Luanda - Angola é um País cujo âmbito evoca variadas discussões em torno do seu panorama político, o assunto que abarca o nepotismo, vem de muito longe, até então, apesar do actual Executivo angolano ter afirmado ser contrário ao nepotismo, verifica – se essa prática arreigada em variadas nomeações realizadas pelo Presidente da República General João Lourenço, e, variadas personalidades que lhe fazem cerco.

Fonte: Club-k.net

Na França, antes da Revolução em 1789, existiam irmandades (os senhores, os companheiros e os artesão). Essas irmandades reinaram em déspotas absolutos sobre o comércio que exerciam. Neste mesmo âmbito, alguém que fosse próximo de um mestre carpinteiro, se viria tornar em mestre de carpintaria por possuir um amigo, um irmão, ou um próximo seu, que tivesse de jogar influências para que ele fosse carpinteiro. O resultado de tal prática nefasta arruinava as profissões levando as profissões a tornarem – se limitadas. A palavra nepotismo advém de sobrinho, uma vez que inicialmente, os mestres, na ausência de seus descendentes ofereciam o restante de sua arte ao sobrinho ou, na ausência do sobrinho, ao companheiro. Com a Revolução de 1789, as irmandades foram abolidas e substituídas por um sistema baseado na igualdade. Isso foi há mais de 200 anos. Porém, em Angola, ficou no período pós – colonial, transitou para o período do monopartidarismo, ao período da democracia participativa, por fim até à 3ª e 4ª República, o rosto do nepotismo continua vivo, de pedra e cal, inamovível e sem ferrugem.

Nepotismo é um vocábulo utilizado para expressar o favorecimento de parentes (ou amigos) em detrimento de pessoais mais qualificadas, para ocuparem cargos de diversa natureza no aparelho de um Governo. João Lourenço, acusou ao Governo de José Eduardo dos Santos de ter sido realizado na base do nepotismo, o mesmo terá afirmado, que a luta contra o nepotismo seria uma de suas maiores bandeiras. Porém, a verdade tomou o peso da evidência contrária, há variados casos de nepotismo encontrados no Governo de João Lourenço, a nomeação de irmãos, sobrinhos, cunhadas, amigos e compadres, são os maiores exemplos expressos no actual executivo que traduzem a marcha do nepotismo em Angola.

No âmbito de sua origem, a palavra nepotismo era aplicada com exclusividade à pessoas próximas ao papa, como sobrinhos e demais parentes, através do atributo de um grau ou cargo que lhes seja convenientes. Actualmente, a palavra nepotismo é utilizada como sinónimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público. Distingue e do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o favorecido. Nepotismo ocorre quando, por exemplo, um funcionário é promovido por ter relações de parentesco com aquele que o promove, havendo pessoas mais qualificadas e mais merecedoras da promoção. Alguns biólogos sustentam que o nepotismo pode ser instintivo. Parentes próximos possuem genes compartilhados e protegê-los seria uma forma de garantir que os genes do próprio indivíduo tenham uma oportunidade a mais de sobreviver. Há biólogos que salientam que, o nepotismo é uma forma de sobrevivência da espécie humana, através da defesa de cada descendente. Os progenitores defendem seus clãs pela posição hierárquica que os passa a proteger. Assim, a promoção dos seus parentes, permite a sua resistência e sobrevivência na pirâmide hierárquica, não deixando que, os seus descendentes padeçam. O nepotismo foi uma das formas mais lúcida de governo dos monarcas, onde os atributos de funções recaem mais em príncipes e parentes próximos do rei ou da rainha, conforme lhes convinha atribuir. No mundo que passa hoje, encontramos variados títulos de posições hierárquicas que falam à favor de casos de nepotismo. Actualmente, no governo americano, Trump terá sido acusado de exercitar nepotismo ao nomear o seu genro Jared Kushner para ocupar o cargo de assessor sénior da Casa Branca. Donald Trump, avança com a ideia de indicar o seu filho Eric para ocupar o cargo de embaixador dos Estados Unidos em Brasília. No Brasil, o governo de Jair Bolsonoro bate o ré-cor do nepotismo nas suas nomeações e atribuições de cargos à fomos, amigos, familiares e próximos, tal quanto Lula terá realizado.

Em Angola, o Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), general Fernando Garcia Miala que passou oficialmente a estar equiparado a um ministro do governo, título esse atribuído pelo Presidente da República, terá sido acusado de ser esse o indicador fundamental dos indivíduos aos diversos cargos no País, neste mesmo âmbito, as nossas fontes apontam que, a nomeação de Vera Daves sob indicação de Miala, teria sido um verdadeiro acto de nepotismo, em virtude da proximidade encontrada entre ambas as pessoas. O actual PCA da Sonangol Sebastião Pai Querido Martins não deu sequer exemplo, fez o papel do Chefe (Dono Disto Tudo) General Garcia Miala ao indicar a sua filha Janice Martins para ocupar o cargo de administradora do BFA. Porém, não são esses os únicos casos de nepotismo vigentes em Angola, há ainda variados casos referentes ao nepotismo em Angola. No âmbito palaciano, o próprio timoneiro da nau Angola Presidente da República, terá indicado o seu irmão, Sequeira João Lourenço, para ocupar o cargo de secretário-executivo da Casa de Segurança do Chefe de Estado. Edith do Sacramento Gonçalves Lourenço Catraio, irmã do Presidente João Lourenço adquiriu recentemente sob decreto presidencial uma participação na Dicorp empresa de extracção e venda de diamantes. João Lourenço mostrou – se bastante crítico contra Eduardo dos Santos no que respeita a nomeação de seus próximos à cargos decisivos do Governo, porém, este chamou para tal natureza a sua irmã para fazer – lhe multimilionária num abrir e fechar dos olhos. A Ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento Neto, é cunhada do Presidente da República General João Lourenço. São esses e tantos outros actos de nepotismo que marcam o actual executivo angolano, nomeação de familiares, compadres, amigos, primos, irmãos, sobrinhos, etc, etc… Afinal, não é só Eduardo dos Santos quem fazia nepotismo, João Lourenço também é mestre em nepotismo, e, não faz o diferente, enquanto aponta os 4 dedos em Eduardo dos Santos, faz o pior no seu próprio Governo, a nomeação de Manuel Vicente, para o cargo de conselheiro do Presidente para as questões económicas e de petróleo e gás, embora tenha sido constituído arguido por ter corrompido um ex – procurador português, enquanto estaria nas barras do tribunal, foi completamente arquivado o processo judiciário vindo de Portugal, é um verdadeiro acto de favoritismo, este último, é apenas favoritismo simples e não nepotismo, porque Manuel Vicente não goza nenhum grau parentesco com João Lourenço.

 

BEM – HAJA!