Luanda - Esta pesquisa apresenta uma análise da política angolana actualmente, desde a entrada de João Lourenço enquanto presidente do MPLA, partindo da perspectiva de duas posições políticas contrárias que influenciaram de sobremaneira o percurso do país no pós-eduardismo, e, que permitem compreender de forma estruturada as disputas em curso no seio do Partido MPLA; as políticas e estratégias seguidas pelo actual timoneiro da nau angola. Decidimos aqui caracterizar estas posições como de pragmatismo ou de ociosidade para o futuro do Partido MPLA, uma vez que a vida do MPLA encontra – se em bastante risco.

Fonte: Club-k.net

Em Angola, depois da entrada de João Lourenço no comando do Partido, algumas das históricas clivagens dos segmentos de elite no seio da aliança partidária que caracterizam o núcleo central do MPLA, irão se expressar e cristalizar politicamente no que consideraremos como alas partidárias opostas (eduardistas vs lourencistas), impondo uma guerra de todos contra todos, com especial visibilidade nos órgãos de direcção do Partido, entre os mais próximos e indefectíveis apoiantes do ex - presidente, José Eduardo dos Santos. As aqui referidas alas partidárias opostas devem ser entendidas como quaisquer outras classificações sócio - políticas utilizadas em Angola; particularmente úteis para explicar e compreender importantes divergências e lutas políticas que em grande medida determinaram o curso das orientações da governação no pós- eduardismo, mas não exclusivas e em constante dinamismo e transformação ao longo do tempo, adaptando discursos e apresentando novos protagonistas em função da evolução do contexto nacional e internacional. Os abusos, as ameaças, o papel da justiça como arma fundamentar para atacar à todos é expresso como um novo modelo de guerra num País onde as armas se calaram há mais de 15 anos.

A análise apresentada segundo estes parâmetros permite identificar um fundo de princípios partidários à afundar aos poucos, um Partido à acabar – se. Uma matriz que, embora sob diversas roupagens, discursos e protagonistas, apresenta uma incoerência de médio e longo-prazo e uma linha orientadora do percurso político-econômico trilhado pelo partido no poder caracterizado por uma morte certa do próprio Partido caso as circunstâncias o conduzem à uma falha, aliás, falhar parece ser um verbo impossível para essa nova tentativa de ruptura do Partido consigo próprio. Se as reformas falharem, se as reformas não responderem as expectativas do País, nada de bom há de acontecer no seio do MPLA enquanto organização mais credível no passado do País. Recentemente, uma pesquisa realizada recentemente em Luanda, em diversas localidades, concluiu que se essa política de guerras no seio do MPLA não resultar em bem – estar da sociedade angolana, o MPLA poderá estar na rota do fim.


Segundo a pesquisa 76% dos entrevistados afirmaram que as reformas impostas pelo actual Executivo são boas desde o pondo de vista de retórica ou de discurso, há muito bla, bla, bla, bla, mas na prática não melhoram a vida do povo angolano, e nem visam salvar o Partido. 37% dos entrevistados afirmou que, o actual Executivo está muito concentrado no passado esquecendo – se do presente o do futuro do povo angolano. 99.1% dos entrevistados afirmou que há muito sofrimento em Angola, todas as coisas pioraram, a vida piorou, não melhorou quase nada. 22% dos entrevistados afirmou que as reformas impostas pelo actual Executivo agravaram as condições de vida do povo angolano, mas melhoraram a credibilidade internacional do País. 15% dos entrevistados afirmaram que com o novo Executivo, muita coisa mudou, mas para o povo só se regista aumento da gravidade de todos os indicadores sociais. 88% dos entrevistados afirmou haver melhorias da liberdade de expressão do povo angolano aos nossos dias. 77% dos entrevistados afirmou que a política de caça – as – bruxas poderá dar fim ao próprio MPLA, não salvará o MPLA. Desde logo, a 32% dos entrevistados afirmou que se o MPLA não reverter essas políticas de caça – as – bruxas e ajustes de contas, que nada satisfazem o bem – estar da vida do povo angolano o MPLA será completamente desacreditado no futuro, 82% dos entrevistados afirmou que se esse clima de guerra no seio do MPLA continuar será muito difícil o MPLA poder vencer as eleições em Angola, no seu futuro, amanhã. 42% dos entrevistados afirmou que a vida dos angolanos só agravou com as políticas de caça – as – bruxas e ajustes de contas. 28% dos entrevistados acreditam que a justiça está a fazer um bom trabalho, 55% acredita que paulatinamente todos serão julgados. 73% afirmou que essa guerra entre marimbondos é um jogo político feito para o MPLA permanecer no poder enquanto manipula as variáveis. 99% afirmou que a única coisa que mudou no País foi a liberdade, para os entrevistados hoje há mais liberdade de expressão com relação ao passado, mas em contrapartida as coisas hoje são muito mais difíceis que no passado. Para 71% dos entrevistados o MPLA está a correr o risco de acabar.


