Luanda - Angola possui cerca de 26 milhões de habitantes, e destes, mais de 99,1% sofre amargamente a cada dia que se passa, os males cuspidos pela desordenada vida que se leva no País, e, nenhum dos quais enaltece a actual teia de desordem que se vive em Angola. Nem sequer com um prodígio isso seria uma verdade, de que se as eleições fossem hoje, o MPLA ganharia, é uma simples fantasmagoria, inoportuna e privada de coerência.

Fonte: Club-k.net

Ninguém é tão inócuo ao ponto de dessaber plenamente a amargura do povo angolano aos nossos dias, e, asseverar que o povo vive bem hoje em Angola com João Lourenço em frente do comando do destino da nação, e que, se as eleições fossem hoje o MPLA ganharia as eleições. É desumanidade descomunal, cogitar que os angolanos assistem ao melhor da vida hoje com JLO, ao passo que, na verdade, os angolanos, conjugam o verbo sofrer em todos os tempos até no imperativo.

Será que o termo ganhar para muitos políticos actuais não atesta nada. É necessário desfrutar de mais arrojo e cuidados ludibriar mentiras para enganar o povo sofredor – mor, ou em fabricar embustices isentas de pernas para marchar. Hoje o povo está mais vivo que nunca. Ninguém come promessas, e ninguém vive a vida toda a ser enganada. Até o mais burro de todos os burros, desperta quando é enganado de forma excessivamente descuidada.

 

O que é ganhar, afinal? Na nova edição do “Grande Dicionário de Língua Portuguesa”, uma obra lexicográfica de referência no universo da lusofonia e no panorama mundial dos dicionários de língua portuguesa diz – se que, “ganhar” é um verbo cuja tradução se exprime na acção de vencer, alcançar vantagem, sucesso, numa competição ou debate (ganhar a batalha, ganhar o processo). Obter por meio de qualquer combinação, esforço ou trabalho; adquirir, alcançar, conquistar, ou apoderar – se de, etc. Por que razão há quem ousa dizer que se as eleições fossem hoje o MPLA ganharia? Será que há gente que não sabe que hoje o povo angolano está a sofrer mais que na era colonial?

 

Aliás, no tempo do colono havia boa qualidade de vida, e isso, nem sequer no segredo dos deuses hoje existe. Não há emprego, há um crescimento da criminalidade a uma velocidade assustadora, há pessoas a morrerem a cada dia que se passa de fome, como podem ousar dizer que se as eleições fossem hoje o MPLA havia de ganhar?

Quem os votaria afinal com esse todo sofrimento que o povo angolano hoje padece? Por que razão haveria de ganhar? Há algum indicador social para tal vitória? Foi realizado um estudo social por uma equipa credenciada que concluiu essa verdade? Ou são apenas hipóteses empíricas sem senso racional algum?

Estamos a brincar com o sofrimento do povo. Ao se firmar isso, prova – se que, existe um eminente grau de alheação por parte dos políticos angolanos quanto ao sofrimento que o povo angolano atura aos nossos dias. É excessiva a agnosia que se assiste nas faculdades mentais dos políticos angolanos, quanto a dor que o povo hoje vive. Parece que existe um mundo só dos políticos angolanos, e um outro só do povo. No mundo dos políticos tudo está bem. No mundo do povo tudo está mal.

 

O que MPLA terá realizado para convencer o povo e ganhar as eleições? Para além de ter prometido 500 mil empregos, boa qualidade de vida aos angolanos? O MPLA de João Lourenço não terá feito nada, senão inverter tudo: “de melhorar o que está bem à piorar o que estava bem, e de corrigir o que estar mal à destruir o que estava mal.” Além de mais, JLO arriscou uma política de destruição do Partido que dirige, acusou a Eduardo dos Santos de ter deixado os cofres vazios, de ser um marimbondo, de que vão queimar no fogo, de que estragaram o País. Não obstante, expulsou a sua filha do Comité Central e na Bancada Parlamentar. Longe disso, está uma perseguição interminável a sua clã.

