Luanda - O combate à criminalidade deve ser multidisciplinar e liderado pelos órgãos de Justiça, defendeu ontem, em Luanda, o chefe do Estado-Maior General Adjunto das Forças Armadas Angolanas para a Educação Patriótica, general João António Santana “Lungo”.

Fonte: JA

Ao discursar na abertura do Conselho Consultivo Extraordinário dos órgãos da Procuradoria Militar, que decorre até amanhã, na Base Naval de Luanda. João António Santana “Lungo” disse que pelo “modus operandi”, presume-se a hipótese de eventual envolvimento de indivíduos com alguma preparação militar em alguns crimes.

Aos magistrados do Ministério Público do foro militar, o general das FAA pediu mais rigor, profissionalismo e espírito de missão na fiscalização da legalidade, lembrando que sobre eles recaem “responsabilidades acrescidas”, no combate ao crime violento.

Defendeu, por isso, a realização de palestras e conferências para consciencializar e sensibilizar a tropa a abster-se de práticas criminosas. Reiterou também a necessidade do trabalho de educação jurídica voltado para a prevenção geral, de modo a disseminar as consequências que recaem sobre aqueles que insistirem em praticar actos contrários às normas legais.

Para o general João António Santana, a actividade de fiscalização genérica da legalidade deve ser aprimorada e mais abrangente para que os resultados possam auxiliar os órgãos de direcção das Forças Armadas Angolanas na tomada de decisões.

Crimes cibernéticos

Os crimes veiculados nas redes sociais também foram considerados “preocupantes”, pelo general “Lungo”, salientando que algumas vezes circulam várias mensagens, vídeos e áudios que põem em causa o bom nome das Forças Armadas e seus responsáveis. “Temos de evoluir para as técnicas que facilitam a sua investigação e a responsabilização criminal dos autores”, afirmou o chefe do Estado-Maior General Adjunto das FAA para a Educação Patriótica, salientando que “do nosso seio devem ser extirpados” os crimes de corrupção, o amiguismo, compadrio e nepotismo.

O general “Lungo” apelou ainda para o resgate da ética, moral e outros valores que caracterizam os militares e para-militares, sobre- tudo, pelo facto de as FAA constituírem a reserva moral da Nação.

O Conselho Consultivo avalia as actividades realizadas ao longo deste ano e perspectiva outras para 2020, com foco voltado, sobretudo, para a fiscalização da legalidade, prevenção da criminalidade e elevação da cultura jurídica.A prova em processo penal e os actos processuais são os principais temas em discussão no evento, que ausculta os procuradores militares dos três ramos.