Luanda - A tua postura e a forma como conduzes a nossa nação e o povo, cria em nós não ainda um estado de satisfação, mas sim de esperança de ver os problemas da nação resolvidos.

Fonte: Club-k.net


O facto de ter sido escolhido por nós Angolanos para conduzir os destinos do país foi por um lado de estarmos fartos da vida sem esperança que vivíamos, mas também fruto do discurso que nos apresentaste e do conhecimento que temos de ti de ser capaz para eliminar essa vida sem esperança e desenvolver para nós e gerações vindouras uma vida melhor.


Realmente vivíamos momentos em que não vislumbrávamos saída da má situação á todos os níveis em que nos encontrávamos. Tua entrada, permitiu ver o inimaginável habitualmente escondido ou ‘’inverdado’’ fosse conhecido por todos nós. Foi terrível assombroso e tenebroso ir-se conhecendo os factos e números da má governação e da corrupção.


Man Lolas sem receio fostes desenrolando o emaranhado da rede que guardava, sustentava e escondia toda a situação calamitosa do país, aplicando novas medidas de saneamento delas, ao mesmo tempo que estás a introduzir novas que correspondam no mínimo o que o bom senso e os ditames da boa governação aconselham a fazer-se.


Essas medidas levam algum tempo a encontrar o ponto de viragem e se assiste agora a confrontação com os piores momentos relativos á segurança material da vida humana em Angola, entendendo-se que isso ocorre em processos de transição com ruptura tal como actualmente acontece.


Com calma, observemos e ao mesmo tempo no que nos diz respeito façamos a nossa parte e te apoiaremos Man Lolas na condução de todo esse processo de transformação de Angola. É isso que estou fazendo. E é por isso que mesmo assim estamos certos que a esperança que te depositamos, representa uma confiança e certeza para o amanhã que almejamos.

Go on Man Lolas que estamos contigo apesar da tempestade.

Man Lolas!


Esse processo que tens conduzido está coberto de muitos desafios a enfrentar, ultrapassar e vencer. O naipe de colaboradores que possuis é da antiga escola, precisamente os que causaram a situação que estás a corrigir e é com eles que tens de contar, enquanto aguardas pela formação e o endurance qualitativo dos que sem sombra de dúvidas começarão a assumir a condução da nova situação do que se pretende daqui há algum curto tempo.


É precisamente por isso que há que ter muita atenção e vigilância, para o que foi identificado para se corrigir não se traduza em revezes que só tu Man Lolas serás o único responsável pela ocorrência e consequências.


Até agora temos percebido e compreendido de alguns desaires e deslizes que ocorrem pois quem vai a luta dá e leva, mas levar golpes porque deixamos a guarda aberta, não se vai aceitar muitas vezes e até pode constituir o inicio de um fulgurante KO inesperado.

A constituição da CHVC para homenagem às vítimas dos conflitos políticos é sem sombra de dúvidas uma medida á todos os níveis de se aplaudir, conforme manifestamente os Angolanos e a comunidade Internacional demonstraram.


Todos nós, vitimas e não vítimas vivemos ‘’inconciliados’’ espiritualmente porque a resolução dessa questão não era abordada, até que tu Man Lolas decidiste á semelhança de todo o passivo financeiro, económico, social e político que existe, também resolver esse problema espiritual que pesa na nação.


Por conseguinte o surgimento dessa CHVC constitui uma porta que os Angolanos agora têm, para resolver de uma vez por todas, toda uma ansiedade e inquietude que durante muitos anos nos acompanhava, aborrecia e assombrava, mas que a teimosa esperança acreditava que sempre um dia acabaria de ser atendida. E isso ocorreu finalmente.


Man Lolas trouxestes de facto uma grande oportunidade propiciada pelo ambiente de liberdade de expressão que o Povo em todo o momento de sua existência nunca teve. Nunca se assistiu antes ou depois da independência, um exercício de liberdade de expressão da grandeza que ocorre hoje só possível por pura tua graça Man Lolas. Nunca! A qualidade da liberdade de expressão é outra discussão.

E aí me agarro e me defendo. Muito obrigado Man Lolas e vamos ao que interessa.


