Luanda - A UNITA o maior partido da oposição em Angola e um dos grandes partidos de libertação de Angola, fez história ao realizar um congresso para legitimar o seu novo líder, num processo com múltiplas candidaturas . Este foi claramente um exercício que demonstra coesão, solidez e maturidade democrática.

Fonte: Club-k.net

Um exemplo a seguir que vem da UNITA

Com este exercício democrático, diga-se, já mais visto a nível partidário na história da República de Angola , a UNITA deu mais um passo, dos vários que tem dado, para elevar sua reputação de um partido democrático comprometido com Angola .Com a eleição de um novo líder , a UnIta sinaliza também aos Angolanos em geral , que está pronta para criar consensos e governar Angola.

Os tempos de uso de adjectivos pejorativos a UNITA, já a muito ficaram para trás ,embora haja ainda irracionais como o Deputado João Pinto, com o seu mais disparate de “ propagandista de Savimbi na Europa” .

Os tempos são agora para realização de Angola e dos Angolanos , algo que outros partidos políticos certamente não conseguem dizê-lo livre e conscientemente, tendo em conta os níveis de corrupção a que levou o país por um lado , por outro , as disputas vergonhosas que ocorrem em outros partidos políticos e coligações de partidos .

A UNITA deu o tiro da largada na legitimação da sua liderança por via voto com múltiplas candidaturas , e para quando o MPLA , FNLA, CASa-CE etc

Desde 1979 a quando do passamento fisico do primeiro presidente de Angola , o MPLA tem experimentado uma democracia interna, segundo os seus membros. Em abono da verdade não se trata de democracia , mas de um alinhamento da maioria ao pensamento do líder, como se diz no MPLA , apoio a “moção do líder”.

De Dr Antônio Agostinho Neto para José Eduardo dos Santos (JES), o líder foi escolhido a dedo. Segundo fontes bem informadas, a escolha de JES refletiu o desejo de Dr Antônio Agostinho Neto.
De José Eduardo dos Santos( JES) para João Manuel Gonçalves Lourenço (JLO) idem , o primeiro escolheu o seu sucessor na liderança do país.

João Manuel Lourenço chegou a liderança do país escolhido a dedo pelo Seu antecessor (JES) como o sucessor ideal , reservando-lhe o segundo plano a nível partidário , o que gerou um novo vocabulário, a bicéfalia. Após varios esforços e contestações lá conseguiu-se forçar o velho JES a abandonar a liderança do MPLA , num acto também denominado de transição de liderança. Embora tenha ocorrido no quadro de um congresso , mas não houve múltiplas candidaturas , houve uma só candidatura , a de João Manuel Gonçalves Lourenço , por imposição do então líder , José Eduardo dos Santos . Por isto , não foi um acto democrático , muito menos livre , os votos serviram apenas para confirmar a vontade do então líder do MPLA .

Após assumir o poder do palácio da cidade alta e do palácio do MPLA , Joao Manuel Gonçalves Lourenço assumiu uma roptura com regime do seu antecessor de que ele próprio fazia parte, num sinal claro de que não havia democracia no MPLA para discutir os temas do país .

Com esta rotura , Joao Manuel Gonçalves Lourenço demonstrou ser um líder reformista , aliás como assumiu ser , em varias ocasiões . Angola precisa de facto de líderes reformistas , mas com visão de país e não com visão partidária . E hora de João Manuel Gonçalves Lourenço demonstrar que se propôs assumir o mais alto cadeirão do país para realização de Angola e não para perpetuação do MPLA no poder , Angola é maior que o MPLA.

Hoje já não existe dúvidas que as reformas de que o país precisa passam pela revisão da constituição de 2010, o casaco de JES. As reformas passam também pela despartidarização das instituições públicas , a completa separação de poderes entre o poder executivo, o legislativo e poder judicial.

Sem estas reformas não será possível realizar Angola, o exemplo mais recente foi a não cobertura do congresso da UNITA pela TPA à televisão de Angola que ainda é usada como televisão do MPLA!

Reformas necessitam de líderes comprometidos com o país e não com o poder, muito menos com o partido. Estas reformas precisam de líderes cuja maior motivação política seja o povo Angolano e não a perpetuação de um grupo no poder .

Não haverá reformas no país , se não haver reformas nos partidos políticos , e estas reformas começam exactamentamente com a democratização das forças políticas e a legitimação dos seus líderes por via do voto , um exemplo dado pela Unita, que deve servir de lição as demais forças políticas .

Por isto , a pergunta que colocamos aos membros do MPLA é a seguinte :

Para quando um congresso que legitime o líder do maior partido , o MPLA?