Lisboa - As autoridades (in)competentes angolanas têm dito (alto e em bom som para os quatro cantos do mundo) que - depois de ter suado às estopinhas, esfolado mãos e joelhos - estão, finalmente, criadas todas as condições para o nosso País acolher a realização da maior festa do futebol do Continente Negro, o CAN 2010.


Fonte: NL

Bem haja o CAN 2010. Porquê?

Angola, como (não) era de esperar, vai capitalizar a atenção de África e do mundo a partir da primeira semana dos doze meses que já aí estão mesmo a dobrar a esquina do presente calendário.


Luanda, Benguela, Huila e Cabinda serão palcos das disputas entre as equipas que terão a graça e a ventura de participar na maior festa africana do desporto-rei.


Por essa razão, o ministro dos Transportes aproveitou a oportunidade para vir a público dizer, por outras palavras, que os angolanos só têm direito à segurança e conforto no que aos transportes (e não só) diz respeito quando há efemérides internacionais.


Augusto Tomás anunciou recentemente à Comunicação Social na capital do País que Luanda, Benguela, Cabinda e Huila vão ser "equipadas" por um serviço de táxi com automóveis de cinco lugares que não existe em Angola.


Acho muito bem que o Governo tome providências para ter um serviço de transportes à altura para os turistas que irão a Luanda, Benguela, Cabinda e a Huila assistir às partidas de futebol. Não vá, pois, a imagem do País ficar maculada pela inexistência de uma rede de transportes colectivos eficaz capaz de servir os turistas e não só.


Por isso, bem haja o CAN 2010. Porquê? Porque o País, segundo Augusto Tomás, vai, pela primeira vez,beneficiar de um serviço de táxi com automóveis de cinco lugares (o que será deste serviço, senhor ministro, depois do CAN 2010?) que não existe em Angola.


Por isso, bem haja o CAN 2010. Porquê? Porque vai, pela primeira vez, permitir a turistas e a alguns angolanos (no caso, os de Luanda, Benguela, Cabinda e Huila) viajarem de forma confortável e em aparente segurança.

Destarte é preciso fazer "figas-canhoto" para que o nosso País acolha mais eventos desportivos, e não só, para que o Governo anuncie e ponha em prática medidas concretas que tenham como escopo melhorar as condições de vida do povo.


Gostaria que assim fosse. Mas quem sou eu para desejar tal, se para mim mesmo, e outros descamisados angolanos, o Sol não brilha?