Luanda - Se as eleições fossem hoje, a senhora votaria em João Lourenço? Essa foi, quanto a mim, a pergunta chave da entrevista que a empresária mais rica de Angola, Isabel dos Santos, concedeu ao jornal Observador. Em resposta a pergunta Isabel explicou aos jornalista que, em Angola não se vota nas pessoas, mas, sim, nos partidos.

Fonte: Club-k.net

Diante a insistência dos jornalistas(não são todos os dias que se entrevista uma cidadão rica), a empresária disse que sempre foi do MPLA, mas que, se o programa em execução do MPLA liderado pelo Presidente João Lourenço não resultar, poderia rever a sua tendência de voto. Bom, para mim ficou completamente claro. Vejamos. Admitindo por hipóteses, que os resultados do Programa de Governação atrasem nos resultados esperados, Isabel dos Santos, de acordo com as suas próprias palavras, não votaria no MPLA. Ora reconhecendo que estamos a falar de uma cidadã com muita influência nacional e internacional, nada obstará que o apoio fosse além de um simples voto. Ou seja, caso houvesse simpatia para um determinado projecto político, um apoio material poderia se concretizar. Aí sim, o MPLA tem razões que sobram para preocupações. Se Isabel dos Santos apoiar o Prá-Já de Chivucuvuco ou a UNITA de Adalberto, estaríamos diante de um interessante movimento político, julgo eu.

 

Quem quer que fosse o contemplando sairia reforçado politicamente do pleito eleitoral. Entretanto, ninguém no seio dos camaradas entenderia tamanha traição. É que nas hostes do partido e não só, está claro que Isabel só é a mulher mais rica de Angola porque o seu pai e toda estrutura do MPLA apoiou-na a atingir o estágio desejado por 30 milhões de habitantes, ou seja, ser rica.


Desde que me conheço como indivíduo que defendo sem reservas a Democracia, acho que, apesar dos estados de alma ou azedumes pontuais, a Democracia saíria mais reforçada, e , por incrível que pareça, o MPLA saíra também mais reforçado e competente, estando ele no governo ou na oposição. E, portanto, para mim não há dúvidas, O MPLA terá uma oposição mais reforçada e organizada nos próximos pleitos.


Rui Kandove