Luanda - A UNITA, principal partido da oposição angolana, apelou ontem ao empenho do Parlamento Europeu na luta contra a corrupção, mas salientou que o tema “não se esgota nem se circunscreve no ‘Luanda Leaks’”.

Fonte: Lusa

Num comunicado onde expressa a sua posição sobre o combate à corrupção em Angola, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) congratula o Parlamento Europeu por agendar para quarta-feira um debate sobre branqueamento de capitais, “num momento em que Angola está no centro das atenções mundiais, devido a magnitude do nível escandaloso de corrupção que assola o País” que foi revelado através da investigação jornalística conhecida como ‘Luanda Leaks’.



A UNITA diz que “a corrupção faz parte da cultura do Partido no poder [o MPLA] desde os primórdios da independência”, pelo que o teor dos documentos revelados pelo consórcio de jornalistas que investigou os esquemas financeiros que ajudaram a filha do ex-presidente angolano, Isabel dos Santos, a erguer um império milionário, em nada surpreenderam o partido.


“A UNITA esteve sempre na linha da frente do combate contra a corrupção, tendo feito, ao longo dos anos, vários pronunciamentos sobre o assunto”, adianta o comunicado, invocando as diversas comissões parlamentares de inquérito solicitadas e recusadas, nomeadamente: Banco Espírito Santo de Angola em 2013; à Sonangol, em 2016; ao Fundo Soberano de Angola e à Dívida Pública, também em 2018.

“O chamado “Luanda Leaks” veio apenas confirmar o que a UNITA, personalidades da sociedade civil e setores da comunidade Internacional, foram vezes sem conta denunciando”, refprça o partido do ‘Galo Negro’ pedindo que “a luta contra a corrupção seja feita de forma célere e generalizada, responsabilizando todos os corruptos, sem exceção”.



A UNITA sublinha que “a sangria” dos recurso angolanos “mediante vários artifícios fraudulentos, como por exemplo a transferência ilícita de dinheiros públicos para entes privados”, fez crescer “exponencialmente” a dívida publica, minando a confiança das instituições do Estado e tornando insustentável o ambiente de negócios.



“Tais artifícios têm permitido a falta de transparência nos contratos de adjudicação de obras, o favoritismo, o amiguismo, o nepotismo, o furto e os negócios consigo próprios”, critica o partido, salientando que os factos que expuseram a origem do império de Isabel dos Santos, “uma de entre as várias fortunas construídas com base no saque ao erário, têm de merecer o devido e integral tratamento por parte dos órgãos judiciais”.