O clima de guerra que corre todas as artérias do MPLA não dará nele qualquer forma de subsistência para o seu passado, há que vaticinar que o MPLA se não se encontrar face a essa turbulência conhecerá o fim da sua história política assemelhando – se ao PT do Brasil. Eduardo dos Santos permanece num silêncio tumular, mas não nos esqueçamos de que foi ele, quem com as suas duas mãos governou esse País, e conhece os segredos de cada um começando pelo Dono Disto Tudo dos tempos actuais, que ninguém se esqueça que no MPLA, não há inocentes, se Eduardo dos Santos abrir a boca, será o fim do regime, e até João Lourenço e a sua cúpula estarão às contas com a justiça.
Há provas de sobras de que João Lourenço não ama o MPLA, se amasse o Partido, não permitiria que o Partido morresse como está a morrer hoje, sem soluções nenhuma para o fracasso que se assiste no seio do Partido, desde logo, deixou o Partido só, à deriva, à deus dará sem eira, nem beira, entregue à vontade de Luísa Damião, uma mulher que pouco sabe manejar as pedras da política angolana.
José Eduardo dos Santos vinha cimentando o seu poder de formas tão sábias, tão subtis, tão prudentes e tão peritas que não podem ser bem descritas, como escreveu Sophia de Mello Breyner, “conseguia dominar todas as variáveis do plano político angolano”. Desde os serviços de inteligência de Estado à todas as demais variáveis que compunham o xadres do sistema que governava Angola, desde 1975. Eduardo dos Santos, tinha na manga, o controlo de todo sistema de Governo, parecia até um verdadeiro Matrix, mas muita água terá passado por baixo da ponte, mesmo tendo os olhos abertos a vida toda, muitos dos seus sequazes, se aproveitaram da sorte que de perto passava por eles quando o “Arquitecto da Paz” sentia a ressaca da paz a tomar conta do seu norte. Dois anos mais tarde, veio ao lume muitos segredos do seu regime, depois de ter arrumado a sua mala para pôr – se ao caminho do Adeus, era o seu substituto quem na tentativa de destruir a sua imagem, pôs tudo a perder.

De recordar que no MPLA não sobrem nem as moscas como inocentes. Todos quanto enriqueceram no MPLA, fizeram actos de corrupção de qualquer natureza incluindo João Lourenço e sua esposa. Não há uma só pessoa que seja detentora de altas quantias de valores monetários como inocente, até os que têm um milhão de dólares conseguiram tê – lo à custa dos cofres do Estado, os únicos pobres são os mais jovens, ou simples militantes, mas as figuras de proa do MPLA têm todas as suas mãos sujas por todas as formas de corrupção que o País tenha sido alvo no passado. Desde logo, o silêncio de Eduardo dos Santos parece simular um desconhecimento total no âmbito de tudo quanto tenha ocorrido no seio do MPLA. Não vos enganeis, Eduardo dos Santos não quer ver o seu Partido morto como um javali preso por uma armadilha feita por um caçador. Se colocar – se à divulgar os segredos de Estado do regime do MPLA, será o fim do Partido dos Camaradas.

