Luanda - A agência de notação financeira Moody's desceu o 'rating' do Banco Económico angolano em dois níveis, mantendo-o abaixo da recomendação de investimento, motivada pela descida na qualidade dos ativos e pela fraca solvabilidade.

Fonte: Lusa

"Esta acção de 'rating' reflete a visão da Moody's de que a qualidade do crédito individual do banco está cada vez mais afectada pela recente e significativa deterioração na qualidade dos activos, que vai, realmente, erodir as já de si baixas almofadas de capital", lê-se numa nota da agência.

 

Na nota, que explica a decisão de descer o 'rating' de B3 para Caa1, ambos abaixo do nível de recomendação de investimento, ou 'lixo', como geralmente se designa, a Moody's salienta que "o banco não vai ser capaz de restaurar a sua posição de capital sem um apoio extraordinário, devido à sua baixa rentabilidade".

 

A perspectiva de evolução, que foi revista de Estável para Negativa, "reflecte o risco de execução do aumento da capitalização do banco para níveis que permitam a esta entidade financeira garantir um modelo de negócio mais sustentável".

 

A qualidade dos activos do banco, considera a Moody's, é influenciada "pelo nível extremo de crédito malparado, que subiram 77% em 2018, e o provável incumprimento por parte do Grupo ENSA, que representa 50% do total dos activos, e que vai provavelmente resultar numa perda, o que aumenta o nível de empréstimos incobráveis".

 

Para além do elevado nível de crédito malparado, que a Moody's diz representar mais de 70% do total de empréstimos nos próximos 12 meses, a agência salienta também que o banco opera "num enquadramento legal fraco, principalmente no que diz respeito a legislação sobre falências e execução de garantias".

 

O Banco Económico, aponta a agência, "tem beneficiado de uma tolerância dos reguladores relativamente ao cumprimentos dos requisitos de capital", já que não tem almofadas para absorver mais perdas provenientes de créditos incobráveis.