Luanda - Depois de ter passado por "maus bocados", por motivos de saúde, vou aos poucos voltando à vida, apesar de hoje ter de voltar à clínica para ser reavaliado.

Fonte: Club-k.net

Estou com Victor Hugo Plineo Ngongo

Enquanto estive internado na Clínica Sagrada Esperança e em convalescença, em casa, o país foi acontecendo, com avanços, estagnações e recuos, sem que eu pudesse intervir, ou fizesse qualquer comentário zito sobre os acontecimentos. Os kambas e colegas (incluindo chefia) do serviço que me honraram com suas visitas, na Clínica e em casa e com telefonemas de encorajamento, aos quais agradeço, foram os meus olhos e ouvidos para alguns temas, nomeadamente, Mfuca Muzemba, Américo Vaz, Hossi Sonjamba, Miguel Panzo, Bento Sungo, Cedrick de Carvalho, Joana, Ely e o big boss, além de familiares.


Entre os vários acontecimentos constam actos do PR JLo, um deles a nomeação do meu amigo Nuno Carnaval(merecerá o meu comentário noutro post), o Congresso da UNITA, a interrupção do mandato da Tchizé dos Santos, etc.


Neste meu primeiro post, após o regresso à estas lides das redes sociais, merece a minha atenção um tema que tem a ver com o 13° Congresso da UNITA, especificamente sobre a atitude de uma das candidaturas.

Não sendo aquela que eu de início apoiaria, se eu fosse do galinheiro, entretanto protagonizou um feito digno de reparo, comentário e estima: a candidatura do Alcides Sacala, nomeou como Porta Voz, logo, uma das figuras de maior destaque da sua estrutura de campanha, uma Pessoa com Deficiência, exactamente, o Victor Hugo Plineo Ngongo(na foto). Depois de ter sido preterido por Isaías Samakuva para uma posição, na lista de candidatos a deputado, em que não teria hipótese de ser eleito, nas últimas eleições gerais, é um candidato que eu não esperava, que reconhece competências e dá visibilidade à uma Pessoa com Deficiência, facto que não tem sido comum em Angola, sobretudo nos dois partidos com responsabilidades na existência de grande parte dessa franja de cidadãos.


Temos advogado e provado que podemos ser tão capazes quanto os outros e que devemos estar nas estruturas onde se tomam as grandes e mais importantes decisões, até mesmo como forma de termos visibilidade, o que contribuirá para o combate à discriminação e ao estigma em relação a nós, bem como se desconstruir as barreiras mentais, arquitectónicas e arquitectadas existentes.


Apesar das nossas manifestações públicas de repúdio à nossa invisibilidade, que considero propositada (uma das últimas foi a carta aberta que escrevi para o actual Presidente da República), não nos têm tidos, nem achados.


O MPLA - Partido que governa o país há mais de quarenta (40) anos e corresponsável da guerra que "produziu" centenas de Pessoas com Deficiência e responsável dos desvios de recursos, que se fosem investidos na saúde, muitos de nós vítimas da poliomielite e outras patologias, se calhar estaríamos a viver outra realidade - e a UNITA, parceira do outro, de muitos males perpetrados contra os angolanos, nunca se mostraram dispostos e disponíveis a reconhecer e respeitar os nossos direitos humanos, nem que fosse para se redimirem.


Daí que a atitude de Alcides Sacala merece o meu aplauso. Se eu fosse do galinheiro, hoje, dia de reflexão, antes do arranque dos trabalhos do Congresso, estaria dividido, entre votar neste candidato, ou no Adalberto Costa Júnior, já que a minha decisão e o meu compromisso, a já uns anos, é só votar em candidaturas de Pessoas com Deficiência, que as tivesse bem posicionadas, ou de mulheres.


Mas qualquer deles, ao ser eleito presidente partidário, poderá ser candidato a Presidente da República, e aí precisará do meu voto. Como eleitor que não se limita a votar, mas também faço campanha eleitoral, qualquer candidato tem algo a perder ou ganhar. E é importante terem em atenção, que hoje por hoje, as minorias já definem resultados eleitorais.


A minha chamada de atenção é que, o nosso irmão Victor Hugo Plineo Ngongo não seja apenas um cabo eleitoral, mas que seja tido em conta no momento de nomearem as pessoas para os cargos de direcção. Kota Sacala, pelo menos Secretário Geral ou Secretário Geral Adjunto!


O que seria meu candidato já decepcionou-me, embora se mostre ser de mente aberta, não senti, nem nos discursos, alguma sensibilidade à nossa causa. Pelo que, deverá ficar com a consolação de que aprecio-o muito e o considerava o melhor para substituir Isaías Samakuva.


Das outras candidaturas nem adianta falar. O Raul Danda quer 45% de mulheres na sua direcção, caso ganhe as eleições partidárias. Porquê não, 30% de mulheres e 15% de Pessoas com Deficiência (mulheres e homens)?

Brincadeira séria: quem nos ignorou, não vai ganhar.
Victor Hugo Plineo Ngongo, força! Estou contigo, tens o meu apoio!

Nada sem nós é inclusão

Inclusão só connosco
#NadasobreNósSemNós

Por: Adão Ramos