Luanda - O subsistema de ensino superior é o conjunto de órgãos, instituições, disposições e recursos que visam a formação de quadros de alto nível para os diferentes ramos de actividade económica e social de um pais, assegurando - lhes uma sólida preparação, cientifica, cultural e humana, assente em programas pertinentes e em projecto de investigação cientifica e extensão universitária.

Fonte: Club-k.net

A frustração dos novos licenciados

O ensino superior foi implantado em Angola (então colónia portuguesa) somente no ano de 1962, com a criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola. A Igreja Católica tinha, porém, criado em 1958 o seu Seminário, com estudos superiores em Luanda e no Huambo. À criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola seguiu-se a criação de cursos nas cidades de Luanda (medicina, ciências e engenharias), Huambo (agronomia e veterinária) e Lubango (letras, geografia e pedagogia). Em 1968, os Estudos Gerais Universitários de Angola foram transformados em Universidade de Luanda, tendo em 1969 sido inaugurado o Hospital Universitário de Luanda. A Igreja Católica havia, entretanto, criado em 1962 o Instituto Pio XII, destinado à formação de assistentes sociais.


No período colonial, o acesso ao ensino superior destinava-se somente a quem integrava as camadas superiores da hierarquia social, podendo mesmo dizer-se que, nos primeiros anos de implantação em Angola, era difícil que alguém pertencente às camadas médias da hierarquia social tivesse acesso ao ensino superior.


O local de nascimento, o local de residência e a posição social determinavam claramente o acesso a este nível de ensino, que reproduzia para as gerações seguintes a estratificação social da Angola colonial.


Com a proclamação da independência política de Angola, em 1975, foi criada a Universidade de Angola (em 1976), mantendo-se uma única instituição de ensino superior de âmbito nacional.


No ano de 1985, a Universidade de Angola passou a designar-se Universidade Agostinho Neto, que se manteve até 2009 como única instituição estatal de ensino superior no país. Neste ano, a Universidade Agostinho Neto (UAN) foi “partida” em 7 universidades de âmbito regional, mantendo-se a UAN a funcionar em Luanda.


De acordo com as fontes do Ministério de Tutela existem pelo menos 72 instituições de ensino superior entre públicas e privadas em Angola, se por exemplo fazermos um cálculo básico de números de licenciados que saem anualmente em média na razão de (72 x 300 = 21.000), novos licenciados com ou sem qualidade estarão disponível para o mercado de trabalho e por conseguinte temos problema de morte precoce das empresas ou seja, todos anos em média fecham por exemplo mais de 50.000 mil micros, pequenas empresas de acordo os dados do MAPTSS (Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social), pelo menos o quadro não é favorável, situação que não oferece segurança aos jovens que se formam no nosso país.


O crescimento das instituições de ensino superior em Angola, representa com certeza um grande ganho, é mister que isto proporciona mais alternativa em termos de opções dos jovens que pretendem ingressar neste subsistema de ensino até ai estamos de acordos, o grande problema é a falta de planificação do ponto de vista de formação de quadro a nível do nosso país, ou seja o Estado em conjunto com as instituições que o representam tal como o órgão de Tutela (Ministério do Ensino Superior) as empresas ou os sectores de empregabilidade no sistema público devem criar ou estreitar as relações estratégicas no que dizer respeito a formação, isto significa que o Estado deve regular os cursos e a formação superior no país, ou seja é importante que se faça um mapeamento no âmbito das necessidades ou das áreas especificas no que concerne, as licenciaturas, mestrados ou doutoramento, as pessoas não podem se inscrever numa formação ou área de conhecimento de que não seja de interesse do Estado, o mesmo procedimento de ser extensivo para a criação e legalização dos cursos superiores ministrados nas instituições privadas, parece ser desnecessário permitir que surgem universidades ou instituições com cursos que já estão em excessos, como é o curso das áreas de ciências sociais e humanas, no nosso ponto de vista, esta situação é que tem feito com que os jovens façam cursos aleatoriamente, sem que os mesmos estejam no plano das necessidades do Estado ou das Empresas. Este cenário desencadeia vários comportamentos a nível dos jovens que acabam as suas formações, quer a nível interno ou externo, temos vindo a observar jovens licenciados na venda ambulante, nos mercados informais alguns a venderem vários bens, outros ainda a concertarem telefones, computadores em fim (...)!


Tudo pelo facto de não existir estratégia de alinhamento de recursos humanos nas organizações e porque também o Estado não fiscaliza e nem se preocupa com a formação dos seus cidadãos, ainda assim continuamos assistir o envio de muitos jovens para o exterior do país no sentido continuarem com a sua formação superior, nós pensamos que devíamos parar de enviar indivíduos no exterior, deve-se cancelar temporariamente as bolsas de estudos até que se resolva a situação dos muitos angolanos que formaram e andam ai a deambular e frustrados porque os seus sonhos foram interrompidos.