Luanda - É natural que as nomeações continuem a polarizar todo o interesse da opinião pública por causa de quesitos como a transparência cada vez premente em sede da nova conjuntura do país. Todo o acto com base no interesse público passa por um crivo popular corolário da democracia participativa mais ainda intimada pelo actual paradigma que mais não faz senão elevar a sindicalização das acções que corporizem o Estado.

Fonte: Club-k.net
A actual composição do BFA, fundamentalmente, da Administração não Executiva trouxe a ribalta a forma como tão atenta se acompanha o movimento institucional, útil de realçar a sua aceitação ou objecção de consciência por parte da massa crítica.

Afinal quando se fala da transparência ou do combate à corrupção, ao tráfico de influência e tudo mais que urge combater em homenagem aos novos tempos não preenche senão uma espécie de espectativas geradas na consciência dos cidadãos que passa, também, por saber com quem, de facto, se vá assumir a nova era de ponto de vista de gestão ou administração dos objectivos do
Estado.

A conjuntura em apreço reza que ninguém possa estar em arrepio à Lei de Probidade Pública, é claro que a mais ninguém se deveria permitir, salvo em situações in extremis nem mesmo pelo facto, fosse admitida a menor possibilidade em homenagem ao princípio de igualdade.

Haja desta, pelo menos, boa fumaça com tudo que se dissesse e diga da Sonangol. “Não interessa o que disserem” tem de deixar de fazer parte do dia-a-dia dos gestores públicos quanto mais não seja agora.

Agora, por que razão a Sonangol entra na gestão non cor do BFA? Não há dúvidas de que ocorre por via da UNITEL que detém a maioria das acções, ipso facto, pela participação que é dinheiro do Estado no Banco. Independentemente das reformas em curso que incluem a venda dos activos do Estado a culminarem na privatização não será despiciendo que, por ora, o Estado tenha de chamar para si o que lhe pertença (suum cuique tribuere / dar a cada um o que lhe pertence) onde quer que mercantilmente se tenha constituído (commutatio mercium).

É de mercatória justiça sendo que em sede própria e, durante a estabilidade augurada, se irá afigurar a melhor acomodação no âmbito da macro-realidade económica que se desenha para o país. A questão do mercado precisa de ser definida. Desde logo, “honesta fama est alterum patrimonium”, ou seja, a boa reputação é um outro património. Exige-se mutatis mutandis de todos e na Sonangol, fulcro de muitos actuais comentários, nunca seria demais recomendar.

Sobre os Drs. Rui Mangueira na qualidade de Presidente, nada a ver com a Sonangol, e Osvaldo Macaia enquanto Vice-Presidente, ambos juristas, é normal que tenham sido indicados para os referidos cargos, ainda mais, de administradores não executivos do banco, BFA. O Dr. Rui Mangueira, na realidade, aparece apenas como um chairman, não vai gerir. Está apenas para promover negócios e avaliar estratégia.

Sabe-se que o banco gerido anteriormente por portugueses todavia com fundos públicos sendo que, na sua carteira de créditos, 80% recaía em favor das empresas portuguesas. É precisamente isso que vão, eles, já agora, tentar mitigar dentre outras atribuições. Vão assegurar o interesse do estado no negócio. Osvaldo Macaia é, simplesmente, um menino de origens humildes catapultado pelas qualidades enquanto servidor e estudioso, longe de qualquer conotação.

É proveniente das terras do Maiombe, Cabinda para estudar Direito, trabalhou no MAPTESS e, com base no seu particular empenho esteja a receber confiança dos entes de autoridade, para tal. Não haverá razões para celeuma. É só empenho, ou melhor, Providência Divina.