Luanda - O general angolano Bento dos Santos Kangamba afirma ter sofrido humilhação ao ser detido no sábado, 29, com a justificação de que estava a fugir do país.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Em entrevista exclusiva à VOA nesta terça-feira, 3, depois de ter sido colocado ontem em liberdade sob termo de identidade e residência, o empresário e general afirma não ser “qualquer pessoa para que dois indivíduos liguem para a procuradoria a dizer que está a fugir do país” e garante que a dívida será paga.


“Eu estive dois meses fora e se quissese fugir não viria e devo dizer que se eu quiser fugir vou fugir no Palanca ou na Mabor”, afirmou Bento Kangamba, garantindo que, em momento algum, tentou fugir do país.

“É triste a humilhação por que eu passei, mas devemos apelar que a justiça se organize melhor", continuou Kangamba, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de burla por defraudação num caso em que deve dinheiro a um casal que, em 2017, lhe teria emprestado cerca de 15 milhões de euros.

“Eu nunca fui ouvido e dizem que me chamaram três vezes, sei que há uma notificação para eu responder no dia 5 na próxima quinta-feira...”, questiona o general.

Quanto à dívida, Bento Kangamga garante que tem estado a pagá-la e que todos sabem que ela ser saldada na totalidade.

"Houve acordo entre advogados e a dívida vai ser paga”, assegura o empresário e general, que lembra que a economia do país não vai bem.

Empresário, genro do antigo Presidente, membro do Comité Central do MPLA e durante o consulado de Santos, particularmente nos últimos anos, responsável pela mobilização do partido em Luanda, Bento dos Santos Kangamba responde a um processo movido pelos cidadãos Bruno Gerardin e Teresa Gerardin, que lhe emprestaram, em 2017, 15 milhões de dólares.

No ano passado, com o atraso do general em pagar a última tranche do empréstimo, o casal levou Kangamba ao tribunal, que ordenou, em Novembro, o arresto de alguns dos prédios rústicos e carros.

Na sexta-feira, 28, a DNIAP intimou Kangamba para se apresentar na PGR no dia próximo dia 5, mas foi detido no sábado, 28, alegadamente por tentar fugir para Namíbia.

Depois de ter sido interrogado durante cerca de duas horas na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal da PGR, Bento dos Santos Kangamba recebeu a medida de coação que o impede de se ausentar do país e aguarda o julgamento em liberdade.