Lisboa – As autoridades espanholas estarão a dificultar a extradição, para Angola, do antigo secretário para os Assuntos Económicos do Presidente Carlos Aires da Fonseca Panzo que no passado mês de Setembro fora detido em Espanha a pedido da Procuradoria Geral da República de Angola.

Fonte: Club-k.net

Ex-assessor presidencial mantido  em condições desumanas 

Carlos Panzo está a ser investigado pela PGR devido ao alegado recebimento de comissões no valor total de 11 milhões de dólares, pagos pela Odebrecht em várias tranches na sua conta suíça. Por conta deste processo que fora denunciado pelas autoridades helvéticas, o mesmo foi exonerado prematuramente a 20 de Outubro de 2017, poucos dias depois de ter sido nomeado pelo Presidente João Lourenço.

 

Enquanto decorria o processo em Angola, as autoridades foram alertadas que Carlos Panzo viajara á Espanha com a finalidade realizar movimentações das suas contas no exterior, o que motivou com que a polícia daquele país europeu fosse acionada culminando com a sua detenção e o subsequente pedido de extradição. As autoridades angolanas contavam que num curto espaço de tempo, Espanha o extraditasse de modo a que o processo desse o seu seguimento, o que não tem acontecido.

 

Recentemente, o pai de Carlos Panzo viajou a Espanha para visitar o filho na cadeia. Segundo apurou o Club-K, os serviços prisionais espanhóis não permitiram que o pai entrasse em contacto directo com o filho ou pelo menos dar um abraço. Apenas foi lhe autorizado a espreita-lo por uma janela que da acesso a cela solitária que Panzo se encontra.

 

A família de Panzo teme que ao ser mantido por mais algum tempo na cela solitária (e sem acesso a visitas) o mesmo possa a vir a desenvolver problemas de depressão ou de cariz psíquico, no futuro.

 

As condições em que Panzo se encontra detido em Espanha está agora a merecer a preocupação por parte de altos funcionários da justiça angolana que acompanha o seu processo. A mensagem que fazem transparecer é que solicitaram as autoridades espanholas apenas a sua extradição e não que mantivessem o “seu” preso numa cela solitário e em condições humanitárias que estão a ser questionada pela família.

 

Formado em econômica, Carlos Aires da Fonseca Panzo é quadro superior do ministério das finanças, onde entre Novembro de 2010 a Maio de 2013 exerceu o cargo de Director Nacional da Unidade Técnica de Gestão da Dívida Pública do Estado. Consta que foi nesta posição que facilitou a Odebrecht, em troca de suborno. O mesmo seria denunciado por uma confidente subordinada, em retaliação a uma magoa de cariz passional.

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