Luanda - Falando na passada sexta-feira, 29 de Novembro de 2019, no Programa “Grande Entrevista” da TV Zimbo, a primeira vez após ser eleito Presidente da UNITA, em que respondeu sobre as autarquias locais em 2020, e as eleições gerais em 2022, a alteração da Constituição da República de Angola, e da composição da CNE, da estratégia do seu Partido para o alcance dos objectivos presentes e futuros desta organização política, da situação da Rádio Despertar, entre outros pontos importantes, Adalberto Costa Júnior reiterou trabalho fora dos gabinetes.

Fonte: Club-k.net

“Foi este o desafio que direccionei a todos os quadros que tomaram posse essa terça- feira, agora é sair dos gabinetes, procurar o cidadão e trabalhar afincadamente”.


Em relação a tese discutida a todos os níveis nas conferências realizadas por esta força política e durante o Congresso sobre o cabeça de lista do Partido, o líder da UNITA disse que, “Esta é daquelas que teve uma resposta muito clara: o Cabeça de lista é o Presidente do Partido”.


Adalberto Costa disse que a UNITA vai posicionar-se no sentido de poder sair vencedor nas eleições autárquicas e poder ser a opção da maioria dos angolanos em 2022.


O Responsável do maior Partido na oposição em Angola defendeu que, as eleições sejam realizadas em todos os municípios e em simultâneo, “Por uma questão de igualdade e de oportunidades. Nós não temos uma Angola de primeira para uns angolanos, e uma Angola de segunda, de terceira e de quarta para outros. Portanto, nós defendemos efectivamente condições iguais para todos os cidadãos deste país”.


Em análise a governação do Presidente da República, João Lourenço, o Presidente da UNITA considerou ter havido em dois anos de mandato do Chefe do Executivo angolano, “Um incremento da crise. De 2017 a 2019 todas estas medidas que vão sendo criadas não proporcionaram melhoria de vida a ninguém. Nós temos hoje uma desvalorização da moeda a níveis verdadeiramente impensáveis. Nós temos uma série de problemas, nós temos as empresas a aumentarem as falências. Nós temos o desemprego a aumentar, nós temos a pobreza a aumentar, e de facto o balanço da governação não é positivo”.


Em relação a estratégia da UNITA para governar o país e tirar o país da crise, o responsável do segundo partido mais representado na Assembleia Nacional afirmou ser propósito da força política, “Trazer o Partido para uma grande proximidade ao cidadão. Fazer das causas do cidadão os actos do Partido. Este é um grande compromisso que nós temos, muito forte”.


O Presidente da UNITA defendeu um combate a corrupção não direccionado, “Nós temos aqui um combate a corrupção que para todos os angolanos surge como um combate em que se perseguem uns e se protegem outros. Isto é claramente evidente. E, portanto, não é a melhor forma”.


De acordo com o líder da Oposição Política Angolana, a alternância política poderá chegar já em 2022, “Mais facilmente se nós mexermos na Comissão Nacional Eleitoral.


Com o formato da actual Comissão Nacional Eleitoral, ela não é associada a facultar processos eleitorais transparentes, infelizmente. As Instituições “check and balance” que nós temos em Angola, todas elas têm uma maioria de representantes partidários do MPLA. E, alterem esta maioria, a CNE também elas invalidam a sua acção”.


“Nós precisamos fazer reformas da própria Constituição, reforma do Estado em si. Há uma reforma da Administração, apenas. Esta reforma se ficar apenas por estes critérios, ela também vai acabar por demonstrar-se ineficaz”.


Sobre a Rádio Despertar que surgiu nos termos dos acordos de Lusaka, entre o governo e a UNITA, Adalberto Costa Júnior disse esperar que, “O governo tenha a condição de respeitar efectivamente as promessas que fez que deveria ter uma licença de emissão nacional, que não tem. Tem uma emissão restringida aos limites da província de Luanda”.