Luanda - Não devemos apagar ou ignorar a figura do antigo presidente, José Eduardo dos Santos. A conquista da paz e o facto de ele não ter sido sanguinário são factos que enaltecem a sua figura. Os angolanos não se esquecem do espírito pacificador do antigo presidente, particularmente, os angolanos que estava do lado oposto do conflito armado.

Fonte: Club-k.net

Cheguei à conclusão de que há muita falsidade no seio de muito dos meus correligionários. Que nojo!

 

O povo angolano não tem nada a ver com o conflito entre o actualmente presidente e o seu antecessor. Gostava de dizer que o actual presidente e a sua esposa foram governantes de Angola, ao tempo da liderança de José Eduardo dos Santos, desempenhado funções nos diferentes governos (e na Assembleia Nacional), pelo que sempre tiveram conhecimento dos actos de corrupção praticados pelos seus pares. Contudo, o antigo deludo e governar, enquanto político e cidadão, nunca bateu com a porta, manifestando-se contra os crimes contra a economia - actos de corrupção. Nunca teve, ao menos, uma posição semelhante a do falecido político, Mendes de Carvalho. João Lourenço agiu com uma frieza baseada no egoísmo - a sua intenção de ser Presidente da República. Se ele fosse corajoso e altruísta, defendo o interesse do Povo “roubado e sacrificado”, agiria em sua em defesa, combatendo a corrupção.

 

Os políticos devem ser coerentes e devem ter a coragem de criticar o que estiver errado, ao tempo da identificação do que estiver mal. No entanto, agrada-lhe imenso continuar a ser Ministro da Defesa, além da expectativa de ser Presidente da República. Isso fê-lo ficar em silêncio, ignorando o sofrimento do Povo, que não tinha assistência médica e medicamentosa, como devia. Por razões egoísticas, não fez o que quer que fosse para lutar contra a corrupção. Pelo contrário, lidou e conviveu alguns corruptos do seu partido. Actualmente, o todo poderoso e “com muita coragem” levou a justiça alguns dos seus correligionários corruptos, sem critérios claros, facto que leva a opinião pública a ter a ideia de que se trata de uma perseguição selectiva.

 

Muitos cidadãos, entre os quais alguns jornalistas, criticaram a corrupção que, às claras, ocorria em Angola. Que se saiba, Rafael Marques e outros activistas nunca tiveram a proteção de João Lourenço, pelo contrário, encolheu-se.

 

Não sei qual foi a razão determinante por que Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, fosse o único rosto estampado nas notas novas. Gostava de dizer que a revolução não se fez com uma única pessoa. Agostinho Neto não foi o único herói da nossa causa pela autodeterminação. Na verdade, ele teve companheiros, cujas figuras são consensuais para diferentes formas de homenagem.

 

José Eduardo dos Santos preservou a Independência Nacional, fez a Paz e garantiu a estabilidade política do País. É importante que analisemos esses factos políticos associado à figura desse antigo líder.


Quanto à inclusão da sua figura nas novas notas não haveria quaisquer problemas, se houvesse boa vontade. Acho as notas de Kz 5000.00 podiam ser impressas com a sua figura, se houvesse alguma consideração pelos feitos políticos de José Eduardo dos Santos.

 

Tenho consciência de que o antecessor de João Lourenço agiu mal em relação à gestão da coisa pública. Eu estou à vontade para dizer isto, visto que, algumas vezes, escrevi textos críticos, quando, devido à afinidade que me une a ele podia ser um motivo para não escrever e falado sobre os factos que critiquei. Quem me conhece sabe do que estou a dizer. Graças a Deus, tenho sido muito coerente em relação a estas questões.

 

José Eduardo dos Santos fez o que fez, com a cumplicidade, cobardia e/ou bajulação de muitos políticos do MPLA, incluindo com o silêncio de João Lourenço. Na verdade, eram os membros e deputados desse partido quem aprovavam moções de louvores a “Sua Exxelência, Senhor Presidente da República, Titular do poder executivo, Eng°. José Eduardo dos Santos” pela “forma clarividente” como dirigia o País. Outras vezes, dizia-se “... pela forma sábia como dirige os destinos da Nação”. Como é que isso foi possível?! Como é possível, actualmente, pretenderem apedrejar um político que liderou com “clarividência”?! Agora, percebo a razão porque muitos dizem que “política é suja”. Contudo, eu não digo que a política é suja. Digo que muitos políticos são sujos e provocam nojo ?. Nojentos!

 

Se José Eduardo fez mal a alguns políticos e governantes, eles é que permitiram isso ocorresse, pois muitos deles dependiam da nomeação para uma função política ou governantiva. Grande parte deles tinha e tem como profissão a função de “político” ou de “governante”. Muitos políticos e governantes ficam cabisbaixos e pareciam coitadinhos, quando fossem exonerados. Alguns bajulavam o líder. Outros procuravam “lobbies” com o fim de serem propostos para uma possível nomeação, de modo a estarem no convívio político com os “grandes” - ter privilégios, viajar de borla, ter amantes às custas do erário (promiscuidade que estava muito na moda, inclusive muitas moravam no exterior do País, ter a satisfação de ser convidado a apadrinhar eventos familiares e sociais, etc.

 

João Lourenço está a tentar apagar a figura de José Eduardo dos Santos, mas ficará apenas na tentativa, uma vez que o seu nome constará da história de Angola. Na verdade, o segundo presidente tentou ofuscar a figura do proclamador da Independência. Contudo, ficou apenas na tentativa. Por outro lado, alguns membros do MPLA tentaram ignorar a figura dos dois primeiros líderes desse partido, porém, não passaram da tentativa.

 

Quanto ao combate à corrupção, eu, na qualidade de cidadão é preocupado com o bem-estar dos meus concidadãos e dos estrangeiros que residem em Angola, apoio-o incondicionalmente. Contudo, devo recordar que os nossos governantes não nasceram ricos, nem são grandes herdeiros. Por outro lado, poucos são autênticas empreendedores. Portanto, a maior parte deles é rico baseados na ilicitude - corrupção ou tráfico de influência.

 

Seria bom, se o Presidente João Lourenço e a sua esposa apresentassem uma declaração de bens aberta, que permitisse que nós soubéssemos dos bens, móveis e imóveis; créditos e dívidas e onerações. Mas infelizmente, preferiu fazê-lo ao contrário. Que secretismo!

 

João Lourenço não vai cumprir com a promessa dos 500 mil empregos e, além disso, não vai recuperar a economia nos próximos anos, como, por outras palavras, disse o Dr. Alves da Rocha. Por conseguinte, perante essas frustrações, poderá ser considerado incompetente pelo seu sucessor. Como disso corolário disso, a sua figura poderá ser ignorada pelo novo presidente, fazendo jus ao ditado “cá se faz, cá se paga”. No entanto, isso não passara de um eventual desejo, porque, sem dúvida, a figura de João Manuel Gonçalves Lourenço ficará gravado na história de Angola como um combatente contra a corrupção e a impunidade.

JOSECA MAKIESSE
(Valorizo meu pseudónimo)