Dubai - A bordo de um navio no mar, se começarem os trovões e os relâmpagos virá a tempestade. E com ela, as portas e janelas não lhes impedem a entrada. Por um lado, o Comandante, por outro, o contramestre.

Fonte: Vanguarda

Por cá, temos um Comandante e muitos contramestres. E dizem os contramestres – vamos, coragem, força, apoiemos o Comandante... enquanto isso o Comandante sereno, orienta – mãos à obra, trabalho e disciplina.

 

Os alertas continuam a ser dados aos contramestres, mas eles questionam – onde está o Comandante? Distraindo o Comandante e preocupados, ainda, em permanecer nos camarotes, ajudando o ‘proliferar’ da tempestade.


Alguns preocupam-se com os que levam a bordo, outros nem por isso. Desprezam o ‘simbolo’ Maquiavel, e amam-se mais do que a si próprio, esquecendo-se que são todos conselheiros.

 

Existe muita confiança neste Comandante. Não tem cara de quem há de morrer afogado.

 

Entre promessas e algum trabalho administrativo esperam-se as Eleições Autárquicas 2020, que poderão ser um alívio, o início um processo de rearticulação das forças e partidos políticos democráticos, de centro-esquerda, centro-direita e centro ou mais um passo na consolidação dos partidos de extrema-esquerda.

O caminho para as Eleições dependerá, em grande parte da clarividência das lideranças políticas, da sua capacidade de observar a conjuntura social, política e económica, de perceber os desejos e vontades da opinião pública e dos eleitores. Além disso, dependerá de como serão construídas as alianças e a apresentação das candidaturas capazes de se sobrepor as campanhas políticas negativas.


As grandes empresas de comunicação social terão um papel fundamental na influência na formação da opinião pública e na definição de votos, porém, serão as mídias sociais alternativas, principalmente as veiculadas pelas redes sociais, em que se destacam as fake news, as principais armas de combate para a destruição dos adversários e a conquista de votos.

Atravessando o período mais extenso de crise e estagnação económica da história angolana, em meio aos níveis altos de desemprego, à diminuição do poder de compras, ao crescimento da miséria e da concentração de renda, grande parte da população está ainda convencida de que a "culpa" de tudo "é do MPLA" e das esquerdas comunistas, da "velha política", identificados com a "corrupção", a crise económica e o colapso "moral". Por esse motivo, a maioria apostou na "nova política", corporificada no Comandante e nos seus verdadeiros satélites.

A saída da Tempestade, e esperança pela Angola em formação, podemos, todos identificados agora pensar e o que alegam ser a "reconstrução do país” em curso.

As Eleições Autárquicas de 2020 serão um agregador de valor para a Democracia angolana.


Volto em breve!
Edgar Leandro Avelino
Investigador Associado, Observatório Político