Londres - A consultora Capital Economics antecipou hoje uma recessão da economia angolana de 3,5% este ano e uma queda de 18% no valor da moeda, devido à descida do preço do petróleo na sequência do surto do novo coronavírus.

Fonte: Lusa

"Antecipamos que Angola será a economia que mais vai sofrer com o choque relacionado com o Covid-19", lê-se numa nota sobre o impacto do surto de Covid-19 na África subsaariana, que aumenta a previsão de recessão de 1,5% para 3,5% este ano.

 

Numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, a Capital Economics escreve que "a descida dos preços das matérias-primas vai prejudicar as trocas comerciais das economias africanas mesmo que os preços subam um pouco na segunda metade do ano".

 

O petróleo, estimam, será a matéria-prima mais atingida, devendo descer 35% no total deste ano, o que será "doloroso" para os principais produtores, como é o caso da Nigéria e Angola, mas também outros mais pequenos, como a Guiné Equatorial.

 

A queda do kwanza, por seu turno, será a mais acentuada no território africano, de acordo com as previsões da Capital Economics, que alerta ainda que "a desvalorização vai focar as atenções na elevada dívida em moeda externa, que se apresenta como um dos principais riscos económicos".

 

A epidemia foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos.

 

Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

 

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.