Luanda - O Conselho de Administração da Edições Novembro, detentora do Jornal de Angola, Jornal dos Desportos, Cultura Artes e Economia e Finanças, continua a adiar o cumprimento da decisão da 2ª Secção da Sala de Trabalho do Tribunal Provincial de Luanda, saída do encontro de 19 de Agosto de 2019 que orientou ao pagamento dos salários na totalidade dos trabalhadores reformados.

* Carlos André
Fonte: Club-k.net

"A divida é fruto do descaminho de dinheiros por parte de José Ribeiro"

Durante o encontro, em que a Edições Novembro foi representada pelo mandatário judicial, António de Sousa Panela, e pela directora administrativa e de gestão de Recursos Humanos, Carolina Mateus Gomes, escorraçada da sala de julgamento por mostrar se incompetente às perguntas a si colocadas, pois limitou-se a dizer que a resposta desta ou daquela pergunta não era da sua competência, o Tribunal ordenou ao pagamento dos salários completos , assim como dos valores dos subsídios descontados desde a data da entrada para a reforma dos cerca de 60 trabalhadores.


Recorda-se que a questão remonta desde 2018, altura em que numa comunicação interna, o conselho de administração da Edições Novembro, na pessoa do administrador José Domingos, conhecido por Jade, informou os trabalhadores que a empresa estava a realizar um programa de reforma e que os abrangidos deveriam cessar a sua actividade, mas continuariam a receber a totalidade da remuneração, portanto os salários e os subsídios, até a regularização da divida que a empresa tem junto do Instituto nacional de Segurança Social (INSS). Não tendo sido regularizada a situação da divida de cerca de 4 milhões de Kwanzas junto do INSS, a Edições Novembro entendeu, poucos meses depois, cortam salários, passando a pagar somente o salário base.


É de recordar que a referida divida ao Instituto Nacional de Segurança Publica, é fruto do descaminho de dinheiros por parte do então presidente do Conselho de Administração, António José Ribeiro e seu financeiro, Eduardo Minvu, que durante longos anos não honraram o compromisso com aquela instituição. Acrescenta se que António José Ribeiro e Eduardo Minvu foram responsabilizados pelo Tribunal de Contas por gestão danosa, descaminho de avultadas somas, entre outras acusações graves, cujo desfecho é aguardo pelos trabalhadores da Edições Novembro, com realce para os reformados, os principais prejudicados e que esperam ver Ribeiro e Minvo na cadeia.


Por detrás desta engenharia de corte de salários, dizem os reformados, que classificam a medida como ma fé, está o administrador financeiro, Jade.


O colectivo dos trabalhadores reformados aponta igualmente o dedo ao ex ministro da Comunicação Social, João Melo, que não se sabe a troco de quê, não atendeu ao grito de socorro dos cerca de 60 trabalhares que há mais de trinta anos deram o melhor de si para o bem da empresa. Recorda se que a 22 de Maio foi endereçada uma carta ao ex ministro, isto para não se falar de contactos verbais, explicando a situação, mas até a data da sua exoneração por incompetência não se dignou em responder a carta e nem orientou Victor Silva e Jade para o cumprimento da orientação do tribunal.
Os trabalhadores prometem endereçar nos próximos dias uma outra carta ao actual ministro da Comunicação Social em busca de apoio.

REFORMADOS RECLAMAM CARTAO DE SEGURO DE SAÚDE

Os cerca de 60 trabalhadores reformados não beneficiaram, a semelhança do que aconteceu na primeira quinzena de Janeiro do ano em curso, com os demais funcionários em activo, de cartões de seguro de saúde que lhes permite beneficiar de tratamento médico e medicamentoso dentro e fora do pais.


O colectivo considera a medida de absurda, porquanto não foram cumpridos os requisitos legais para a sua passagem à reforma que é a recepcao da pensão, e não tendo sido despedidos, portanto continuam a ser trabalhadores da Edições Novembro.

Consideram ser mais uma manobra do conselho de administração.


“Não estamos a mendigar nenhum favor, mas é tão simplesmente um direito que nos cabe”, afirma o colectivo de trabalhadores que programa regressar ainda na primeira quinzena de Fevereiro ao tribunal para informar o incumprimento da decisão daquela cada de justiça.

Ainda sobre o cartão de seguro de saúde, há uma reclamação dos dos trabalhadores efectivos que acham que a família (a esposa e filhos) deveria também beneficiar deste direito.