Luanda - A Organização Mundial da Saúde (OMS) quer fazer "uma avaliação profunda" dos centros de quarentena para casos suspeitos do novo coronavírus em Angola, disse o representante da instituição neste país, apontando que atualmente há restrições de acesso.

Fonte: Lusa

"Recentemente, trouxemos um especialista em medidas de segurança em locais fechados como hospitais e centros de quarentena. Esperemos que o ministério [da Saúde] e o Governo nos permitam fazer uma avaliação aprofundada dos centros de quarentena", declarou Javier Aramburu Guarda, à margem da assinatura do acordo de parceria entre a ONU e Angola para o triénio 2020-2022.


Segundo o especialista, existem neste momento algumas restrições ao acesso.

 

"Estamos certos de que este aspeto será corrigido prontamente e esperamos que numa próxima etapa possamos aceder aos centros de quarentena", disse.

 

Javier Aramburu Guarda adiantou ainda que Angola deverá "em breve" começar a fazer análises para despistar os casos suspeitos, o que considerou "um elemento fundamental" para combater a epidemia.

 

"Angola tem, neste momento, equipamento e pessoal de alta qualidade (...). Podemos dizer que, em prazo breve, Angola poderá fazer as análises para confirmar casos e isso muda muito a maneira de reagir do país", afirmou.

 

O responsável de Prevenção e Controlo de Doenças da OMS salientou que Angola reagiu com rapidez desde os primeiros casos suspeitos de Covid-19, destacando a importância de ter sido elaborado rapidamente um Plano de Contigência, reconhecendo ainda que a preparação para a epidemia "não é fácil", face à "evolução rápida dos eventos".

 

Questionado sobre a eficácia do fecho de fronteiras, salientou que "o país é soberano em termos de decisões quanto à entrada de pessoas de países com casos de transmissão local", mas acrescentou que a OMS recomenda restrições para os países que têm transmissão intensa, como acontece com a China, Itália, Coreia do Sul e Irão, cujos cidadãos estão proibidos de entrar em território angolano devido à epidemia.

 

Javier Aramburu Guarda afirmou ainda que a retirada dos países africanos que inicialmente estavam abrangidos pela proibição decretada por Angola (Nigéria, Egito e Argélia) foi "uma retificação saudável".

 

Elogiou, por outro lado, as atividades de rastreio que estão a ser levadas a cabo no aeroporto internacional de Luanda, dizendo que a avaliação foi "muito positiva".

 

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.385 mortos e infetou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios, incluindo 13 em Portugal.

 

Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.

 

Além de 3.042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha e Reino Unido.

 

Em África, são nove os países com casos confirmados: África do Sul, Argélia, Camarões, Egito, Marrocos, Nigéria, Senegal, Togo e Tunísia.