr ordem nisso. É preciso investigar se há ou não "encomendas na imprensa".


Não sei se foi por isso que, aquando da tomada de posse do novo ministro da Comunicação Social, Nuno Caldas, o Presidente da República João Lourenço orientou "salvaguardar o nome das instituições".
Confesso que fiquei sem saber o que João Lourenço queria dizer com isso, mas sinto haver aqui uma relação com algum "mercenarismo jornalístico" que é feito a olhos nus, sem nenhuma reacção à altura por parte do Ministério da Comunicação Social, já que a Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) não tem poder sancionatório para alterar isso.


Se assim for, João Lourenço tem o meu apoio neste aspecto, embora eu quisesse que tal competência legal fosse da ERCA, um órgão mais independente, e não do Ministério da Comunicação Social, que depende da vontade unilateral do Presidente da República, um departamento ministerial que não faz sentido existir nos dias de hoje.


Sendo o novo ministro um quadro da JMPLA, não é jornalista e não conhece os fenómenos da nossa imprensa, tenho muitas dúvidas da eficácia da "salvaguarda do nome das instituições" na imprensa.

Carlos Alberto (in facebook)
Por Combate A Jornais-Mercenários
05.11.2019