João Lourenço não pensa na vida do Partido, abandonou o MPLA e deixou tudo às mãos de Luísa Damião, uma mulher pouco perita em questões políticas e de análise. Mas não nos esqueçamos, que se o MPLA deixar essa guerra na forma como ela está, esperará em pé o seu fim último, não subsistirá de nenhuma das formas. O MPLA tem hoje a cauda presa no abismo.

João Lourenço, está menos interessado se o MPLA subsista face à tão elevada ruptura contra o qual imposto ou não, para Lourenço o mais importante é apagar Eduardo dos Santos enaltecer a sua imagem e dar por continuado o País, esquecendo – se que o MPLA hoje vive aquilo a que chamamos a tempestade perfeita, de um lado está a luta entre os marimbondos, do outro lado está a fragilidade inequívoca do Partido face aos segredos de Estado que foram postos à circular às ruas de Angola.


Mas se Eduardo dos Santos for tomado pela coragem que o caracterizou enquanto jovem, não nos esqueçamos o MPLA estará na rota do fim, e ninguém conseguirá apagar o fogo. É enorme sorte que em Eduardo dos Santos reside apenas o verbo “Evitar”, estando este a busca de todas as formas de tentar evitar a perseguição que tem sido alvo, recentemente, ainda em Espanha receava ser lá perseguido, tendo tentado alocar – se à Rússia para encontrar um lugar que tenha a primazia de dá – lo paz, mas o destino foi irónico, o muitos Estados do mundo ao ponto do Estado Espanhol impedir que Eduardo dos Santos metesse – se afastado de Espanha País onde estava também prestes à ser perseguido por Lourenço com a sua arma justiceira.


Eduardo dos Santos é um camarada da paz, e procura todas as formas de evitar a guerra contra Lourenço, mas Lourenço é um mestre em lutas, é dito “Homem de Guerras” persegue Eduardo dos Santos ao não mais poder ser.


Recentemente, a quando dos arrestos aos bens de Isabel dos Santos, o Governo de João Lourenço desprezou todos os princípios constitucionais e invadiu a residência de Isabel dos Santos em Luanda, vasculhou tudo, até aos cantos dessa residência, tendo violado todos os princípios constitucionais plasmado na Carta magna angolana, são esses assuntos e mais outros tantos assuntos impostos por João Lourenço que porá um fim ao regime do MPLA, cujas políticas por ele impostas não visam salvar o MPLA, mas antes pelo contrário, destruí – lo de uma vez para todas.


No entanto, se José Eduardo dos Santos falar, será o fim do MPLA na face da terra, uma vez que Eduardo dos Santos sabe de todos os segredos existentes do Partido, tendo sido ele quem dirigiu os destinos deste País e do MPLA no passado.


A bondade excessiva de José Eduardo dos Santos tem evitado para que os seus confrades sejam expostos tal quanto João Lourenço e Manuel Vicente expuseram Isabel dos Santos no famoso “Luanda Leaks”, mesmo sabendo que Manuel Vicente cometeu as piores atrocidades económicas da história, e ranking da corrupção, não há dúvidas que tenha sido este quem mais fez corrupção em Angola, se fosse para investigá – lo a sua penas ultrapassaria os cem anos de prisão em virtude da variabilidade de crimes dispostos à enterrarem – no vivo. Mas é a complacências de Dos Santos que encobre o passado do maior rico de África, portador de uma riqueza que vai além dos 61 biliões de USD. Eduardo dos Santos é bom de mais, que embora a sua filha seja vítima de um processo violento de perseguição por parte de João Lourenço, ainda assim, prefere evitar que atacar o inimigo, procura todas as formas de paz e de diálogo para que a guerra imposta pelo seu substituto termina numa solidariedade plena entre ambos. Eduardo dos Santos, continua firme e corajoso como no início, rumo a um futuro que ele mesmo não o conhece. Só Deus sabe como há de terminar esse filme de terror imposto por João Lourenço.

BEM – HAJA!