Essa CHVC é muito sensível pois trabalha sob os espíritos e suas sequelas de todas as pessoas envolvidas durante o conflito político que se viveu e pela natureza espiritual do problema, há que se ter muito tacto na sua abordagem para se contornar as susceptibilidades existentes.


Não se fazendo assim, a intensão manifestada de se ver amainada e resolvida a questão espiritual da nação se pode redundar no oposto ou seja num grande desastre face ao esforço de reconciliação e harmonização nacional que queremos ver resolvido.


Ao se tomar conhecimento que a CHVC já estabeleceu um Plano Geral de homenagem as vitimas dos conflitos políticos começou a saltar-nos á vista de que alguma coisa pode não estar a andar bem e o que ocorre geralmente numa dúvida é a falta de informação e as suas consequências, que um deficit de transparência e de comunicação transmite aos directamente focalizados.


Há reclamações. Há dúvidas das partes interessadas. Os interessados é que vão á CHVC e não esta aos interessados. Isso é muito mau. Ouve-se, vê-se e lê-se na comunicação social á respeito. O que se vê, se ouve ou se lê, dos reclamantes ou duvidosos pode ser devido a falta de informação. Resume-se que paira na metodologia de trabalho o discerne das observações.


Tem havido exposição pública, largamente mediatizada, a publicação de livros sobre as vítimas dos conflitos políticos e muita conversa de bastidores, normalmente vindo das vítimas dos mesmos ou essas como fontes da narrativa dos acontecimentos.


Os que estiveram do lado oposto em consequência e naturalmente por essa abordagem fragmentária aparecem com outro rótulo e isso fere os princípios elementares da justiça.

O julgamento que conduziu á sentença de morte á Jesus Cristo imperou somente no testemunho da acusação. Não houve defesa. Um dos cambas dele até o negou mas não em juízo para não dizer dos outros que bazaram. E isso é considerado até hoje injustiça ao justo.


Foi precisamente pela ausência dessa defesa que muitos anos depois a divulgação em defesa dos actos de Jesus Cristo permitiu observar até hoje e finalmente que as coisas não tinham sito somente e tanto assim como se dizia, e desse modo permitiu o conhecimento real dos acontecimentos, o engradecer de sua figura e por conseguinte a elevação de seus ideais.

Man Lolas!


Os que estiveram do lado oposto das vítimas dos conflitos políticos nunca puderam exprimir a sua descrição dos acontecimentos por várias razões, mas uma coisa deve ser entendida que vontade sempre ouve, só que a imposição legal do silêncio, o estado de liberdade de expressão naltura e as consequências legais e outras extras advenientes de sua inobservância e o medo face a forma de como eram satanizados, impediram a realização dessa vontade, o que já não acontece actualmente.

Agora o momento é bom, a velhice e morte conduzem ao apagar da memória e por consequência melhor do que nada, há que se aproveitar e agarrar essa oportunidade para descrição dos acontecimentos do lado da lavra onde estavam.
Ouve-se que se desenvolvem acções para a realização de uma primeira conferencia que conduzirá a criação de um museu, monumentos e ao livro. Tudo bem.
A CHVC aparece precisamente para poder permitir finalmente que esse lado do conflito também tenha oportunidade de narrar os acontecimentos e a melhor forma

no nosso ver, é através da escritura de um livro que aborde essas questões e não só.

Esse livro concorrerá para que a nação e o mundo saibam sobre os acontecimentos na perspectiva daqueles que estiveram do outro lado.

O livro pode concorrer para o:

a) O alívio moral e espiritual daqueles

a. Que por arrependimento se deixaram levar pelas emoções.

b. Quedesejamsomenteprestaresclarecimento.

c. Que não se reviam nas práticas e métodos usados para a resolução. d. E ou que sem estarem individual ou directamente envolvidos pretendem também se fazer ouvir sobre o que aconteceu.

Pode concorrer para o apoio material dos envolvidos desse lado e aqui sim também se poderão considerar de vítimas face ao estado de abandono, perseguição, indigência e de maus tratos que a grande maioria que sobreviveu sofre em contraste daqueles que os orientaram.

O livro também pode concorrer para complementar a narrativa das vítimas e ajudar na compilação geral dos conflitos e assim permitir uma apreciação, avaliação e conclusão histórica. Isso chama-se ruptura com as más práticas com o silêncio imposto.”