Nada mais terá sucedido de melhor para a vida do povo angolano que sofre dia – pós – dia com os efeitos tóxicos de um sofrimento quase interminável, dado por uma (des) governação que desconhece que existe um povo a sofrer. Impõe um IVA para ampliar as hecatombes sociais dos pobres angolanos que aguentam os efeitos tóxicos da crise. E, hoje, numa excessiva ironia, alguém aparece e afirma que irão ganhar as eleições? Que eleições afinal? Está a se referir de Angola ou de um Paraíso? Com esse elevado grau de descontentamento social há coragem para tanta utopia e mentira?

 

Como um Partido ganhará as eleições na excessiva divisão que vive? Como um Partido ganhará as eleições perseguindo aos que o antecederam? Como um Partido ganhará as eleições num País que ficou pior que um inferno à céu aberto? Nenhuma mentira supera esta, e esta tem a dimensão de uma montanha de mais de sete quilómetros.

Os políticos angolanos aclimataram – se a passar ao lado de um sintoma que, por parecer melhor, se impôs como um critério de construção de confiança junto do povo angolano, mesmo que isso seja uma mentira desprovida de raciocínio. O intuito visa fazer acreditar a população angolana de que as coisas andam bem.

 

Ou seja, mentir, mentir, mentir, mentir, é o lema de quem hoje se colocou em frente do destino da nação angolana. Não é verdade que se as eleições fossem hoje o MPLA ganharia as eleições. Aliás, é claro que o MPLA perderia logo de imediato. Em parte, esse comportamento de inverter o sentido da verdade dos factos em Angola, explica o comportamento das lideranças políticas angolanas, as quais não raro, se negaram sempre a reconhecer a gravidade da vida que o povo angolano leva desde que este ficou livre das algemas coloniais. Aliás, é claro que, hoje vive – se muito pior que na era colonial, e, com essa vida tão péssima, pior que um animal selvagem, talvez um veado na mata vive melhor que um angolano em Angola, ninguém se contentaria, nem sequer aceitaria nas palavras fervidas com mentiras de que se as eleições fossem realizadas hoje o MPLA venceria.

 

Em nenhum momento os líderes políticos se contrapõem as mentiras. Continuam a acreditar nas inverdades como se essas fossem mais sábias que as verdades. O povo hoje está a sofrer mais que na era colonial, e, mais ainda, que no tempo de guerra. A vida do povo angolano está cada dia mais difícil, como ousam dizer que se as eleições fossem hoje, o MPLA de João Lourenço haveria de ganhar, é claro, estaria muito longe de ser um facto real.

 

Um País que consagrou – se a perseguir Eduardo dos Santos e a obrigá – lo a um exílio imperativo na Espanha, com variadas ameaças de sua integridade física. Não pode, de jeito nenhum, achar – se herói em tempo de sofrimento, em que, ao invés de dar pão ao povo dá pedra e sofrimento, enquanto isso, os milionários felicitam os seus filhos e apadrinham casamentos onde são gastos milhares de dólares. Patrocinam a construção de ginásios milionários e de cidades super – luxuosas para Ministros fazerem os seus desfiles luxuosos. Enquanto isso, o povo angolano morre esfomeado todos os dias que se passam, sem nada para comer, ainda assim, acrescenta – se o IVA. Não é verdade, e, jamais será verdade que se as eleições forem hoje o MPLA ganharia. Essa é daquelas mentiras feitas com tanto descuido que nem um bebe de dois meses de idade acreditaria.

 

Apesar da equipa de João Lourenço consagrar o seu consulado todo na perseguição implacável à família Eduardo dos Santos. José Eduardo dos Santos continuará a ser um verdadeiro herói para quem sabe que significado teve para a vida dos angolanos, aliás, é um verdadeiro salvador da Pátria. Talvez, os seus créditos tenham subido depois de 2002, não tanto pela forma, creio, como resolveu os conflitos armados, mas principalmente pelo gesto de clemência com que cumulou os seus adversários no final da guerra civil em Angola.

