Lisboa - A Procuradoria Geral da República procedeu com a abertura de um processo crime (76/2019) destinado a ouvir o recém exonerado governador provincial do Cunene, Vigílio da Ressureição Adriano Tyova (na foto) e quatro colaboradores implicados na gestão incorreta de fundos que deveriam favorecer à população devido o problema da seca naquela região a sul do país.

Fonte: Club-k.net

Segundo apurou o Club-K, o problema de gestão danosa envolvendo o antigo governador e seus colaboradores, foi inicialmente descoberto em Maio de 2019, quando o então ministro das finanças Augusto Archer Mangueira deslocou-se a província do Cunene para proceder a avaliação financeira do plano de emergência para acudir a situação da seca que se registra naquela localidade.

 

Durante a estadia a província, o então ministro reuniu-se com o conselho da governação onde estiveram directores, delegações provinciais, administradores municipais. Neste encontro, o Secretario Geral do Governo Provincial, Domingos Wango apresentou o relatório dos gastos feitos com a dotação de 3, 9 bilhões de kwanzas disponibilizada pelo ministério das finanças.

 

Ao fazer-se apresentação do relatório, os presentes fizeram cálculos e tomaram nota que o Secretario Geral terá apresentado dados com preços exagerados gerando desconfianças de sobrefaturação. Ficou-se a saber que foram compradas viaturas de apoio (de marca Land Cruize, Prado, V8) que do ponto de vista pratico não ajudava nos problemas da província. Houve também compra de camiões sistemas todos sobrefacturado. As autoridades locais compraram também bidons de 20 litros como reservatório e agua e cada um deles ao astronómico custo de 25 mil kwanzas.

 

Ainda no decurso da reunião, houve administradores municipais que alegaram que com as verbas dadas não foram feitas sondas nas suas áreas de trabalho contrariado dados apresentados por um vice-governador.

 

Na sequencia de contradições, e exposições com que a reunião foi marcada, os responsáveis provinciais – defensores pela transparência - decidiram escrever ao Presidente da República solicitando ao envio de uma delegação da Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE) para apuração dos factos. A delegação foi enviada a província tendo produzido um relatório que terá sido arrasador e remetido a Procuradoria Geral da Republica por existirem evidencias que constituem abusos orçamentais.

 

A PGR decidiu inicialmente notificar para comparecer na próxima quarta-feira (12), na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), o assessor do governo provincial do Cunene (GPC) Salomão Himolova, o ex-assessor Rui China Moçambique, o director do Gabinete de Estudos de Planeamento (GEPE), Luís Miguel Leiria e Silva, o Secretario Geral Domingos Wango. Os três últimos são quadros levados ao Cunene por Vigílio Tyova e tem no seu registro o antecedente de um outro problema criminal ao tempo em que juntos trabalhavam na província da Huila.

 

Segundo apurou o Club-K, na audiência do dia 12 de Fevereiro, os mesmos deverão ser declarados arguidos dando prosseguimento a marcação da audiência com ex-governador Vigílio Tyova, antes que entre para o parlamento e fique protegido pelas imunidades.

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