Lisboa  - O empresário e  general na reforma  Bento dos Santos “Kangamba” foi posto em liberdade na tarde desta segunda-feira (2), em Luanda, depois de ter sido ouvido durante duas horas pelo Sub-Procurador Wanderley Bento Mateus, na Direção Nacional de Investigação e Ação Pena (DNIAP), soube o Club-K de fonte próxima a Procuradoria da República.

Fonte: Club-k.net

PGR atrasou soltura por falta de carimbo

Segundo a fonte, o general foi ouvido quando eram 12h30 tendo ficado determinado que sairia sob termo de identidade de residência. O atraso na soltura do também empresário segundo, a mesma fonte deveu-se ao procedimento da emissão da nota de soltura e ao facto de o “homem do carimbo” que não se encontrava na sede da DNIAP ter estado ausente.

 

Kangamba foi detido no sábado quando se preparava para fazer , o trajecto Xangongo (Cunene) até a província da Huíla por estrada. Segundo fonte da PGR, a versão inicial de que estaria em fuga para Namíbia foi baseada numa denuncia que chegou a esta instituição.

 

A detenção do também líder do “Kabuscorp do Palanca” foi em consequência de uma queixa movida por uma empresaria Teresa Gerardin devido ao incumprimento de uma divida de um negócio de 15 milhões de euros realizado em 2017. O general pagou 12 milhões de forma faseada faltando 3 milhões de euros. O atraso da última tranche levou com que Teresa Gerardin recorresse pela intervenção da justiça.

 

Na audição desta segunda-feira, foi admitida que ocorreu um mal entendido que o assunto pode ser resolvido entre as duas partes por via de negociação. Para o próximo dia 5 de Março ficou marcado uma acareação entre o general na reforma, e Teresa Gerardin, caso esta esteja em Angola visto que passa mais o tempo fora no exterior, tendo em conta que é casada com um cidadão de nacionalidade francesa.

 

Na manha desta segunda-feira, a assessoria de Kangamba fez sair um comunicado de imprensa contrariando a versão anterior da PGR de que o mesmo estaria em fuga para a Namíbia no dia da detenção.

 

Segundo a assessoria “O Sr. General Bento dos Santos “Kangamba”, no momento da sua detenção, que como já se asseverou, estava de regresso de Changongo, a caminho de Luanda, apenas tinha em sua posse KZ 900.000,00 (novecentos mil Kwanzas) e os seus documentos pessoais, nomeadamente, o bilhete de identidade e a carta de condução.”

 

“Não estava em posse de nenhum passaporte ou outro título de viagem, que lhe possibilitasse ou permitisse o acesso ao território Namibiano e muito menos transportava consigo dinheiro estrangeiro, como foi despudoradamente propalado, factos que per de si corroboram a tese que não pretendia sair de Angola”, lê-se no comunicado.

 

Ainda de acordo com as explicações “A pistola de que faz menção o comunicado da PGR, pertence ao Agente da Polícia Nacional, escolta do Sr. General Bento dos Santos “Kangamba” e constituí mais um elemento probatório de que não intencionava atravessar a fronteira, pois não poderia fazê-lo em posse de uma arma de fogo.”

 

Para a assessoria de Kangamba “Confundir a fronteira entre o Cunene e o Lubango com a fronteira entre o Cunene e a Namíbia é no mínimo de elementar ignorância sobre a geografia do nosso país, o que em nada dignifica um Magistrado Público.”