Luanda - Pelo menos 2.327 pessoas morreram em Angola, em 2019, em consequência de 10.710 acidentes de viação que resultaram também em 11.768 feridos, números inferiores aos registados em 2018, segundo dados oficiais.

Fonte: Lusa

A caracterização da sinistralidade rodoviária em Angola, em 2019, a que a Lusa teve hoje acesso, foi apresentada, na terça-feira, em Luanda, durante uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito (CNVOT).

Segundo o comandante geral da polícia angolana, Paulo Gaspar de Almeida, dos dados globais dos acidentes rodoviários do ano passado, a corporação registou uma dedução de 100 mortos e 22 feridos em comparação a 2018.

De acordo com o responsável, esta redução não é ainda significativa, referindo que é preciso "rever as políticas" e que este ano é preciso dar "sinais de progressos".

O comissário-geral da polícia angolana apontou a necessidade de maior "indecência e objetividade" nos exames de condução.

Para Paulo Gaspar de Almeida, a concretização de uma "maior e melhor inspeção das viaturas" é um dos pressupostos que deve reduzir sinistros nas estradas, reconhecendo o "mau estado técnico" de muitas viaturas que circulam pelas estradas angolanas.

"Temos que também influenciar e revermos a política de conservação, manutenção e mesmo feitura das nossas estradas, temos que deixar de construir caminhos para construir estradas largas, estradas com maior estabilidade, segurança e com a sinalização competente", exortou.

A educação rodoviária nas escolas e a avaliação do estado físico e emocional dos utentes da via pública são também, para o oficial superior da polícia de Angola, medidas que devem ser tidas em conta pela corporação e atores sociais.

Além do balanço da sinistralidade rodoviária, o CNVOT também analisou os projetos do novo modelo da carta de condução, do Documento Único do Veículo Automóvel, a situação das vias de trânsito rodoviário em Angola e a implementação da estratégia nacional de prevenção e segurança rodoviária.

Entre as ações para 2020, o comandante geral da polícia assumiu que a atual carta de condução angolana "está desajustada" e precisa de ser "modernizada e alinhada" aos padrões da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

"Vamos também lutar para que se implemente o projeto de Documento Único de Veículo Automóvel para acabarmos com esta dispersão de documentos que muitas vezes nos dificulta o controlo e transportação desses documentos, porque são tantos documentos", realçou.

Os acidentes de viação são a segunda causa de mortes em Angola depois da malária.