Luanda - O agente da Polícia Nacional Gonçalo Sakala Ganga, de 36 anos, que matou a tiro a vendedora Juliana Kafrique, foi condenado na sexta-feira, 24, a 16 anos de prisão maior pelo Tribunal Provincial de Luanda, por crime de homicídio voluntário.

Fonte: JA
Também conhecido por Gonçalves, o agente foi ainda condenado ao pagamento de uma compensação de cinco milhões de kwanzas a favor dos familiares da vítimas e a pagar 50 mil kwanzas de taxa de Justiça.

 

Ficou provado, em Tribunal, que os disparos efectuados pelo agente, naquele dia, não foram em direcção ao ar, como fez crer numa das audiências de julgamento, mas sim directamente à cidadã, que teve morta imediata.

 

O advogado de defesa, Jelson Calei, contestou a decisão do Tribunal, tendo dito que a mesma não preencheu todos os elementos necessários para se concluir que o crime foi homicídio voluntário. No entender do causídico, o agente cometeu o crime de homicídio involuntário. Jelson Calei prometeu interpor recurso.

 

Após o anúncio da pena, pelo juiz da causa, Nelson António Manuel Cabangage, a família do agente da Polícia Nacional perdeu o controlo, tendo criado um tumulto na sala de audiência, que obrigou o juiz a interromper, por alguns minutos, a leitura do acórdão.

 

Mesmo depois de terem sido colocados fora da sala de audiência, os familiares do réu não pararam e continuaram a manifestar, já na sala de espera do Tribunal Provincial de Luanda, sentimento de revolta.

 

Os agentes da Polícia Nacional em serviço não conseguiram conter a ira da família do agente, tendo a corporação solicitado reforço.O curioso mesmo é que o reforço foi solicitado numa altura em que na própria sala de audiência se encontravam mais de dez agentes da Polícia Nacional que assistiam ao julgamento.

 

O caso que vitimou a vendedora aconteceu, no dia 12 de Março do ano passado, no bairro do Rocha Pinto, Distrito Urbano da Maianga.