Lisboa - O Sindicato das Indústrias Transformadoras e Energia do Norte admitiu hoje "apreensão" com o arresto das contas e participações em empresas da empresária angolana Isabel dos Santos, mas avisa que não pode ser pretexto para novos despedimentos na Efacec.

Fonte: Lusa


Num esclarecimento enviado à agência Lusa, o Site-Norte admite "apreensão" com a situação, apesar de o arresto "não abranje[r] as empresas em Portugal, nomeadamente o grupo Efacec" -- onde a filha do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos é a maior acionista, através da Winterfell Industries -- e garante estar "atento" na defesa dos interesses dos trabalhadores.

 

"Esperamos que o grupo Efacec não use este arresto para continuar com a política de retirada de direitos, com a manutenção dos processos disciplinares, despedimentos coletivos e outras pressões que tem utilizado para despedir trabalhadores qualificados", sustenta.

 

Recordando que a Efacec "completa 72 anos de existência este ano" e é "uma empresa de referência e de grande importância para a indústria portuguesa", o sindicato garante que tudo fará, "sempre em articulação com os trabalhadores, para que a Efacec continue a laborar por muito e longos anos".

 

O Tribunal Provincial de Luanda anunciou em 30 de dezembro que decretou o arresto preventivo de contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos, do marido, Sindika Dokolo, e do português Mário da Silva, além de nove empresas nas quais a filha do antigo Presidente angolano detém participações sociais.

 

Em Portugal, Isabel dos Santos detém participações em Portugal em setores como a energia (Galp e Efacec), telecomunicações (NOS) e banca (EuroBic).

 

A decisão do Tribunal realça o papel crucial desempenhado por José Eduardo dos Santos no negócio de diamantes da filha e do seu marido, Sindaka Dokolo.

 

No despacho-sentença é dito que em audiência de produção de prova, ouvidas as testemunhas, resultou provado, entre outros factos, que, em agosto de 2010, o executivo angolano, chefiado por José Eduardo dos Santos decidiu comercializar diamantes angolanos no exterior do país.

 

Na sequência do anúncio da decisão do tribunal, a empresária afirmou que nunca foi notificada ou ouvida no âmbito no inquérito que levou ao arresto das suas contas em Angola, negando as acusações em que é visada num processo que afirma ser "politicamente motivado".