 

João Lourenço, apesar de consagrar – se em perseguir a família Eduardo dos Santos e exigi – la a um exílio imperativo na Europa. Este não trará nada de melhor para Angola. Aliás, sua única missão é vingar – se do passado que terá vivido no MPLA dirigido por Eduardo dos Santos. Assim, apesar de João Lourenço ter – se posicionado numa pessoa fiél a Eduardo dos Santos, esperava apenas a hora do adeus para pagar tudo, com a mesma moeda: “Vingança — olho por olhos e dentes por dentes.”

 

Assim, a nomeação de Calabeto sobrinho de Eduardo dos Santos para assistir na Casa Civil ao Departamento de Segurança do Presidente da República, nada de crédito dá em termos de confiabilidade de que não existe perseguição e vingança em Angola. Pois que, enquanto um sobrinho é nomeado, a primogénita, talvez a alma nobre do Eng. JES, ou seja, a peça fundamental da família Eduardo dos Santos, a verdadeira conselheira do Eng. Eduardo dos Santos: “Isabel dos Santos”, é a cada dia que se passa perseguida como se estivesse cometido o pior erro da natureza, desde que veio ao mundo. Enquanto isso, cépticos afirmam não haver vingança em Angola, e que, a perseguição a família Eduardo dos Santos teria sido um gesto do MPLA acabar com a família para salvar o Partido, e que foi Eduardo dos Santos quem orientou em combina secreta com João Lourenço que se acabasse com a família Eduardo dos Santos e se salvasse o Partido, ou seja, seria uma táctica de Maquiavel, sacrificar a vida para salvar a organização. Como se pode sacrificar Eduardo dos Santos e sua família para salvar um Partido?

 

Não é verdade que José Eduardo dos Santos foi quem orientou a Lourenço que perseguisse e acabasse com a sua família para salvar o MPLA. Nada justifica que se tenha de acabar com a família Eduardo dos Santos para salvar um Partido político. Nada disso é uma verdade. Na verdade no MPLA não há inocentes, e se for para pagar não deve ser apenas a família Eduardo dos Santos e os pro – eduardistas, tem de ser todos quanto afundaram esse País, a começar pelo actual timoneiro da nação.

 

O facto de ter promovido o chefe do protocolo do tempo de José Eduardo dos Santos na posição de um embaixador, e manter o motorista pessoal de Eduardo dos Santos, promover o sobrinho de Eduardo dos Santos, manter a segurança de Eduardo dos Santos à sua guarda, não justifica que haja unidade no seio do Partido e que haja relações normais entre ambas as partes que encontram – se em guerra psicológica. De lembrar que enquanto JLO se encontrava na Rússia, mesmo depois de Isabel dos Santos ter solicitado um encontro secreto com o Presidente da República General João Lourenço, e ter - lhe pedido ao socorro para que não fosse expulsar Tchizé dos Santos do Comité Central, nem da Assembleia Nacional, nada resultou, o pedido terá dado no ponto invertido. Se de facto não existe caça – as - bruxas porque persistem em atacar a ala Eduardista? Dizem eles que foi Eduardo dos Santos quem orientou sacrificar a sua própria família e os seus defensores para salvar o MPLA. Será que, alguém aceitaria sacrificar a sua família e os seus amigos e compatriotas de trincheira para salvar uma organização? Talvez sejam as mentiras políticas de sempre, assim como com tanto sofrimento que se passa hoje o MPLA ganhará as eleições, também foi o Eng. José Eduardo dos Santos quem orientou que fossem perseguir a sua família e os seus aliados para salvar o MPLA, há mentira para tudo no MPLA, só não há soluções para nada.

 

BEM – HAJA!

 

JOÃO HUNGULO – MESTRE EM FILOSOFIA POLÍTICA.