Lisboa - O primeiro-ministro responde às acusações do Bloco de Esquerda, que afirmou que a empresária angolana teria "acesso direto" ao gabinete de Costa.

Fonte: Negocios

O primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que não existiu qualquer "favor nem desfavor" concedido pelo Governo à empresária angolana Isabel dos Santos, em resposta a acusações da oposição que apontam um "acesso direto" da protagonista do caso Luanda Leaks ao gabinete do primeiro-ministro.

 

"O Bloco de Esquerda deve desconhecer os factos", defende-se António Costa. A título de exemplo, relembrou que quando o Governo tomou posse "havia um enorme conflito no BPI" entre Isabel dos Santos e outros acionistas. A empresária queria impedir uma OPA, mas "o Governo alterou a lei, pôs fim à blindagem (estatutária) e permitiu ao banco que encontrasse o seu caminho", recorda.


Para António costa, o papel do Governo é o de "cooperar totalmente" com as autoridades angolanas e negou a existência de algum "irritante" na relação entre os dois países. Uma expressão que havia sido utilizada pelo mesmo para descrever a divergência que houve entre ambas as nações em relação à Operação Fizz. As autoridades angolanas consideravam que a parte relativa a Manuel Vicente (ex-vice-presidente de Angola e presidente da Sonangol), acusado de corromper um procurador português, deveria ser transferida para Angola, enquanto a Procuradoria Geral da República defendia a permanência do processo em Lisboa. Angola levou a melhor.

 

Em relação à preocupação em torno das empresas nacionais que possuem uma participação de Isabel dos Santos no seu capital, um quadro no qual foi evocado pelos jornalistas o nome da Efacec, o primeiro-ministro considerou que "a investigação incide sobre uma acionista e não sobre a empresa, e as medidas tomadas em relação à acionista não afetarão necessariamente a empresa", sobretudo no caso da empresa ter "boas práticas de gestão".