Cidade do Cabo - O presidente da Endiama, a companhia diamantífera nacional de Angola, anunciou hoje que pretende dispersar até 30% do capital da empresa em bolsa em 2022, mantendo o controlo do Estado mesmo após a privatização parcial.

Fonte: Lusa

Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, José Manuel Ganga Júnior confirmou que a administração está "a preparar a Endiama para uma oferta pública inicial, em 2022, estando em curso um processo de avaliação do valor da empresa" e acrescentou que o objetivo é privatizar até 30% da empresa, mantendo a maioria do capital no Estado.

 

Na entrevista à Bloomberg na Cidade do Cabo, onde participou na Indaba Mining 2020, um dos encontros mais importantes do setor no continente, Ganga Júnior expressou preferência pelo lançamento da empresa na bolsa de Luanda, mas ressalvou que a decisão será tomada depois da avaliação dos consultores financeiros.

 

Sobre o futuro da diamantífera, uma das três maiores a nível mundial, o presidente da Endiama disse que a avaliação da empresa será importante para assegurar os 300 milhões de dólares de financiamento internacional necessários para a subsidiária Sociedade Mineira de Catoca lançar uma nova mina no Luaxe, uma pequena localidade na província de Lunda Sul, no norte do país.

 

"A oferta pública de aquisição e as reformas em curso são as bases para a Endiama se tornar o maior fornecedores de gemas", concluiu o presidente da empresa.

 

À margem da participação no certame, ministro dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola, Diamantino de Azevedo, disse em conferência de imprensa que a produção anual de diamantes no país deverá passar de 9 milhões de quilates, em 2019, para 14 milhões, em 2022.