Concorrer para o seu perdão ou não. É um desafio e porque não para essa nobre e histórica causa.

O esquema dos marimbondos e outros, muitos sensíveis á sobrevivência jurídica e política de certos cidadãos e de partidos, foram apresentados por ti Man Lolas e por cidadãos nua e crua. É isso que o povo quer e não é problema algum se abordar por exemplo a história dos serviços de Segurança da República de Angola porque há 2 momentos: o antes e o depois de Man Lolas.


Tu Man Lolas representas a ruptura, o que quer dizer que, o antes foi história e se deve saber para se conhecer e permitir através do seu conhecimento corrigir o que esteve mal e melhorar o que esteve bem. E mais nada.

Man Lolas!


Há ruído de que se já está a trabalhar nesse sentido, pois se começa a reunir depoimentos desse grupo de envolvidos ao que parece fora da CHVC. Muito bem. Sabes disso Man Lolas?


A primeira coisa a se observar é a transparência sobre a existência desse intenção ou trabalho.
Não há mal dizer-se que existe uma comissão ad hoc para a recolha de depoimentos para esse ou outro fim correlato. Até tranquilizaria os dirigidos porque

perceberão que já terão respaldo jurídico e institucional sobre aquilo que vão falar e não serão responsabilizados por violação de um qualquer princípio ou juramento.


Isso até aproveitaria para quebrar á partida todas as intensões de aproveitamento a que nós estamos habituados, de se roubarem iniciativas, projectos ou ideias para defesa de teses, para promoção ou projecção individual ou de negócios, por show off ou garbo.


Melhor lição não teremos, senão daquele que se disse ser ele o único arauto de todo um acontecimento em que muitos outros participaram.


Quem garante que esses depoimentos não vão contribuir para defesas de teses, publicação de livros, apresentação em fóruns internacionais específicos, alimentar financeiramente fundações, habilmente obtidos por pessoas que a coberto de intuições, vestidos garbosamente mas encapuçados com o pecado do oportunismo e bajulação levaram incautos a deporem factos somente para benefícios dos mesmos.


Transparecendo o que eventualmente pode estar a acontecer, tranquilizaria os historiadores, investigadores, estudantes ou seja toda uma panóplia de interessados, pois pela primeira vez terão a narrativa vinda do lado oposto ao das vítimas dos conflitos e em sede disso não descreverão a história ou os seus trabalhos a partir de fragmentos inclinados das fontes.


Quem estiver a conduzir essa tarefa histórica tem de dar a cara e não por interpostas pessoas para darem recados sobre aquilo que Sua Excelência disse ou quer. Não respalda! Pelo contrário. Trás desconfiança e recuo. Parece o estilo ‘’ por ordem superior’’.


Representantes desses Depoentes devem estar presentes e juridicamente identificados nesses trabalhos.
A realização desse livro se tiver lugar pode permitir finalmente a conclusões por exemplo, que apesar de tudo os do outro lado também prestaram valiosos serviços á Nação e que sem os quais a história seria outra e as vitimas culpadas ou inocentes do conflito poderiam também ter evitado muita coisa que aconteceu.
Estendo mesmo a possibilidade para noutros ambientes correspondentes estarem os 2 lados do conflito inseridos com ensaios de aproximação para se a ser levado ‘’limar as arestas’’.


Não se faz tratado de paz, reconciliação ou harmonização nacional sem as partes estarem presentes e discutirem o objectivo a vis a vis.


Por isso Man Lolas mais atenção.

Sabemos que ao constituíres a CHVC, a intensão final de vossa parte é proporcionar a vontade e esperança de todo o povo na concretização de um reencontro espiritual e físico entre todos os desavindos, de maneira que de mãos dadas enterremos para todo o sempre os fundamentos do pecado e construamos com toda a plenitude as virtudes do amor.

Assim seja.


Man Lolas uma das formas que se pode ter em conta para homenagear as vítimas dos conflitos políticos pode ser a compilação escrita da sua história, no caso da impossibilidade de uma vasta conferência nacional de reconciliação onde os interessados se apresentariam para depor sobre os acontecimentos.