Luanda  - O Conselho de administração da Radio Nacional de Angola no passado dia 17 de Fevereiro cujo terma de central de abordagem foi matéria relacionadas a composição de jornalistas que passariam a integrar o grupo de cobertura as viagens presidenciais ao exterior do país, e as respetivas ajudas de custo.

*Carlos André
Fonte: Club-knet

Trabalhadores perdem confiança no Conselho de Administração

Na reunião do Conselho de Administração, o PCA da empresa, Marcos Lopes “Bujão” (na foto) transmitiu aos seus pares que não via com bons olhos o facto de haver mais de três jornalistas a cobrirem acontecimentos no exterior. Para o responsável, a direcção de informação e programas deveriam apresentar uma lista de, no máximo, três pessoas que deveriam ser os indicados viajados da empresa, para todo e qualquer tipo de cobertura jornalística.

Segundo fonte do Club-K, esta observação do PCA encontrara mais apoio por parte da administradora de conteúdos informativos Paula Simões que teria sido mais drástica, que para ela deveria haver apenas um único jornalista a fazer todas as viagens de cobertura jornalíticas durante os 365 dias do ano, “para evitarmos o pagamento de subsídio de embarque à todos que vierem a fazer a primeira viagem do ano”.

Para fontes próxima ao assunto, esta reunião do Presidente do Conselho de Administração da RNA e os seus administradores de Finanças, Fidel da Silva, e Paula Simons, de conteúdos, “manda para o lixo” parte dos acordos alcançados com o Sindicato e “ignorara os esforços do Ministro da Comunicação Social, Nuno Carnaval, para que se repusesse o ambiente sadio na empresa”.

“A chancela deste novo apronto ao Ministro e aos trabalhadores por parte do Conselho de Administração está em causa um elemento: o dinheiro, que encontra respaldo no chamado subsídio de embarque, ou seja o subsídio da primeira viagem do ano em serviço ao exterior, que a lei estipula a disponibilidade ao trabalhar de 750, 00 USD”, lembra uma fonte em anonimato.

Segundo a mesma fonte, “Das negociações entre a direcção da RNA e o Sindicato dos Jornalistas um dos acordos alcançados teve que ver precisamente com a disponibilização, por direito, do subsídio de embarque, um direito que durante quase dois anos e meio o PCA e os seus Administradores Financeiro, Fidel da Silva, e de Conteúdos, Paula Simões, usurparam, numa clara violação da lei”.

Por seu turno, fonte próxima ao Sindicado confirma que numa das sessões negociais a administradora Paula Simons desgostosa com o acordo alcançado nesta matéria, na altura disse ao PCA, perante os demais membros do Conselho e dos sindicalistas, as seguintes palavras “Não te preocupes PCA, eles (sindicato) querem a primeira do ano, não há problemas. Vamos assinar o acordo mas vamos resolver isso. Passará a viajar durante todo o ano apenas uma pessoa. Ao menos pagaremos o subsídio de embarque apenas à uma pessoa e apenas uma vez por ano. Assim resolvemos o assunto.”

Para as referidas fontes que notaram ausência de sentimento de solidariedade, responsabilidade e sentido de justiça, por parte da administradora de conteúdos, lamentam que a sua comunicação do dia 18 de Fevereiro tenha constituído um acto que “viola os direitos dos trabalhadores desta casa de rádio estatal”

Outras fontes contactadas pelo Club-K, “dizem ser absurda a medida que se pretende implementar a de haver apenas um nome e quanto mais até três jornalistas, no máximo, catalogados para as viagens em serviço aos exterior”, porque no seu ponto de vista “Cada assunto, acontecimento ou dossier para cobertura é assunto único”.

“O jornalismo é uma actividade que tem características. É como na medicina: todos são médicos, mas não todos os médicos são versados em tudo. Por isso é que há o médico de medicina interna, o intensivista, o cardiologista, o ortopedista, o pediatra, o urologista, e por aí adiante. No jornalismo é igualzinho. Até existem jornalistas versados para abordagem e coberturas de acontecimentos por regiões do mundo ou de um determinado continente”, lembrou uma fonte.

Para a mesma fonte “Outras violações aos direitos dos trabalhadores continuam de forma impune. Os transportes colectivos para os trabalhadores é um deles. Aprovado e assinado pelas partes durante as negociações, neste momento foi retirado aos trabalhadores este direito, sob pretexto de alegadas avarias dos veículos, que casualmente se encontram há 5 meses, nas oficinas deles, quando a RNA tem oficina própria e mecânicos que recebem salários unicamente para lavarem os carros dos membros do Conselho de Administração.”


“Até para mudanças de óleo, calços e filtros os carros da empresa são enviados para oficinas algures em Luanda. A empresa tem uma direcção de engenharia que tem entre outras atribuições cuidar da manutenção das infraetsruturas da empresa. Mesmo assim até para montagens de toldos os trabalhos são adjudicados à terceiros. Empreitadas estas terciarizadas, numa altura em que o PCA propala por todos cantos de que a empresa não tem dinheiro, como com as astronómicas facturações do sector de publicidade e marketing, com as Rádio Luanda, só ela a facturar por mês, o que todas as Rádios das restantes 17 províncias não facturam por ano”, lembrou a fonte.

Nesta ordem de ideia, segundo a fonte “faz sentido aquele grito do Afonso Quintas e dos líderes sindicais, Teixeira Cândido e Africano Neto, de que os trabalhadores da RNA perderam confiança neste Conselho de Administração.”