Luanda - A reestruturação da Sonangol vai levar a petrolífera estatal angolana a vender 30% do seu portefólio de negócios até 2027, libertando-se de ativos não estratégicos. A ideia é concentrar a atividade na produção petrolífera, assegurando uma fatia de 10% da produção petrolífera total angolana.

Fonte: Expresso

Os planos foram avançados por Gaspar Martins, presidente do conselho de administração da Sonangol, em declarações aos jornalistas esta quinta-feira, em Luanda.

Citado pela agência Bloomberg, Gaspar Martins indicou que esta venda parcial do portefólio de negócios da Sonangol vai demorar "algum tempo", seguindo uma análise financeira.

Neste âmbito, a Bloomberg destaca que a Sonangol deverá vender cerca de 72 participações não estratégicas. Já para abril a empresa está a preparar a alienação de 11 ativos, revelou o responsável da Sonangol, segundo a Bloomberg.

Ao mesmo tempo, a empresa quer focar-se no negócio petrolífero, onde quer ser um operador e não apenas um parceiro passivo. Segundo Gaspar Msrtins, citado pela Bloomberg, a Sonangol tem como objetivo produzir 10% da produção petrolífera total angolana, alcançando um custo de produção de 15 dólares por barril.

Recorde-se que a Sonangol é acionista de grandes empresas portuguesas, como a Galp e o Millennium bcp.

Na Galp, a petrolífera angolana detém, indiretamente, cerca de 9% do capital, através de holdings sedeadas na Holanda. Quanto ao Millennium bcp, a participação é de 19,49% do capital.

Para já, contudo, não há indicação de que essas duas participações possam vir a ser alienadas pela Sonangol. Aliás, em dezembro, em entrevista ao Jornal de Negócios, Gaspar Martins reafirmou que a posição da Sonangol no Millennium bcp "é um investimento estratégico", salientando que "neste momento não há qualquer alteração da nossa posição".

Quanto à Galp, na mesma entrevista, o gestor frisou que "a Sonangol não tem motivos para sair da Galp, que apresenta bons resultados, está muito bem cotada e representa um ativo na carteira de participações e de investimentos que a Sonangol possui". Gaspar Martins salientou que "não procuramos sair dos negócios que estão relacionados com a nossa principal atividade", reformando que "a Galp faz parte do mesmo negócio, faz parte de uma parceria estratégica e benéfica para o desenvolvimento da petrolífera estatal angolana".